O que o filme ‘É Assim que Acaba’ pode nos ensinar sobre relacionamentos

Hoje tive a oportunidade de visitar a floricultura de Lily Bloom no cinema. Se você já assistiu ao filme “É Assim que Acaba”, inspirado no livro homônimo de Colleen Hoover, sabe do que estou falando. Caso ainda não tenha visto, recomendo tanto a o best-seller quanto o filme, que já foi visto por mais de um milhão de pessoas.

Imagem do filme ´É Assim que Acaba'

Filme ‘É Assim que Acaba’ traz importante reflexão sobre relacionamentos – Foto: Reprodução Trailler

Se você ainda não leu, não assistiu e não gosta de spoilers, sugiro que volte a esta conversa depois de se inteirar da trama. Mas, se já está familiarizada com a história, ou não se importa com spoilers, vamos juntas!

Os temas relacionamentos abusivos e violência doméstica são parte constante dos meus atendimentos clínicos e pelo portal Sexo Sem Dúvida. Além disso, sou psicóloga voluntária no Mapa do Acolhimento, organização feita por mulheres para mulheres.

O best-seller e o filme abordam exatamente essas questões: relações familiares violentas, relacionamentos abusivos e violência doméstica. E, como estamos no Agosto Lilás, este é um tema crucial para ser discutido.

Você já ouviu falar do Agosto Lilás? Trata-se de uma campanha criada para que o mês de agosto seja dedicado à conscientização e ao combate à violência contra as mulheres. Mas por que agosto? Porque no dia 7 de agosto de 2006 foi promulgada a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340).

E qual é a importância dessa lei? Ela amplia o entendimento sobre quem são as mulheres e reconhece as diversas formas de violência que elas sofrem.

Digo “reconhece” porque muitas dessas violências estão tão enraizadas em nosso cotidiano que, culturalmente, tendemos a não enxergá-las como tais, acreditando que as relações “são assim mesmo”.

Filme ‘É Assim que Acaba’ aborda violências contra a mulher

A lei é fundamental, não apenas para conscientizar, ou seja, para entender quais são essas violências, mas também para amparar as mulheres vítimas de agressões físicas, sexuais, psicológicas, morais e patrimoniais. Eu acrescentaria, ainda, a violência digital, que também precisa ser reconhecida e combatida.

Voltando ao filme “É Assim que Acaba”, o que ele pode nos ensinar para a vida? Em primeiro lugar, é fundamental refletir antes de entrar em um relacionamento. A intensidade pode dificultar a percepção de alguns sinais. No entanto, nem todos os sinais são visíveis. Não se culpe, nem se julgue; a culpa nunca é de quem sofre a violência.

Cuide bem de você. O amor próprio e o autocuidado são grandes aliados na hora de estabelecer expectativas em um relacionamento. Além disso, tenha boas amigas ao seu lado; elas podem ser um suporte crucial em momentos difíceis. Estar cercada de pessoas que te amam é vital para sua saúde emocional.

Por fim, como Lily Bloom nos mostra no filme e no livro, reconhecer-se como uma mulher que sofre violência não é fácil, mas é essencial para sair desse lugar e construir relações mais saudáveis, inclusive com você mesma. Saber nomear e reconhecer a violência é o primeiro passo para agir.

Se você ou alguém que você conhece é vítima de violência contra a mulher, não hesite em denunciar e buscar ajuda. Ligue para o 180, serviço de atendimento a mulheres.

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