O Ministério Público catarinense enviou um ofício à Casan em que recomenda a interdição de uma das estruturas do Reservatório Irineu Comelli por risco de rompimento. Esta seria uma medida de precaução para que se evite um colapso da estrutura semelhante ao que ocorreu em Florianópolis, em setembro de 2023.

Os promotores de Justiça Rafael de Moraes Lima (7ª PJ) e Wilson Paulo Mendonça Neto (29ª PJ) avaliam que a interdição é necessária e urgente para a segurança da população. Um laudo de vistoria do Centro de Apoio Operacional Técnico (CAT) feita pelo MP-SC atestou o risco potencial de rompimento da estrutura e apontou a necessidade de esvaziamento completo até a conclusão de estudos mais aprofundados.

Este é o segundo ofício do MP que foi encaminhado à Casan. Ele foi enviado na quarta-feira (22) após uma resposta da empresa apresentando uma possível solução que não a interdição imediata do reservatório. No entanto, segundo a promotoria, isso resultaria na continuidade do risco de colapso, já que a estrutura tem fissuras e foi construída pela mesma empresa responsável pelo reservatório do bairro Monte Cristo, em Florianópolis, que se rompeu no ano passado.

Segundo o MP, as fiscalizações identificaram “vícios construtivos”, como ausência e deficiência de impermeabilização, pilares posicionados em locais diferentes dos previstos no projeto, “manifestações patológicas”, como armaduras expostas e bicheiras.

A Casan tem um prazo de 24 horas para acatar ou não a recomendação. A promotoria alerta que, caso a solicitação não seja acatada, os engenheiros responsáveis e o diretor-presidente da companhia “assumem pessoal e integralmente os riscos de soluções diferentes da recomendada”, incluindo a geração de danos aos consumidores, eventuais intercorrências, vazamentos, avarias na rede, falta de abastecimento da população em geral, bem como o colapso da estrutura.

O que diz a Casan

Por meio da assessoria de comunicação, a Casan informou que, na segunda-feira (20), já havia enviado uma resposta ao MP-SC referente ao primeiro ofício, apresentando duas alternativas: uma de interdição imediata (como foi a recomendação) e a outra que envolvia uma obra, com previsão de 30 dias para conclusão. Na quarta-feira, no entanto, receberam um novo contato da promotoria.

No momento, portanto, a empresa não se manifestará sobre este segundo ofício e cita que a diretoria irá analisar as recomendações e dar uma resposta dentro do prazo solicitado, de 24 horas.

Segundo a Casan, o reservatório abastece, atualmente, o Hospital Regional de São José e toda região, que serão diretamente afetados em caso de desligamento da rede.

Relembre o rompimento em Florianópolis

O rompimento de um reservatório de água da Casan, que causou pânico nos moradores da comunidade Sapé, ocorreu na madrugada de 6 de setembro de 2023. Na ocasião, carros foram arrastados e casas ficaram destruídas com o incidente. Duas pessoas ficaram feridas. Por conta do incidente, cerca de 100 pessoas precisaram de acolhimento e 85 casas foram atingidas.

(Foto: Juan Todescatt/NSC TV)

(Foto: Juan Todescatt/NSC TV)

(Foto: Divulgação/CBMSC)

(Foto: Divulgação/CBMSC)

(Foto: Divulgação/CBMSC)

(Foto: Divulgação/CBMSC)

(Foto: Divulgação/CBMSC)

(Foto: Cristiano Gomes/NSC TV)

(Foto: Cristian Delosantos/CBN Floripa)

(Foto: Cristian Delosantos/CBN Floripa)

(Foto: Cristian Delosantos/CBN Floripa)

Rua coberta por destroços

(Foto: Divulgação/CBMSC)

(Foto: Juan Todescatt/NSC TV)

(Foto: Juan Todescatt/NSC TV)

Segundo a companhia, o rompimento ocorreu às 2h na rua Luís Carlos Prestes, no bairro Monte Cristo após uma das paredes se deslocar. A via ficou alagada por cerca de 2 mil metros cúbicos e destruiu muros de casas e carros.

À época, a área foi evacuada e isolada, e a companhia fez o fechamento das entradas do reservatório para evitar o escoamento de água.