Os bastidores da operação contra desembargador de SC por suspeita de trabalho análogo à escravidão

Ação ocorreu na manhã desta terça-feira (6) em Florianópolis

Operação ocorreu em Florianópolis

Operação ocorreu em Florianópolis (Foto: Youtube/Divulgação)

A trabalhadora doméstica que motivou a apuração do Ministério Público Federal (MPF) contra o desembargador Jorge Luiz Borba, do TJSC, estaria desde os 11 anos na família do magistrado. A mulher, que segundo o MPF é surda e muda, tem atualmente 49 anos.

Na operação conduzida pela Polícia Federal nesta terça-feira (6) na casa do desembargador, em Florianópolis, não houve busca e apreensão. Foram apenas constatadas as condições em que vive a trabalhadora. Os policiais verificaram, entre outros aspectos, o quarto reservado à empregada doméstica.

Peças, verificar área e “MD”: os códigos descobertos na Operação Mensageiro para disfarçar suposta entrega de propinas

No momento em que os policiais cumpriam o mandado, o magistrado estava em casa. A coluna apurou que não houve constatação de crime por parte da PF. As condições de trabalho são avaliadas em outra seara, pelo MPF e o Ministério do Trabalho.

A Polícia Federal não se manifesta sobre a operação, mas a coluna apurou que o vazamento do mandado causou mal-estar. A informação já havia sido divulgada antes do início da operação na manhã desta terça.
Até agora, o TJSC não se pronunciou sobre o caso.

No começo da noite desta terça, o desembargador divulgou nota sobre o caso. Leia na íntegra:

“Venho manifestar surpresa e inconformismo com o ocorrido, antecipando, desde logo, que aquilo que se cogita, infundadamente, como sendo “suspeita de trabalho análogo à escravidão”, na verdade, expressa um ato de amor. Haja vista que a pessoa, tida como vítima, foi na verdade acolhida pela minha família.

Trata-se de alguém que passou a conviver conosco, como membro da família, residindo em nossa casa há mais de 30 anos, que se juntou a nós já acometida de surdez bilateral e muda, tendo recebido sempre tratamento igual ao dado aos nossos filhos.

Embora irresignado, confio serenamente na justa elucidação dos fatos, certo de que, quem faz o bem não pode ser penalizado. Colocamo-nos à disposição de todos, posto que dispomos de elementos suficientes para comprovar a dignidade dos nossos propósitos, que foram, são e serão exclusivamente humanitários, de amor ao próximo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.