Especialista em Direito Internacional aponta possíveis impactos iniciais da nova legislação anti-imigração da Flórida

Recentemente, entrou em vigor no estado da Flórida uma lei anti-imigrantes de grande impacto, destinada a controlar rigorosamente o fluxo de imigrações ilegais que, majoritariamente, são provenientes do México.

Sob a liderança do governador Ron DeSantis, Republicano que será candidato à presidência nas próximas eleições, esta legislação prevê medidas abrangentes, como penalizações criminais para aqueles que abrigam, contratam ou transportam imigrantes sem autorização legal, além de exigir que hospitais informem o status migratório dos pacientes ao estado.

A iniciativa é vista como uma resposta direta à política de “fronteiras abertas” do presidente Democrata Joe Biden.

De acordo com Daniel Toledo, advogado que atua na área do Direito Internacional,  é preciso esperar mais tempo para entender o real impacto que a lei terá no estado. “Não acredito que será uma imediata caça às bruxas. Mas sim, muito provavelmente haverão mais detenções e uma fiscalização ainda maior, até porque DeSantis será candidato à presidência e precisa mostrar que suas decisões desencadearam em efeitos positivos”, revela.

No entanto, o advogado não vê movimentos extremamente radicais acontecendo sob ordem do atual governador da Flórida. “Eles não devem aumentar o número de agentes para fiscalizar esses imigrantes indocumentados, mas, sem dúvidas, haverá restrições mais pesadas. Algumas pessoas, inclusive, já deixaram o estado por receio das autoridades e de potenciais processos de deportação”, declara.

Para Toledo, a questão da imigração ilegal nos Estados Unidos deve ser resolvida o quanto antes. “O primeiro passo é fechar todas as fronteiras terrestres de forma definitiva. Assim, será possível evitar a entrada de novos imigrantes irregulares e indocumentados, facilitando a fiscalização daqueles que já estão presentes no país norte-americano de forma ilegal”, pontua.

O especialista em Direito Internacional acredita que, com o atual número de agentes fiscalizadores disponíveis, será impossível acabar com esse problema que assola os EUA há muito tempo. “Se as coisas continuarem como estão, apenas haverá um aumento de custos operacionais. Enquanto as fronteiras estiverem abertas para a livre entrada de imigrantes ilegais, a fiscalização seguirá com pouca efetividade”, finaliza.

Por Daniel Toledo

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