

Governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), em Brasília. – Foto: Rodrigo Félix Leal/AEN
Atualmente no PSD, o partido de Ratinho Jr. nem sempre foi o mesmo ao longo da sua trajetória política. A cerca de um ano e meio para as eleições presidenciais, o governador do Paraná é um dos possíveis candidatos para compor uma chapa conservadora em 2026.
A última vez que Ratinho Jr. mudou de sigla foi em 2016, quando saiu do PSC (Partido Social Cristão). A filiação ao PSD (Partido Social Democrático), atual partido de Ratinho Jr., providenciou as condições políticas para a disputa do governo do Paraná, em 2018.
A reeleição, em 2022, também foi pelo PSD. Próximo a completar uma década na sigla, Ratinho Jr. tem o apoio público da sigla para lançar uma candidatura própria para a presidência da República em 2026. No entanto, as costuras políticas podem derrubar a sua pré-candidatura ou até mesmo o levar a outro partido.
O primeiro partido de Ratinho Jr.
A primeira eleição de Ratinho Jr. foi em 2002, aos 21 anos. Na época, seu pai, o apresentador de televisão Carlos Massa, o Ratinho, ajudou-o na campanha para a Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). Como comunicador reconhecido nacionalmente e com histórico político, Ratinho acompanhou comícios e viu o filho ser eleito deputado estadual com mais de 189 mil votos.
Na época, o partido de Ratinho Jr. era o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Apesar do nome fazer referência ao socialismo, o PSB divergiu diversas vezes de siglas alinhadas ao campo progressista. Em 2016, por exemplo, o PSB foi a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) e depois fez parte da base do governo de Michel Temer (PMDB).
Mesmo assim, a sigla não refletia os valores que Ratinho Jr. buscava representar na Alep. Em 2003, migrou para o PPS (Partido Popular Socialista). No entanto, ficou pouco tempo no partido, que desde de 2019 passou a se chamar Cidadania.
Ratinho Jr. permaneceu pot nove anos no PSC
Para disputar a vaga de deputado federal pelo Paraná em 2006, o partido de Ratinho Jr. era outro. Filiado ao PSC (Partido Social Cristão), foi eleito pela primeira vez para atuar no Congresso Nacional.
Durante seus mandatos como deputado federal, Ratinho Jr. apresentou mais de 40 PLs (Projetos de Lei) e 50 PECs (Propostas de Emenda à Constituição). A grande maioria das proposições foi durante o seu primeiro mandato.
De acordo com os registros da Câmara dos Deputados, os principais temas de interesse do deputado eram inovação, transporte e desenvolvimento urbano. Nas comissões, Ratinho Jr. integrou a de Ciência, Tecnologia e Inovação e participou de outras como suplente.
Em 2010, ano da reeleição como deputado federal, o partido de Ratinho Jr. ainda era o PSC. Ele obteve quase 360 mil votos, a maior votação da história do Paraná até aquele momento. Além da manutenção como membro titular na Comissão de Ciência e Tecnologia, a sua atuação em projetos de infraestrutura no primeiro turno o lançou à líder da bancada do PSC na Câmara dos Deputados.
Em setembro de 2012, Ratinho Jr. pediu licença das funções de deputado federal para disputar a prefeitura de Curitiba pelo PSC. No primeiro turno, Ratinho Jr. terminou em primeiro lugar com 34% dos votos válidos. Porém, no segundo turno, Gustavo Fruet (PDT) reverteu a vantagem inicial com o apoio do Partido dos Trabalhadores e foi eleito prefeito com cerca de 61% dos votos válidos.
No fim de dezembro, após as eleições, Ratinho Jr. estava de volta ao cargo legislativo. Mas sua volta durou pouco. Logo após a virada do ano, em janeiro de 2013, o então governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), convidou Ratinho Jr. para ocupar a Sedu (Secretaria do Estado do Desenvolvimento Urbano do Paraná).
O cargo na secretaria permitiu Ratinho Jr. dialogar com prefeituras por todo o Paraná. Em abril de 2014, pediu licença também da Sedu, desta vez para voltar a disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná.

Ratinho Jr. em discurso na Alep. – Foto: Divulgação/Alep
Eleição de Ratinho Jr. aumenta bancada do PSC na Alep
Após ganhar duas eleições consecutivas para deputado federal e concorrer à prefeitura da capital, a candidatura à Alep parecia um recuo em termos de projeção nacional. No entanto, a escolha estratégica ajudou a aumentar a bancada do partido de Ratinho Jr. e reforçou a proximidade com a comunidade paranaense.
Eleito com mais de 300 mil votos, a bancada do partido de Ratinho Jr. saiu de dois para 12 membros. Assim, a escolha estratégica de disputar a vaga para deputado estadual nas eleições de 2014 consolidou a sua liderança política no estado.
Apesar de eleito, Ratinho Jr. não voltou a participar dos debates na Alep. No início do seu mandato, em 2015, voltou para a Sedu, onde permaneceu até a corrida eleitoral de 2018.
Atual partido de Ratinho Jr. é o PSD
Porém, antes de disputar o governo do estado, o partido de Ratinho Jr precisava ter a projeção necessária para alavancar a sua candidatura. Por isso, em 2016, ele se filiou ao PSD (Partido Social Democrático), o novo partido de Ratinho Jr.
A campanha de Ratinho Jr. para governador em 2018 custou mais de R$ 14 milhões, de acordo com números apresentados ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As demandas exigiam uma máquina partidária com orçamento e tempo de televisão.
Depois de nove anos no PSC, a sigla não comportava mais as ambições políticas de Ratinho Jr. O projeto que chamou mais a atenção da liderança paranaense foi o apresentado pelo fundador do PSD, Gilberto Kassab.
O partido, criado em 2011, é considerado de centro, com boa presença estadual. No Paraná, o PSD buscava se fortalecer e Ratinho Jr. já havia provado nas eleições de 2014 que tinha apoio amplo da população e das prefeituras do Paraná.

Cerimônia de oficialização da filiação ao PSD, partido de Ratinho Jr. – Foto: PSD/ Divulgação
A filiação ao PSD, atual partido de Ratinho Jr., foi articulada com apoio do então governador Beto Richa, que havia nomeado Ratinho Jr. na Sedu, e de lideranças municipais. Com a oficialização da pré-candidatura em 2016, o então secretário de Desenvolvimento Urbano do Paraná percorreu o estado anunciando obras e melhorias nos dois anos seguintes.
Em abril de 2018, Ratinho Jr. se licenciou da Sedu para concorrer ao governo do Paraná pelo PSD. Elegeu-se no primeiro turno com mais de 60% dos votos. Quatro anos depois, foi reeleito com 69% dos votos válidos.
Campanha presidencial de Ratinho Jr. em 2026
Para as eleições de 2026, o governador do Paraná é um dos nomes ventilados para ocupar a presidência da República. Além dele, Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), governador de Goiás, são lideranças conservadoras cogitadas para a corrida presidencial.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, manifestou publicamente que o PSD, o partido de Ratinho Jr., pode lançar candidatura própria. Até outubro de 2026, outras costuras políticas podem acontecer e Ratinho Jr. também é cotado para integrar uma chapa como vice-presidente.