A obra de Kátia Klock em destaque no CEU

O trabalho da cineasta Katia Klock e da sua produtora, Contraponto, é o destaque da quarta edição do projeto Curta Catarina, que tem apresentado sessões de cinema gratuitas no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) de Palhoça. Na próxima quarta-feira (31), às 20h, o CEU apresenta um panorama da cinematografia de Katia Klock, com a exibição de três curta-metragens: “Severo Severino”, “Eli Heil, Criadora e Criatura” e “A Luz das Palavras – Mbia Reko Pyguá”.

 

Após a sessão, haverá um debate, com a presença de Kátia Klock, que conversará com a plateia presente. O debate será mediado por Eder Summariva, doutor em teatro e presidente do Conselho de Políticas Culturais de Palhoça.

 

Katia Klock é uma realizadora e documentarista que se dedica à direção, ao roteiro e à produção de obras audiovisuais. Também é redatora e editora de livros e publicações. Jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, trabalha desde o início dos anos 1990 com produção cultural e multimídia. Em suas investigações e trabalhos autorais, tem como foco o documentário latino-americano e as temáticas sociais, culturais e ambientais. Dirigiu dezenas de documentários nos últimos 25 anos, alguns premiados, todos exibidos em festivais ou mostras e canais de televisão, como Curta!, CineBrasilTV, SescTV, Arte 1, Canal Brasil, TV Cultura e Canal Futura, entre outros.

 

“A cada mês, o projeto Curta Catarina traz um cineasta catarinense ao CEU de Palhoça, para exibir seus filmes e debater sua obra com os participantes”, conta o dramaturgo e diretor teatral Takashi Severo, idealizador do projeto, que foi contemplado pelo Prêmio Catarinense de Cinema, da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), e conta com o apoio institucional da Fundação Municipal de Esporte e Cultura (FMEC) de Palhoça.

 

Dentro do projeto Curta Catarina, já passaram pelo cinema do CEU os cineastas Eduardo Paredes, Marcia Paraíso e Chico Faganello. Fabi Penna, Luíza Lins, Gurcius Gewdner, Vinil Filmes, Cíntia Domitt e Novelo Filmes e Zeca Pires estão na programação para as próximas datas.

 

 

“Severo Severino”

 

“Severo Severino” é um documentário que conta uma história única e particular, marcada por atrevimentos e dores, mas também por talento e pela alma transcendental que os artistas de todas as grandezas possuem. “Severo havia trabalhado em filmes nossos, e de repente o encontramos na praça da Lagoa, morando dentro de um carro e com problemas de saúde. Este foi o dispositivo do filme, queríamos, de alguma forma, ajudá-lo. Ele estava abalado e queria falar sobre a sua condição humana e fazia sempre paralelos com sua situação como um artista naquele momento, com 66 anos, movido a brilhos e palcos, porém com a nítida certeza de que a vida é cheia de confrontos. Severo é superlativo em tudo, é um artista até na vida real”, comenta a diretora Kátia Klock, da Contraponto.

 

São 18 minutos sem desviar a atenção da tela para sentir a intensidade do artista multifacetado. Severo Cruz preenche o espaço com uma fala sincera, um olhar direto e uma presença expressiva, com gestos largos, marcados pelas mãos adornadas por grandes anéis. Um mosaico de imagens com fotos de arquivo, cenas de filmes em que ele participou, um passeio pelo Rio de Janeiro, depoimentos do próprio ator e muita música dão cor e ritmo a “Severo, Severino”, uma coprodução da Contraponto e Vinil Filmes, com direção e roteiro de Kátia Klock e Marco Martins, e produção executiva de Lícia Brancher.  

 

 

“A Luz das Palavras – Mbia Reko Pyguá”

 

Produzido pela Contraponto, “A Luz das Palavras – Mbia Reko Pyguá” também tem 18 minutos de duração e é dirigido por Kátia Klock e Cinthia Creatini da Rocha, antropóloga e autora do projeto. O documentário revela que os esforços dos professores indígenas são marcados por dilemas, buscas, encontros e desencontros, e que a sensibilidade do povo guarani em educar as crianças permanece viva, apesar das influências urbanas.

 

Gravado na língua guarani, com legendas em português, o documentário mescla narrativas de observação do cotidiano e interação com os personagens. Para aproximar o contato e exercitar o olhar dos Guaranis, uma câmera foi compartilhada com alunos e professores da Escola Indígena de Educação Básica Wherá Tupã Poty Djá, da aldeia Yynn Moroti Wherá. 

 

 

“Eli Heil, Criadora e Criatura”

 

O Mundo Ovo de Eli Heil abre as portas para a produtora Contraponto registrar o que acontece no ateliê e no museu de uma das artistas vivas mais importantes do país. “Eli Heil, Criadora e Criatura” é um documentário que revela o contato de Eli Heil com a arte; o museu, que acolhe mais de 2.500 obras; o ateliê, onde a artista dá vida a todos os seus seres; e sua relação com a palavra. Eli Heil é uma das artistas catarinenses mais importantes. Nascida na Palhoça em 1929, morreu em 2017, aos 87 anos.

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