Chapecó intensifica ações de conscientização no Dia Mundial de combate à Poliomielite

O dia 24 de outubro marca o Dia Mundial de Combate à Poliomielite e em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, a semana inteira está dedicada as ações de conscientização sobre a importância da vacinação. A doença também é conhecida como paralisia infantil.

mãos de uma mulher segurando a vacina contra a poliomielite

A vacinação é a única forma de prevenir a poliomielite. – Foto: Myke Sena/MS/Divulgação/ND

Santa Catarina está há mais de três décadas sem registrar novos casos, sendo o último em 1989. Desde então, o estado tem mantido elevados índices de cobertura vacinal, o que foi fundamental para a erradicação da pólio.

Um dos grandes incentivadores da erradicação da doença no mundo é o Rotary Internacional, que por meio de ações arrecada fundos para financiar a compra de vacinas para imunização de crianças em todo o mundo.

Representantes do Rotary Chapecó Leste estiveram no Ver Mais Oeste desta quinta-feira (24) e falaram sobre ações e a importância de continuar mantendo o Brasil livre da doença.

A médica pediatra Margarida Alba Winckler, representante do Rotary Chapecó Leste, destacou a relevância da campanha, afirmando que a vacina é a única forma de prevenção eficaz contra a poliomielite.

Winckler ressalta que, desde 1985, o Rotary Internacional apoia financeiramente as campanhas de vacinação contra a poliomielite, destinando recursos para a compra das vacinas, conhecidas popularmente como “gotinha”.

Este ano, no entanto, o Brasil deixará de usar a vacina oral e passará a aplicar apenas a injetável, seguindo o novo esquema de doses aos 2, 4 e 6 meses, com um reforço aos 15 meses.

A médica pediatra Margarida Alba Winclker e a coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Chapecó, Lilian Galão, em entrevista ao Ver Mais Oeste nesta quinta-feira (24). – Foto: Caroline Figueiredo/ND Mais

Embora o último caso de poliomielite no Brasil tenha sido registrado em 1989, a médica alerta para o risco de reintrodução da doença, uma vez que o vírus ainda circula em países como Paquistão e Afeganistão.

“Com a globalização, a gente sabe que a poliomielite pode voltar, por isso é fundamental manter as vacinas em dia”, afirma.

O presidente do Rotary Chapecó Leste, Clóvis Afonso Spohr, destaca que no fim da década de 80 mais de 350 mil crianças ficavam paralíticas anualmente em decorrência da poliomielite. Hoje, o Rotary e seus parceiros reduziram em 99,9% a incidência da doença.

“Porém, os esforços não param e a meta no mundo é ainda imunizar mais de 400 milhões de crianças contra a pólio anualmente. O Brasil não tem registro da doença há décadas, mas nós não vivemos isolados e precisamos pensar nas crianças do mundo todo. Por isso, o Rotary segue trabalhando para a conscientização”, enfatiza.

Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Chapecó, Lilian Galão, a médica pediatra Margarida Alba Winckler e o presidente do Rotary Chapecó Leste, Clóvis Afondo Spohr. – Foto: Caroline Figueiredo/ND Mais

Poliomielite

Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), podendo infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas). Pode provocar ou não paralisia.

A multiplicação desse vírus começa na garganta ou nos intestinos, por onde penetra no organismo. Dali, alcança a corrente sanguínea e pode atingir o cérebro.

A vacinação contra a poliomielite passará a ser injetável – Foto: Divulgação/ND

Quando a infecção ataca o sistema nervoso, destrói os neurônios motores e provoca paralisia flácida em um dos membros inferiores. Se as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição forem infectadas, a doença pode ser mortal. O período de incubação varia de 5 a 35 dias, com mais frequência entre 7 e 14 dias.

Quais os sintomas da poliomielite?

Os sintomas iniciais da poliomielite podem ser confundidos com os de uma virose, como febre e resfriado, mas a doença evolui com perda de força nos membros inferiores, podendo, em casos graves, comprometer a musculatura respiratória e levar ao óbito. Mesmo em casos menos graves, a poliomielite pode deixar sequelas permanentes, como a paralisia infantil.

Cobertura vacinal em Chapecó está em 95%

Lilian Galão, Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Chapecó, ressalta que o município já atingiu uma cobertura vacinal de 95% contra a poliomielite, mas ainda trabalha para alcançar os 100%.

Ela destaca que o monitoramento de possíveis casos suspeitos é feito de forma contínua, tanto na rede pública quanto na privada. “As ações de imunização são permanentes, e estamos felizes com a cobertura vacinal, embora os dados ainda sejam parciais”, explicou.

A Prefeitura de Chapecó, em parceria com a Secretaria de Saúde, segue promovendo campanhas de imunização e reforçando a importância de manter as crianças vacinadas. A cidade é um exemplo de sucesso na vacinação, contribuindo para manter o Brasil livre da poliomielite.

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