Catarinenses trocam investimentos ultraconservadores, mas não deixam a renda fixa

Investimentos ultraconservadores perderam espaço na carteira dos aplicadores catarinenses, neste primeiro semestre do ano. Levantamento realizado pelo Santander Brasil em Santa Catarina mostra que títulos públicos, fundos DI e até a poupança cederam espaço para opções como Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e as Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs). O estudo compara os investimentos realizados pelos clientes entre janeiro e junho de 2023 ante o mesmo período do ano passado. Os números acompanham o cenário nacional, que registrou movimento similar.

A renda fixa – que engloba CDBs, LCI, LCA e LIGs – foi a categoria que mais cresceu no período: 22%, saltando de 39,57% do total da carteira dos investidores no primeiro semestre de 2022 para 48,42% de janeiro a junho de 2023. Este foi o maior crescimentos entre os estados do Sul. Outra categoria que também registrou crescimento no período foram os Certificados de Operações Estruturadas (COEs), que avançaram 32% em 12 meses, ainda que sua representatividade seja bem menor que a da renda fixa: 3,39% do portfólio ao fim de junho deste ano.

“Os dados revelam maturidade dos investidores dispostos a correr um pouco mais de risco – além de uma menor liquidez – em troca de maiores retornos. Tudo isso sem renunciar à segurança oferecida pela Selic ainda em patamares bastante altos”, afirma Leonardo Siqueira, head de Investimentos do Santander Brasil.

Os outros investimentos mais conservadores como o Tesouro Direto e fundos de renda fixa, incluindo os fundos DI, ficaram menos atrativos aos olhos dos investidores: os aportes recuaram 2% e 20%, respectivamente. Outras categorias que também registraram queda nos aportes foram os fundos multimercados, crédito privado e cambiais, que passaram de 10,27% para 6,80% do total do portfólio; fundos de renda variável, que recuaram de 1,97% para 0,99% do total; previdência, de 28,48% para 26,51%; além dos ativos de crédito privado de 1,32% para 1,03%; e ações, ETFs e fundos imobiliários, cuja participação na carteira caiu de 4,43% para 3,13%.

Até a caderneta de poupança, considerada o investimento preferido dos brasileiros, perdeu espaço, passando de 19,21% do total do portfólio em junho de 2022 para 17,35% em junho deste ano.

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