Falta de vacinas: com 83,7% dos municípios sem doses, SC tem o pior índice do Brasil

Uma pesquisa apontou que 83,7% dos municípios catarinenses enfrentam uma falta de vacina. O percentual faz com que Santa Catarina tenha o pior índice do Brasil no quesito. Os dados são da CNM (Confederação Nacional de Municípios).

Falta de vacinas afeta principalmente imunização infantil em Santa Catarina, foto mostra bebê sendo vacinado

Falta de vacinas afeta principalmente imunização infantil em Santa Catarina – Foto: Internet/ND

Segundo a CNM, 128 municípios de Santa Catarina estão com falta de vacinas e de agulhas e seringas para aplicar a imunização. O número deixa o Estado com o pior índice do brasil, seguido por Pernambuco, com 80,6% (58); e Paraná, com 78,7% (155).

Enquanto o fornecimento das doses é de responsabilidade do Ministério da Saúde, é o Estado que deve entregar as agulhas, seringas e insumos para a aplicação.

O Ministério da Saúde não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem até a última atualização do texto, o espaço segue aberto. Já a Secretaria de Estado da Saúde, em nota, afirmou que, à pasta, “compete o recebimento dos imunobiológicos e envio aos municípios, o que ocorre sem nenhuma intercorrência” em Santa Catarina.

A SES informou ainda que “acompanha com regularidade” o envio dos itens “junto ao CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde)” e que “continua realizando os pedidos” ao ministério para “atender todas as demandas dos municípios” (leia a íntegra no final da reportagem).

Falta de vacinas ameaça aumento de doenças graves em crianças

O levantamento da CNM foi produzido entre os dias 2 e 11 de setembro. Conforme a pesquisa, a vacina que mais está em falta é a contra a Varicela, que previne a catapora e não está disponível em 1.210 municípios brasileiros. O imunizante contra a doença consta na lista de desabastecimento informada pela SES-SC.

Em seguida, a falta de vacinas afeta a imunização contra a Covid infantil, que está, em média, há 30 dias sem ser reposta. Em terceiro, municípios afirmam estar a pelo menos 90 dias sem doses da vacina Meningocócica C, que protege as crianças contra bactéria que pode causar infecções graves e fatais, como a meningite.

“É importante lembrar que a vacinação foi um dos eixos do desfile de 7 de setembro deste ano. Apesar disso, o que verificamos, infelizmente, foi a falta de imunizantes essenciais há mais de 30 dias na maioria das cidades pesquisadas e ainda o risco de retorno de doenças graves, como a paralisia infantil”, alertou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Leia a íntegra da nota enviada pela SES

“A compra e distribuição de todas as vacinas do Calendário Nacional de Vacinação é de responsabilidade do Ministério da Saúde, conforme definido em legislação federal. Às Secretarias Estaduais de Saúde compete o recebimento dos imunobiológicos e envio aos municípios, o que ocorre sem nenhuma intercorrência no Estado de Santa Catarina.

O Ministério da Saúde disponibiliza um relatório com informações sobre a distribuição das vacinas através do link. O último relatório publicado se refere às informações do mês de agosto.

A SES/SC também acompanha a regularidade do envio junto ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), sendo que o Ministério da Saúde informou que para o mês de setembro há atendimento parcial dos seguintes imunobiológicos:

  • Imunoglobulina Antirrábica Humana
  • Vacina Hepatite “A” (Rotina Pediátrica)
  • Vacina Meningocócica ACWY
  • Vacina Dupla Adulto (dT)
  • Vacina Hepatite B
  • Vacina Tríplice Viral
  • Vacina Meningocócica C
  • Vacina Tetra viral
  • Vacina Covid-19 XBB

E desabastecimento total de:

  • Imunoglobulina anti-hepatite B 100 UI
  • Vacina Varicela
  • Vacina DTP
  • Vacina Febre Amarela
  • Vacina DTPa acelular (CRIE)
  • Vacina HPV

Cabe reforçar que a SES/SC continua realizando os pedidos aos Ministério da Saúde visando a atender todas as demandas dos municípios, mas é necessário que o ente federal garanta o fornecimento adequado dos imunobiológicos para atender as pessoas conforme a indicação de vacinação do Calendário Nacional”, explica a secretaria em nota.

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