Museu Victor Meirelles reabre com nova exposição na Maratona Cultural

 Após alguns meses fechado em razão da demolição de prédios vizinhos, o Museu Victor Meirelles (Ibram/MinC) reabre às 19h do dia 22 de março de 2024 com a inauguração da mostra “No princípio toda casa é estrangeira”, que integra a programação da Maratona Visual para a Maratona Cultural de Florianópolis. Outras duas exposições também fazem parte da mostra e acontecerão simultaneamente na Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti – “Quando o corpo finalmente encontra lugar” – e no Largo da Alfândega – “Exercícios para a noite e para o dia”. As mostras reúnem trabalhos em diversos suportes e linguagens, de artistas convidados e selecionados a partir de uma convocatória aberta. Com títulos inspirados nos poemas de Ana Martins Marques (1977, MG), englobam a ideia de transformação – do tempo, das intimidades, das subjetividades, das questões coletivas, sociais e de resistência.

A curadoria é de Fran Favero e Francine Goudel, com promoção e realização do Instituto Maratona Cultural. A visitação é gratuita e ocorre de terça a sexta das 10 às 18h e, aos sábados, das 10 às 15h, exceto feriados, até 20 de abril. Excepcionalmente para a Maratona, o MVM estará aberto nos dias 23 e 24 de março, sábado e domingo, das 10 às 19h. Estarão em cartaz obras em pintura, arte têxtil, fotografia, vídeo, objeto e instalação de oito artistas e um coletivo. Integram a mostra Amanda Melo da Mota, Bruna Granucci, Claudia Lira, Coletivo Se essa rua fosse minha, Dariane Martiól, Fabíola Scaranto, Juliana Hoffmann, Nita Monteiro e Yone Araujo.

Esta exposição, segundo as curadoras, encontra a ideia de transformação por meio da cadência do tempo, de um estado de suspensão que permite percorrer o itinerário de moradas. Os trabalhos remexem o terreno do espaço íntimo e expõem aquilo que constrói a fundação de onde se habita, um lugar de refúgio, mas também de disputa, um local de constante desencaixe e ajuste entre aquilo que nos é próprio e o que nos precede e ultrapassa. O ponto de vista de mulheres artistas é posto em evidência, cada qual com seu processo, tramando um convite para adentrarmos o que é familiar, mas prestes a ser transformado.

Equipe técnica

Curadoria e textos: Francine Goudel e Fran Favero

Montagem: Flávio Xanxa Brunetto

Produção: Iam Campigotto

Material gráfico: Lorena Galeri

Apoio: Museu Victor Meirelles

Promoção e realização: Instituto Maratona Cultural

Artistas participantes

Amanda Melo da Mota

Bruna Granucci

Claudia Lira

Coletivo Se essa rua fosse minha

Dariane Martiól

Fabíola Scaranto

Juliana Hoffmann

Nita Monteiro

Yone Araujo

Currículo das curadoras

Francine Goudel (1984), natural de Florianópolis, SC, é doutora em Artes Visuais – Teoria e História, pela Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, mestre em Estudos Avançados em História da Arte pela Universidade de Barcelona – UB, Espanha, pós-graduada em Gestão Cultural pela Universidade Nacional de Córdoba – UNC, Argentina e graduada em Educação Artística – Artes Plásticas pela UDESC. Atua como pesquisadora, curadora, produtora cultural e professora. É membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA, atualmente assumindo o posto de tesoureira (20022-2024). Participa do grupo de pesquisa História da Arte: Imagem-Acontecimento (CNPq/UDESC). É fundadora da marca Lugar Específico, uma plataforma de serviços para artistas e agentes do circuito de arte (2014-2018). Como Produtora Cultural, desde 2002 idealiza, desenvolve e executa projetos ligados a promoção das Artes Visuais. Atuando conjuntamente como curadora, vem desempenhando projetos que evidenciam a produção de artistas visuais, sobretudo com produção em Santa Catarina. Em 2017 e 2019 atuou como curadora da Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba – Polo SC, juntamente com Juliana Crispe e Sandra Makowiecky, recebendo da Academia Catarinense de Letras e Artes o Prêmio Victor Meirelles – Personalidade do ano (2019), pelo trabalho desenvolvido à frente da organização. Como pesquisadora desenvolve investigações e textos contemplando os seguintes temas: Gestão das Artes Visuais, Sistema de Arte, Residência de Artista e História da Arte de Santa Catarina. Em 2020 publica a tese “O Sistema das Artes Visuais em Florianópolis”, um estudo inédito que detalha o modo de produção, circulação, validação e consumo do objeto artístico na capital catarinense. No final do ano de 2020 a começo de 2021, esteve à frente da Diretoria de Artes e Cultura da Fundação Catarinense de Cultura. Em 2022 recebe da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA o Prêmio Gilda de Melo e Souza, destinado ao reconhecimento de críticos em início de carreira. Atualmente é curadora-chefe do Instituto Collaço Paulo e também trabalha com assessoria e consultorias para artistas, projetos e coleções.

Fran Favero (1987), paranaense, vive e trabalha em Florianópolis. É artista visual, professora, pesquisadora e curadora. Mestra em Artes Visuais pelo PPGAV/UDESC e Bacharelado em Artes Visuais pela UDESC, com intercâmbio para a UQAM, Montreal, Canadá. Entre 2016 e 2020 fez parte do Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza, um espaço independente e interdisciplinar proposto por mulheres do campo da arte, cultura, saúde e infância. De 2020 a 2023, atuou como professora colaboradora do Departamento de Artes Visuais da UDESC. Integra a equipe do Projeto Armazém, projeto focado na difusão e criação de acervo de múltiplos e publicações de artistas. Como artista visual, participa de exposições desde 2011, incluindo as individuais Duas Margens (2023), REDE CHOQUE – Fran Favero (2020), Galeria Choque Cultural, SP; Ninguém consegue segurar o ar, 14a Bienal Internacional de Curitiba, Museu de Arte de Santa Catarina (2019) e Y/Rembe´y, Museu Victor Meirelles/SC (2016). Entre as exposições coletivas estão o Circuito Latino-Americano de Arte Contemporânea (2021), Casa de Cultura Mario Quintana, Porto Alegre/RS; What’s going on in Brazil?, Les Rencontres de la Photographie d’Arles, França (2019) e Confluências: arte em intercâmbio (2017), Sesc Interlagos. Participou do 11o Salão Nacional Victor Meirelles, Museu de Arte de Santa Catarina (2022), foi premiada no Artistas de Impacto, Ministério da Cultura e Nubank (2023), finalista do Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea de Santa Catarina (2021) e selecionada no Prêmio Jovens Artistas: a arte contemporânea em Santa Catarina (2018). Em 2021, participou das residências artísticas A Zero e SomaRumor. Entre as principais exposições das quais participou como curadora estão Casa/Retalho, DAV/UDESC, Florianópolis, SC (2023), Tem gente nesses pixels, Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza (2020), Carros dos Sonhos, Espaço Cultural Armazém – Coletivo Elza (2020), Florianópolis, SC, Deslimites, Galeria Sesc Centro, Sesc Alagoas, em Maceió (2020) e 16° Projeto Armazém no Masc: o mundo como armazém, no MASC, em Florianópolis/SC (2018).

Currículo das artistas

Amanda Melo da Mota

Amanda Melo da Mota Silveira (São Lourenço da Mata, Pernambuco, 1978). Artista visual. Destaca-se por criar relações de interferência múltipla entre corpo e espaço, humano e natureza, por meio de desenho, performance, objeto, fotografia e vídeo. Alia a arte ao encontro, para que estes resultem em vivência transformadora e visualidade poética. Graduada no curso de Educação Artística da Universidade Federal de Pernambuco. Destacam-se suas exposições individuais na Fundação Joaquim Nabuco, Recife, em 2002 e em 2005 no Projeto Trajetórias, da mesma instituição. Em 2007 realiza individual no instituto Banco Real em Pernambuco e integra o programa de performances Mamam no Pátio. Entre as exposições coletivas destaca-se o Projeto Rumos de Artes Visuais edição 2005/2006. Neste mesmo ano, recebe prêmio do Programa Bolsa Pampulha (MG). Em 2008 é premiada no 47º Salão de Artes de Pernambuco com o projeto Sal é Mar. Em 2010, participa do programa expositivo do Centro Cultural São Paulo. Em 2011, realiza as individuais Água Viva no Centro Cultural Banco do Nordeste em Fortaleza e Esplendor na Galeria Moura Marsiaj.

Bruna Granucci

Bruna Granucci é cineasta de formação, diretora de arte e artista visual por predileção. Trabalha na ilha de Florianópolis em SC. Múltipla, a sua produção abrange desde colagens analógicas, bordados livres passando pelo desenvolvimento de vídeos experimentais e projetos de instalação. Nesses diferentes meios e experimentações procura estabelecer um diálogo com o seu entorno social e político e suas experiências pessoais, materializando a subjetividade de seu pensamento, recorrendo sistematicamente a um discurso feminista e poético. Participou de mostras de arte e feiras gráficas em Porto Alegre e São Paulo, além de exposições coletivas e individuais em Santa Catarina. Atualmente, integra o coletivo mulheres mato, onde desenvolve uma pesquisa sobre o corpo feminino e sua condição marginal de ocupação dos espaços sociais.

Claudia Lira

Natural de Brusque-SC, possui graduação em Artes Visuais (UDESC) e Engenharia Química (UFSC). Utiliza diferentes técnicas e linguagens como: vídeo, fotografia, fotoperformances, escrita, impressos, instalações, performance e webart. Constrói em seus trabalhos um pensamento arte-científico, que permeia todo o processo de pesquisa e materialização. Investiga as relações e ficções possíveis dentro de conceitos estabelecidos como entropia, termodinâmica, relatividade, geodinâmica e forças naturais. Em suas investigações, habita e atravessa as interfaces entre camadas de realidade, carregando a efetivação desses fenômenos na existência do corpo e sua imagem nas interações com o espaço natural e virtual. Participou de mostras individuais e coletivas em Florianópolis, entre elas: O Jardim (Espaço Arco, 2006), De Dentro para Fora (MASC, 2007), Ressonâncias (BADESC, 2007), Mostra Dois – A Entropia das Coisas (MESC, 2009), Mostra Armazém (Museu Victor Meirelles, 2011), Em Cartaz – Mostra de Vídeos (Museu Victor Meirelles, 2012), Mostra Hassis de Videoarte (Fundação Hassis, 2013), Armazém 5ªed. (Fundação Assis, 2014) e, recentemente, a Mostra EAV do Parque Lage (2020 e 2021) e a Maratona Cultural 2023, na exposição Segunda Natureza.

Coletivo Se essa rua fosse minha

Coletivo “Se Essa Rua Fosse Minha” nasce da necessidade de botar a cara no sol, de botar arte na rua. Um projeto de lambe-lambe colado com a fotografia que brotou no interior do meio-oeste de SC. Pegando vento e poeira no rosto, em 2021 saiu do papel a vontade de unir a arte urbana ao meio rural. A mistura de água e cola, cidade e campo, vem traçando o caminho até aqui. Colam-se prosa e poesia pelas ruas, as paredes agora têm olhos e ouvidos.

Dariane Martiól

Dariane Martiól (1988 – Coronel Vivida, PR). É artista visual, doutoranda no PPGAV/UDESC; mestre em Artes Visuais; bacharela em Pintura e licenciada em Filosofia. Vem participando de diferentes mostras coletivas, foi premiada no Festival Photothings de fotografia (2021) e no 17° Salão Nacional de Arte Contemporânea de Guarulhos. Em 2022 participou da 32° Programa de Exposições do Centro Cultural de São Paulo. Em 2023 foi artista residente na 2° edição do Fórum de Fotoperformance e foi selecionada para o Programa Pivô Pesquisa 2024.

Fabiola Scaranto

Formada em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina em 2006. É mestre e doutora pela mesma instituição em Processos Artísticos Contemporâneos. Pesquisa o conceito de ensaio nas artes visuais enquanto prática artística, escrita e suas relações. Estuda também o conceito de temporalidade e impermanência do gesto na relação da passagem entre o vazio e o cheio e o visível e o invisível e seus desdobramentos principalmente por meio do vídeo. Tem experiência no ensino de artes formal e informal e na produção de projetos culturais.

Juliana Hoffmann

Juliana Hoffmann, 1965, natural de Concórdia/SC, reside e trabalha na capital catarinense. Formou-se em Engenharia Civil, abandonando esta carreira após breve atuação para se dedicar à arte. Ao longo de sua trajetória, realizou diversas mostras individuais em espaços expositivos de seu estado, como Museu de Arte de Santa Catarina (1991 e 2004), Museu Histórico de Santa Catarina (2008) e Fundação Cultural Badesc (2017). Em 2015 ganhou o Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea, com residência artística na Cité Internationale des Arts, em Paris. Os projetos coletivos incluem participações em salões de arte em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2017 e 2019 expos seus trabalhos na Bienal Internacional de Curitiba. Tomou parte, ainda, em alguns Simpósios Internacionais de Arte, entre eles: “Paint-a-Future – França/2007, “No Boundaries”- EUA/2008, “Sianoja”- Espanha/2016 e “Art Circle” – Eslovênia/2019.

Nita Monteiro

Cursou a graduação em Arquitetura e Urbanismo na Universidade de São Paulo, ambiente onde teve contato com diversos profissionais da arte, como, por exemplo, o curador Agnaldo Farias, que foi orientador do seu projeto de iniciação científica, que se debruçou sobre intervenção urbana e memória no Arte/Cidade I, II e III. Paralelamente, também cursou disciplinas nos cursos de Artes Visuais e de Design da mesma universidade, além de fazer aulas no ateliê de gravura da artista Kika Levy. Estagiou no Museu de Arte Contemporânea da USP, no cargo de assistente de curadoria de Cristina Freire – trabalhando  com o acervo de arte latino-americana e engendrando a exposição Vizinhos Distantes –, além de participar do grupo de estudos sobre arte conceitual da instituição. Após a conclusão da graduação, fez aulas livres de desenho e gravura no Art Student League, em Nova York, onde aproveitou a oportunidade para ter seu primeiro contato com grandes museus da cidade e com obras que são, até hoje, importantes referências para sua produção. Quando voltou ao Brasil, começou a trabalhar na Galeria Bergamin & Gomide, colaborando com exposições e feiras nacionais e internacionais, como Art Basel, Art Basel Miami Beach e TEFAF. Em 2019, decidiu focar-se plenamente em seu trabalho como artista. Fez parte do coletivo Vozes Agudas, um grupo de estudos e intervenções com foco em arte e feminismo, ligado ao Ateliê 397. Participou de cursos em diversas instituições como MASP, MAM-SP e Museu Lasar Segall. Desde 2021 faz parte do grupo de artistas feminista coordenado pela curadora Talita Trizoli. Em 2022 participou do grupo de orientação artística com a curadora Ana Paula Cohen e o artista Thiago Honório. Foi premiada no 18º Ubatuba Salão de artes visuais, foi selecionada para o Salão de Artes Visuais de Vinhedo e para a Residência Artística do Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto. Neste percurso, vem investigando a presença de materiais envolvidos com a dimensão doméstica, afetiva e do cotidiano. No conjunto da obra, percebe-se uma presença predominante do elemento têxtil e da sua potencialidade narrativa, como uma forma de ficcionalização da vida.

Yone Araujo

Yone Araujo incursiona no mundo das artes visuais a partir do ano de 2016, através do uso da fotografia. Artista em contínua pesquisa e trânsito por suportes e linguagens, possui ampla experiência na gastronomia, setor onde atuou por anos como cozinheira, criadora e empresária. Comprometida com as questões sustentáveis, transforma sua angústia sobre a relação do meio ambiente com o humano em trabalhos que intencionam conteúdos que expandam consciências e desencadeiem consequentes ações coletivas. Em diferentes trabalhos busca a representatividade da imagem que considera expressão de si própria e do meio ao qual almeja preservar, comprometida em desenvolver imagens que possibilitem novas abordagens sobre o tema.

SERVIÇO

O QUÊ: Mostra “No princípio toda casa é estrangeira”

ONDE: Museu Victor Meirelles (Rua Victor Meirelles, 59, Centro), Galeria Pedro Paulo Vecchietti e Largo da Alfândega

ABERTURA: 22 de março de 2024, 19h

VISITAÇÃO NO MVM: Terça a sexta, das 10 às 18h, e sábados, das 10 às 15h, exceto feriados. Nos dias 23 e 24 de março, haverá funcionamento excepcionalmente das 10h às 19h. Encerramento no dia 20 de abril de 2024.

REALIZAÇÃO: Instituto Maratona Cultural

CURADORIA: Fran Favero e Francine Goudel

ENTRADA GRATUITA.

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