Ritual, ensaios nus e estupro de adolescentes: Carlos Veiga acumula acusações de 30 anos

O professor Carlos Veiga Filho foi preso em abril deste ano suspeito de estupro de vulnerável e produção de pornografia infantil. Contudo, os abusos podem ter começado muito antes, com rituais secretos nos anos 90, quando Carlos estudou e trabalhou no Colégio Rio Branco.

Professor Carlos Veiga foi acusado de praticar rituais secretos

Professor Carlos Veiga foi preso por estupro de vulnerável e acusado de praticar rituais secretos – Foto: Reprodução/Redes sociais/ND

Foi o que mostrou reportagem especial da Revista Piauí, publicada no domingo (4).

A prisão de Carlos Veiga

Em abril de 2024, o promotor Gustavo Pozzebon emitiu um mandado de prisão para o professor, a partir de denúncias de pais de alunos.

No entanto, Carlos ficou foragido até junho, quando uma coincidência o traiu: uma briga entre vizinhos levou a Polícia Militar até o Condomínio Doce Lar em Hortolândia, no interior de São Paulo.

Quando checaram a identidade do morador envolvido na confusão, os militares descobriram que ele deveria estar preso e o levaram para a delegacia.

O professor está preso preventivamente em Sorocaba e nega todas as acusações. Segundo a defesa, ele só prestou assistência aos alunos e é inocente. O pedido de habeas corpus será julgado pelo Tribunal de Justiça, e uma audiência com o professor e testemunhas está marcada para 20 de agosto.

Ele dava aulas de história, sociologia e teatro no Colégio Libere Vivere, em Serra Negra (SP), quando foi preso.

Carlos Veiga Filho continua preso preventivamente

Carlos Veiga Filho continua preso preventivamente – Foto: Reprodução/ND

Ensaios forçados e rituais secretos

O promotor disse à Piauí que Veiga enganava os alunos para conseguir ficar sozinho com eles.

“Ele dizia que ia medir a energia vital dos garotos por meio dos chakras, que eles tinham que ficar nus para que ele pudesse medir essa energia vital deles. E, nesse momento, ele tirava fotos dos garotos. Ele dizia que pela fotografia ele conseguia enxergar alguma coisa sobre a energia vital e tal. Depois, que devolveria essas fotos”, relatou o promotor Pozzobon.

“Muitas vezes isso acontecia também no apartamento dele. Ele convidava os meninos para ir até o apartamento dele e ele fazia a mesma coisa lá”, completou.

A notícia de que Carlos Veiga havia sido preso chegou até João Domingos, que foi monitor no Colégio Castelo Branco em 1994, quando tinha 14 anos, junto ao suspeito de abusar de adolescentes.

João relatou que quando foi convidado para entrar em um grupo secreto de monitores, criado por Carlos Veiga, precisou passar por um ritual. Ele precisou tirar as roupas e colocar uma venda nos olhos.

O ex-monitor relatou que teve o corpo pintado com tinta e depois foi fotografado por Veiga, prática parecida com as das denúncias feitas por mães de alunos mais de 30 anos depois.

A Piauí afirmou que outros quatro ex-alunos do Colégio Rio Branco que também passaram pelo mesmo batismo do grupo seleto de Veiga.

O Colégio Rio Branco afirmou desconhecer os rituais realizados durante a monitoria, programa extracurricular criado na década de 1990. A instituição e a Fundação de Rotarianos de São Paulo, sua mantenedora, reforçaram seu compromisso com a integridade e segurança dos alunos.

Em resposta a denúncias recentes, o Colégio Libere Vivere demitiu o funcionário Veiga e informou as autoridades competentes sobre o caso.

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