As “bruxas de Bucha”: Mulheres que foram treinadas para a guerra

Quando elas vestem o uniforme não existe distinção de gênero. Imagem: Redes Sociais.

Cerca de 100 mulheres atuam na defesa da Ucrânia e atraem a atenção do mundo

O apelido não é oficial, mas são quase 100 mulheres, com idades entre 19 e 64 anos, que se auto denominam como as “bruxas de Bucha”. Todas são voluntárias na guerra da Ucrânia contra a Rússia e atuam em unidades de defesa aérea do bairro de Bucha da capital Kiev. Essas mulheres são treinadas para manusear rifles de assalto e metralhadoras para abater drones kamikazes russos que são lançados sobre o território ucraniano.

Muitas mulheres aderiram ao grupo após a ocupação russa no bairro. Um delas, que não teve o nome divulgado, desistiu da medicina depois de um bombardeio russo e o massacre que ocorreram em Bucha. Ela tem 51 anos e é mãe de três filhos. No início do conflito chegou a tentar fugir com os filhos, mas foi impedida pelos militares de Putin que apontaram armas para a cabeça de um dos filhos. Ela revelou que foi essa situação que a levou a se tornar combatente.

As mulheres são treinadas para manusear rifles de assalto e metralhadoras. Imagem: Reprodução / Telegram.

Os treinamentos são os mesmos que são aplicados para os homens e todas superam os desafios impostos. Outra mulher que faz parte do grupo era dona de uma galeria de arte em Kiev. Ela relata que nunca tinha pensado num desafio deste tipo. “Eu estava preocupada. Nunca tinha tocado numa arma”, comentou.

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O treinamento é coordenado pelo coronel Andriy Verlaty e ele destaca que quando elas vestem o uniforme não existe distinção de gênero. “Há mulheres que podem superar qualquer homem no cumprimento de deveres militares. Elas já conseguem manusear com precisão os rifles de assalto”, declarou o militar.

Destroços de um drone russo abatido pelas bruxas de Bucha. Imagem: Reprodução / Telegram.

Massacre de Bucha

A comunidade de Bucha foi o palco para o assassinato em massa ocorrido em março de 2022 durante a invasão russa da Ucrânia em 2022. Material fotográfico e vídeos do massacre surgiram depois que as forças russas se retiraram da cidade. Entre as atrocidades dos soldados russos relatadas estão tortura, mutilação, decapitação, estupro e abuso sexual.[8]

Mais de 300 habitantes da cidade foram encontrados mortos. A Ucrânia solicitou ao Tribunal Penal Internacional que apure o que aconteceu em Bucha para investigar uma série de crimes de guerra cometidos. No total cerca de mil corpos foram encontrados no Oblast de Kiev, sendo que 458 foram em Bucha. As autoridades russas negam e afirmam que as provas foram plantadas pela Ucrânia.

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