Casa de Retiros Vila Fátima – História

Conheça a história da Casa de Retiros Vila Fátima, um dos pontos turísticos mais visitados de Florianópolis.
Casa de Retiros Vila Fátima

A Casa de Retiros Vila Fátima tornou-se um dos pontos turísticos mais visitados de Florianópolis pela boa relação que sempre manteve com a comunidade à sua volta, e pela sua privilegiada localização – o alto do Morro das Pedras, entre o mar e a Lagoa do Peri.

A casa de retiros foi tão importante para o desenvolvimento da comunidade que o bairro recebeu o nome de ‘’Morro das Pedras’’ em homenagem ao casarão.

Há 60 anos a Vila Fátima vem prestando seus serviços à Igreja e à comunidade. Milhares de pessoas já passaram por ela em busca de energia para o espírito, de descanso para o corpo e enriquecimento para a mente.

Saiba mais sobre a História da Casa de Retiros Vila Fátima

Os padres jesuítas chegaram à Vila de Desterro, por volta de 1748. No século 18, começaram a dar aulas de latim, francês e filosofia no Colégio de Nossa Senhora do Desterro, primeira instituição de ensino de Santa Catarina e a primeira da Companhia de Jesus no Brasil. Em 1906, o colégio ressurge como Ginásio Catarinense, concretizando o projeto dos jesuítas na Ilha de Santa Catarina. Entre as atividades realizadas pelos alunos e professores estavam os retiros espirituais, que, no começo, eram realizados nas próprias dependências do Catarinense. Mas, além do local ser pequeno, também não era o ideal, pois ficava no Centro, que já começava a crescer.

Desde 1922, os padres demonstravam interesse em comprar uma nova área, mais adequada a esses encontros de espiritualidade e contemplação da natureza. Somente em 1946, porém, padre Alfredo Rohr, então reitor do colégio, envia carta ao provincial dizendo ter encontrado um local ideal para a construção da casa de retiros:

– Encontrei um sítio que tem muitas vantagens… Fica entre o mar grosso e a Lagoa do Peri… Abrange parte de planície e parte de morro… Tem estrada, linha de ônibus, água suficiente, porque a Lagoa do Peri é de água doce.

Fechou-se a compra da área de 12 hectares, por 27 mil contos de réis. Começaria, então, um novo capítulo na história da comunidade do Sul da Ilha.

Administradora da Casa de Retiros há 10 anos, Edineia Romão conta que o local foi inaugurado em 1956, mas a construção começou alguns anos antes. Até então, aquela comunidade pertencia à Armação do Pântano do Sul e não passava de um aglomerado de casinhas, sendo que a maioria dos moradores era muito pobre. Plantavam produtos de subsistência, coletavam mariscos e alguns eram pescadores.

Com a construção da enorme casa de pedra no alto do morro, começaram a chegar pedreiros, serventes, mestres de obra, quase todos filhos de italianos vindos de Nova Trento, que dominavam a técnica de edificação. Alguns homens da comunidade também aprenderam o ofício e a pequena vila começou a ficar movimentada e a progredir. Além das pedras do próprio morro (quebradas com o uso de pólvora), mais de 100 mil tijolos foram transportados pelo mar.

Até então, não havia água encanada na comunidade, nem luz elétrica. O ônibus só passava uma vez por semana, as casas eram feitas de taipa e não havia escola. Durante a construção do casarão, os operários abriram a rodovia que passa entre o morro e o costão da praia, utilizada até hoje. Antes, a estradinha rudimentar passava pela Lagoa do Peri.

Na época, José Lino morava em Santo Amaro da Imperatriz, onde já trabalhava na construção civil. Mudou-se com a mulher e cinco filhos para o Sul da Ilha e, durante 10 anos, emprestou não só sua força física como também sua inteligência à obra dos jesuítas. Foi ele, por exemplo, que idealizou o sistema de encanamento de água doce direto da Lagoa do Peri até o alto do morro. Deu tão certo que, seis décadas depois, continua em perfeito funcionamento.

O casarão foi construído para abrigar os retiros dos estudantes, professores e padres do Colégio Catarinense, mas pouco tempo depois já abriu suas portas para outros públicos. Ainda hoje tem como atividade principal os retiros espirituais, mas agora aberto a outras religiões e filosofias de vida, especialmente aquelas que pregam um contato mais íntimo com a natureza. Atualmente, a Casa também funciona como hotel, nos meses de verão, para férias familiares.

Confira este e outros pontos turísticos do Sul da Ilha no nosso Guia de Passeios: https://ducampeche.com.br/passeio/casa-de-retiros-vila-fatima-morro-das-…

Fontes: Jornal Diário Catarinense e site vilafatima.com.br.

Fotos: G1.

 

Casa foi construída em 1956 pelos padres jesuítas (Foto: Divulgação)Trabalhadores na construção da Casa de Retiro (Foto: Acervo Jonas Cadorin)

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