Catarinense relata aflição após queda de avião em Gramado: ‘Sentimos o tremor’

O acidente causado por uma queda de avião em Gramado, na Serra gaúcha, deixou dez pessoas mortas e assustou moradores e turistas que estão na cidade, às vésperas da celebração do Natal. A aeronave despencou na área central do município, poucos minutos após decolar do aeroporto da cidade vizinha Canela, também na Serra gaúcha. Além dos mortos, outras 17 pessoas ficaram feridas.

Família viajou de motorhome até Gramado, na Serra gaúcha, para acompanhar a programação de Natal na cidade – Foto: Patrícia Gomes/ND

Moradora de São José, na Grande Florianópolis, a jornalista Patrícia Gomes chegou em Gramado na quinta-feira (19), acompanhada dos filhos gêmeos, Laura e Gabriel, de 10 anos, e do marido, Fabian Fernandes Gonçalves. Na sexta-feira (20), assistiram ao desfile do Natal Luz, tradicional atração turística que passa pelas ruas da cidade nesta época do ano.

A programação seria repetida na noite deste domingo (22), mas a família acordou com a notícia da queda de avião em Gramado na metade da manhã. “Estávamos na cama ainda, as crianças dormiam quando ouvimos um estrondo muito rápido e alto. Meu marido foi ver porque parecia que tinha sido no nosso carro”, conta à reportagem. A programação de Natal foi suspensa em decorrência da tragédia.

Assim que ouviu o barulho, a jornalista entrou nas redes sociais para se informar sobre o que havia acontecido. “No perfil dos bombeiros, no X (antigo twitter), dizia que tinha um incêndio na avenida das Hortências. Liguei o rádio e eles falaram que era um avião que tinha caído. Parecia uma batida muito forte de carro, mas ninguém imaginou que era um avião que caiu“, lamenta.

Queda de avião em gramado causou tremores, relata turista

Instantes após o acidente, o cheiro de fumaça tomou conta do Camping Gramado, onde o motorhome da família de Patrícia está estacionado. “O nosso motorhome balançou, todos os outros que estão aqui sentiram o tremor e saíram pra ver o que houve. Começamos a ouvir sirenes, muitas sirenes. Parecia muito perto”, lembra Patrícia.

O espaço em que a jornalista está com a família fica a menos de um quilômetro da área da queda de avião em Gramado. Ela lembra que a madrugada foi de muita chuva e vento na cidade gaúcha, mas a precipitação deu uma trégua ao amanhecer. “De manhã, apesar de ainda chover, não tinha aquela ventania. Como tinha muita neblina, não vimos fumaça”, afirma Patrícia.

Há possibilidade de que a queda de avião em Gramado tenha socorrido em decorrência da baixa visibilidade, causada pela neblina. Uma investigação do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), da Força Aérea Brasileira, irá apontar o que causou o sinistro.

Camping em que a família está hospedada fica a menos de um quilômetro do local avião que caiu em Gramado, no Rio Grande do Sul – Foto: Google Earth/ND

Familiares ficaram preocupados, diz testemunha

A jornalista retorna para Santa Catarina nesta segunda-feira (22), planejamento que não foi alterado em decorrência da tragédia na Serra gaúcha.

“Alguns familiares e amigos, que estão acompanhando as postagens e sabem da nossa viagem, vieram perguntar se estávamos bem porque tinham visto a notícia”, conta. A região em que ela e a família estão não foi atingida.

Durante a queda, o avião bimotor, modelo Piper PA-42-1000, atingiu uma casa de dois andares, uma loja de móveis e uma pousada. A alguns metros do local da queda, há um posto de gasolina, que por pouco também não foi atingido.