

Ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques foi anunciado como secretário de São José ainda em 2024, pelo então prefeito e candidato a reeleição, Orvino de Ávila (PSD) – Foto: Divulgação/ND
O ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques, permanecerá como secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, na Grande Florianópolis, mesmo após se tornar réu por tentativa de golpe de Estado.
Segundo entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), ele e mais cinco denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) foram responsáveis pela “gerência” da iniciativa golpista, realizada após as eleições de 2022.
Nessa terça-feira (22), os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, que compõem a Primeira Turma do Supremo, votaram para tornar réus todos os denunciados que fazem parte do segundo núcleo investigado pela PGR.
Silvinei Vasques mantém cargo municipal em São José
A reportagem do ND Mais entrou em contato com a administração municipal a respeito da permanência de Silvinei Vasques no cargo, uma vez que reponderá criminalmente pela tentativa de golpe de Estado em 2022.
Em resposta, a secretaria Integrada de Comunicação informou que não haverá uma manifestação oficial a respeito da aceitação da denúncia, mas garantiu que Silvinei Vasques continua “trabalhando normalmente”.

Silvinei Vasques foi diretor-geral da PRF durante a gestão de Jair Bolsonaro- Foto: SINPRF PARANÁ/Reprodução/ND
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal está no cargo desde janeiro, quando o prefeito reeleito, Orvino de Ávila (PSD), tomou posse do segundo mandato.
Entenda denúncia contra Vasques em tentativa de golpe de Estado
Segundo a denúncia da PGR, Silvinei Vasques, Marília Alencar e Fernando de Sousa Oliveira usaram a PRF e a estrutura do Ministério da Justiça para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Além deles, Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência; o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; e o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, também se tornaram réus na ação.
Silvinei Vasques, Fernando Oliveira e Marília Ferreira teriam produzido relatórios de inteligência para montar operações que dificultassem o voto de eleitores do Nordeste, reduto histórico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A PGR afirma que os três “coordenaram o emprego de forças policiais para sustentar a permanência ilegítima” do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Segundo a denúncia, eles tentaram “minar o sistema democrático pelo uso da força inerente à estrutura policial do Estado, mediante ações de embaraço e intimidação de eleitores”.