Profissionais querem novas formas de trabalho

É tudo o que a Economia 4.0 sinaliza como tendência. A criação de novos processos e fluxos de trabalho digitais, onde a tecnologia se apresentou como a principal ferramenta de trabalho, está permitindo que mais profissionais atuem fora do modelo tradicional de cumprimento de horas no escritório.  Esse é um dos pilares da atual Economia 4.0, que está trazendo uma nova ordem ao mundo do trabalho.

A pandemia acelerou o processo. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) publicou um estudo americano que aponta que a pandemia dobrou o ritmo do crescimento do home office e, atualmente, uma a cada três empresas adotam a modalidade de trabalho.

A remuneração flexível, de acordo com o resultado, também tem sido mais praticada pelo mercado de trabalho tradicional. Fornecer benefícios extras aos colaboradores, tais como voucher para combustível ou academia,  cresceu em quase 70% no País em 2022, segundo pesquisa realizada pela Leme Consultoria em parceria com a startup Swile.

É neste contexto que a profissão de corretores de imóveis tem passado por uma ressignificação. Mesmo sendo antiga, o modus operandis da atividade, que se tornou sexagenária em 2022, está à frente de seu tempo. Desde sempre, o profissional da área não tem horário fixo a cumprir na empresa onde atua e tem ganhos proporcionais a seus resultados.

“A gente vê hoje o modelo de trabalho convencional se aproximar do nosso modelo de trabalho.  As pessoas não se vêem mais em modelos tradicionais, de cumprir horário. Nisso, a área imobiliária está muito atual. Cada um faz o seu horário e busca o seu ganho. Ela permite uma flexibilidade que as demais profissões descobriram na pandemia”, considera Ricardo Teixeira, sócio da URBS Imobiliária, uma das maiores do Estado de Goiás, com 46 anos de história.

Os atrativos da profissão de corretagem tem conquistado cada vez mais adeptos. Segundo dados levantados pelo Creci Goiás, no período de 2021 a 2022, foi registrado um aumento de 44% no número de inscritos no Conselho.  Na URBS, são mais de 600 corretores de imóveis parceiros.

Felling feminino

Jane Ferreira é uma das profissionais que vêm sendo exemplo no mercado.  Com 22 anos de mercado, aprendeu que seus ganhos são conquistados fora dos limites do escritório. Ao trocar o meio empresarial pela corretagem, percebeu que a flexibilidade da profissão, e os ganhos advindos de atrativas  comissões, eram mais vantajosos e combinavam melhor com seu perfil profissional.

Hoje, ela coordena uma equipe de vendas 100% feminina e calcula que passa no escritório no máximo, três horas diárias. Momento esse utilizado para reuniões de alinhamento e treinamento. As horas restantes são dedicadas a estabelecer os relacionamentos profissionais que vão lhe permitir serem revertidos em venda. “Temos que estar onde o cliente está”, alega.

Para ampliar o seu poder de convencimento e de captação de clientes, adotou as redes sociais como aliada, e contratou um profissional para cuidar delas. Hoje, ela divulga em seu perfil pessoal os produtos que está comercializando, as vantagens comerciais e ainda sua rotina diária que se faz fora dos limites do escritório, mas dentro das oportunidades captadas no contato pessoal com integrantes da sua carteira de clientes.

Informação estratégica

O gestor comercial Mauro Faleiro, outro destaque, lembra com precisão como foi o seu ingresso no mercado imobiliário há doze anos. Em 2011, ao conhecer detalhes de um empreendimento imobiliário, conseguiu levantar espontaneamente três clientes para o produto, sem ao menos ter formação específica para atuar como corretor de imóveis. Foi daí que veio o convite para a profissionalização e para integrar uma das mais renomadas imobiliárias da capital Goiânia.

Hoje, atuando como gestor de uma equipe comercial da URBS, busca munir seu time com informações estratégicas e privilegiadas para que eles saiam a campo à conquista de clientes. Nos últimos cinco anos, Faleiro coordena uma equipe que movimenta R$50 milhões em vendas, por ano. “Você precisa enxergar além dos diferenciais apresentados pelo empreendimento, e saber fazer a leitura de onde ele está inserido, do potencial daquela região para a vida do seu cliente. Com essas informações em mãos, então se parte para desbravar a carteira de clientes e os locais onde é possível encontrá-los”, orienta.

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