Quase metade dos consumidores deixou as compras de Natal para última hora

Por Fernando Bortoluzzi | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Mesmo com situação financeira melhor, famílias pretendem gastar menos neste Natal

Existem dois tipos de pessoa: aquela que se antecipa vai em busca dos presentes de Natal para amigos, colegas e familiares com antecedência, para evitar qualquer contratempo; e aquela que deixa as compras para quase em cima da hora. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio-SC), quase metade dos consumidores no estado se encaixam no segundo tipo.

O dado é da pesquisa de intenção de compras para o Natal deste ano, que foi realizada com  2,1 mil pessoas entre os dias 5 e 17 de novembro. Pelo menos 46,2% dos entrevistados respondeu que deixaria para buscar os presentes na semana (37,2%), na véspera (9,0%) ou até mesmo no próprio dia de Natal (0,8%).

 

Em contraste, a maioria definitiva de 51,1% dos consumidores respondeu que prefere realizar as compras de fim de ano antecipadamente, com duas semanas ou até mais de um mês de antecedência, principalmente para aproveitar os descontos da Black Friday e a grana extra do décimo terceiro.

A Sandra, de 61 anos, por exemplo, fez todas as suas compras com duas semanas de antecedência. “Para não pegar muito movimento. Essas lojas ficam muito cheias, né? Então eu acho melhor me antecipar”, conta. Cristina, 42 anos, foi além. Ela fez as compras no começo de dezembro, justamente para evitar o tumulto.

O João Marcos, 27 anos, por outro lado, fez apenas parte das compras com antecedência, mas aguardou alguns dias para fechar a lista. “Preferi esperar até a sexta-feira, quando saiu a outra parte do décimo terceiro”. Ele é coordenador de markeing em uma loja de roupas no Centro de Florianópolis e vê a mesma tendência entre os clientes. “A gente também está sentindo que a galera tá deixando mais pra em cima da hora. Não é como os outros anos, que o pessoal estava comprando um pouco antes. Não é nem por falta de organização, é mais o financeiro mesmo”.

Melhor situação financeira não deve se refletir em compras

A pesquisa revelou também quais são as expectativas de gastos da população neste final de ano. Segundo a Fecomércio, os consumidores buscam gastar em média R$ 672,00 com presentes. Apesar da economia aquecida, a quantia é 2,5% menor em relação ao ano passado, quando o valor médio injetado no comércio por pessoa foi de R$ 689,00.

           

             

As intenções de compra dos entrevistado contrariam as expectativas, uma vez que a percepção financeira das famílias é a melhor já registrada na série histórica. Quase metade dos consumidores (49%) questionados afirmou que sua situação financeira melhorou do ano passado para cá, um aumento de 0,5 ponto percentual, contra 16% que afirmou ter piorado.

Para a Federação, esse contraste é efeito dos aumentos consecutivos na taxa de juros, que foi de 10,75% a 11,25% no mês de novembro e sofreu uma nova alta do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na última semana, chegando a 12,25%. A inflação é outro fator que pode ter influenciado o comportamento de compra dos consumidores, levando a uma postura mais cautelosa nas compras de fim de ano.

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