
Cerca de 1.844 pinguins em Florianópolis foram encontrados mortos nesta temporada. A Associação R3 Animal, responsável pela reabilitação e reintrodução dos Pinguins-de-Magalhães na natureza, registrou 1.970 aves na capital catarinense até 30 de julho.

Apenas 126 pinguins foram resgatados com vida em Florianópolis na temporada 2024 – Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
Segundo a R3 Animal, a alta mortalidade ocorre porque os pinguins vivem em bando e muitos se perdem durante a migração para as águas mais quentes do litoral brasileiro. No percurso, acabam fragilizados e não resistem. Apenas 126 foram resgatados com vida em 2024.
Na temporada anterior, 2.028 pinguins em Florianópolis foram encontrados nas praias da região, com 121 resgatados vivos. Este ano, o primeiro pinguim foi registrado na Praia da Joaquina em abril, seguido por mais dois resgates em maio, nas praias do Santinho e do Morro das Pedras.

Mais de 1.800 Pinguins-de-Magalhães foram encontrados mortos em 2024 na capital catarinense – Foto: reprodução video
Avistamentos de pinguins em Florianópolis se intensificou em junho
A partir de junho deste ano, o fenômeno da migração se intensificou, resultando no aumento de avistamentos. Os pinguins partem da Patagônia, na Argentina, em busca de alimentos nas águas mais quentes do Sul e Sudeste do Brasil, viajando entre maio e outubro.
Segundo a R3 Animal, muitos dos pinguins que aparecem nas praias brasileiras estão em sua primeira migração. Por esse motivo, chegam cansados e desnutridos.
“Muitos se perdem do bando. É comum também que fiquem debilitados devido aos obstáculos que encontram no caminho, como interação com outros animais, com redes de pesca, lixo marinho e outras ações antrópicas”, explica a associação.

Pinguins-de-Magalhães migram da Patagônia, na Argentina, para desfrutar das águas quentes do Brasil – Foto: Nilson Coelho/R3 Animal/ND
Pinguim-de-Magalhães pode estar contaminado com o vírus da Gripe Aviária, diz associação
A R3 Animal também alertou sobre a possibilidade de Pinguins-de-Magalhães estarem contaminados com o vírus da Gripe Aviária (H5N1). Segundo a associação, já há registro de casos da doença em diversas aves no Brasil.
Em uma publicação nas redes sociais, a R3 destacou a necessidade de cuidado ao encontrar pinguins nas praias, especialmente durante o inverno, quando a migração é mais intensa.
“É comum encontrarmos pinguins debilitados ou mortos nas praias. Como não sabemos se estão infectados ou não, alertamos para que não toquem nestes animais”, alerta a R3 Animal.

A Associação R3 Animal é responsável pelo resgate e reabilitação de pinguins em Florianópolis – Foto: Nilson Coelho/R3 Animal
O que fazer ao encontrar um pinguim na praia?
- Se o animal estiver nadando, não se aproxime: o resgate ainda não pode ser feito.
- Não force o pinguim a voltar para a água: se ele atingiu a praia, é porque está cansado ou incapaz de continuar nadando.
- Não coloque o pinguim em contato com gelo: animais debilitados costumam apresentar hipotermia.
- Não tente alimentá-lo e afaste animais domésticos.
- Transfira-o para um local seguro: acomode-o em um ambiente seco e aquecido, como uma caixa de papelão.
- Use luvas de látex e máscara facial para qualquer contato e higienize-se em seguida.
- Avise a R3 Animal: ao encontrar um animal marinho morto ou debilitado na praia, ligue para 0800 642 3341.