Cannabis: NBA libera uso para atletas

A temporada 2023/2024 da NBA, liga norte-americana de basquete, começa no próximo dia 24 de outubro. Além da volta ao trabalho de estrelas como Chris Paul e Lebron James e a expectativa pelo rendimento de promessas como Victor Wembanyama, novato do San Antonio Spurs, a liga traz uma novidade em relação à última temporada: um acordo com a associação de jogadores da liga liberou o uso de cannabis pelos atletas. Com cerca de 46 milhões de fãs brasileiros, a NBA é a maior liga do mundo e já havia suspendido os testes aleatórios para detectar a substância em 2020.

Figuras importantes da liga já vinham se manifestando a favor da liberação: é o caso do ala-pivô Kevin Durant e do treinador Steve Kerr, do Golden State Warriors — este último, ainda em 2016, após ter passado por uma cirurgia na coluna e ter que lidar com as dores do pós-operatório, fez a defesa do medicamento à base de cannabis. “Os medicamentos tradicionais têm muitos riscos, como o de adição ou dos efeitos indesejados para saúde com o uso a longo prazo”, explicou o treinador. “O importante é pensarmos no que é melhor para a saúde dos jogadores”.

Para a Dra. Mariana Maciel, médica da Thronus Medical especialista em cannabis medicinal, estudos do canabidiol (principal composto sem efeito psicoativo da cannabis) demonstram “redução considerável da inflamação periférica”, explica. “Tratamentos à base de CBD têm efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores substanciais. Enquanto a inflamação é parte integrante do reparo e da regeneração, a inflamação excessiva pode contribuir para uma dor muscular prolongada e retardar a recuperação funcional”.

“Portanto, os atletas poderiam se beneficiar deste canabinóide para administrar a dor, a inflamação e os processos de inchaço associados às lesões, sendo esta uma alternativa terapêutica aos anti-inflamatórios não esteróides, opióides ou corticosteroides”, diz dra. Mariana Maciel.

Entre as lesões mais comuns entre os praticantes do basquete estão as torções de tornozelo e lesões de joelho, além de problemas com o tendão de aquiles e musculares na região da coxa. Para a maioria dos casos sem gravidade, o tratamento é feito com descanso da região e muita paciência, o que pode causar ansiedade até nos atletas de fim de semana. “O CBD atua na redução dessa ansiedade durante esse processo de recuperação enquanto melhora a qualidade do sono e contribuem para o bem-estar. Baixa disponibilidade de energia também pode causar ou contribuir para reduzir a saúde óssea e o desenvolvimento de fraturas em atletas”.

CBD liberado para investimento

Embora a Wada (Agência Mundial Antidopagem) mantenha o ingrediente psicoativo da cannabis (THC) na lista de substâncias proibidas em competições, o tratamento médico com o CBD é permitido. A NBA, como liga independente, segue suas próprias regras antidopagem. Além da liberação para o tratamento, os atletas podem investir e promover marcas de CBD a partir do acordo.

Nanofármacos: a solução para problemas de absorção

Desde abril de 2022 disponíveis para importação para o Brasil, a evolução de fármacos à base de cannabis têmtem sido um aliado para atletas de alto rendimento e para os amadores.

Isso porque os óleos de CBD encontrados hoje no mercado têm baixa “absorção” pelo corpo humano. Pesquisas indicam que cerca de apenas 6% do CBD convencional e 8% do THC convencional alcançam a circulação sistêmica após ingeridos², enquanto nos produtos desenvolvidos com nanotecnologia – a Power Nano™ da Thronus Medical – a absorção efetiva desses fitocanabinóides pode ser até 10 vezes maior e mais rápida. 

A tecnologia com base na nano fármaco foi desenvolvida pela médica Mariana Maciel, brasileira de Minas Gerais radicada em Vancouver, e é revolucionária porque torna possível a redução de partículas de cannabis a cerca de 17 nanômetros, além do encapsulamento dessas moléculas em uma solução hidrossolúvel — algo até então inédito no mercado farmacêutico. O resultado é a potencialização na absorção e, com isso, maior eficiência dos princípios ativos dos fármacos.

“Sabemos que os óleos de CBD tradicionais têm baixa absorção porque se diluem pouco no aparelho digestivo”, explica a Dra. Mariana Maciel, que complementa: “nosso organismo — que é constituído principalmente de água — tem dificuldade em absorver óleos. Além disso, os óleos de CBD tradicionais são compostos por moléculas grandes que, somado à alta metabolização hepática dos princípios ativos, se tornam mais um dificultador para uma boa absorvência”.

Segundo a médica, essas complexidades metabólicas são importantes catalisadores das pesquisas que sua equipe vem desenvolvendo há anos, “sempre buscando soluções inovadoras para levar a máxima eficiência e derrubar as barreiras à adoção do tratamento com cannabis medicinal”, finaliza.

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