Sequenciamento genético amplia opções de tratamento oncológico

Definir tratamentos oncológicos personalizados, além de trazer maiores índices de sucesso, pode também reduzir os efeitos adversos provocados pelas terapias convencionais. E para construir estratégias cada vez mais sob medida às demandas e características do paciente destaca-se o chamado sequenciamento genético – uma ferramenta inovadora que possibilita a indicação de tratamentos específicos com resultados cerca de 90% favoráveis em relação à quimioterapia, por exemplo.

“Este recurso em tecnologia de precisão está cada vez mais próximo de nós, auxiliando as decisões do médico oncologista a fim de trazer maior qualidade de vida ao paciente”, comenta Dr. Lucas Espíndola, da Oncoclínicas na Grande Florianópolis.

O oncologista considera que é provável que em alguns anos seja possível fazer um exame de sangue para detectar muito precocemente o aparecimento destas células e evitar que cresçam e tragam maiores riscos. “Assim não precisaremos discutir se faremos quimioterapia ou tratamento alvo, uma vez que não teremos a doença estabelecida”, complementa.

Dr. Espíndola afirma que hoje a grande maioria dos tumores e de pessoas com câncer pode ter indicação para realizar algum sequenciamento genético. No entanto, vários fatores levam os testes a não serem pedidos e as principais barreiras são o conhecimento médico e o acesso aos testes diagnósticos. Ele explica que o sequenciamento genético pode ser dividido em dois tipos: o tumoral, também chamado de somático, no qual são analisados genes do câncer; e o germinativo, que analisa os genes da pessoa. “Grande parte dos novos tratamentos são com drogas com alvo específico e que só podem ser usadas em pessoas ou tumores que possuem determinada mutação, não envolvendo mais quimioterapia”.

Por isso, a oncologia de precisão amplia as opções de mais tratamentos personalizados com melhor qualidade de vida e maior margem de sucesso. Outra vantagem é a detecção de genes presentes na família, permitindo o rastreio precoce de parentes com a doença, reduzindo as chances de ocorrência de novos cânceres e aumento das possibilidades de cura. Os testes de sequenciamento tumorais podem ser feitos no tecido do câncer obtido através de biópsia ou no sangue por meio da biópsia líquida. Já as análises de sequenciamento germinativo são realizadas principalmente em saliva ou sangue.

“Hoje usamos o sequenciamento genético para tratamento refinado do câncer. Porém, cada vez mais há estudos que direcionam a genética para uma fase mais precoce da doença, que é a detecção de células cancerígenas antes que sejam visíveis pelos exames convencionais, como tomografias”, finaliza o médico oncologista.

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