Itália, um mini continente enogastronômico

A Itália é um mini continente gastronômico. Dos Alpes ao Mediterrâneo, a diversidade e a riqueza culinária marcam o país. Vale o mesmo para os vinhos. Cada região tem seu vinho e seus ingredientes típicos, seu pão, sua massa, seus molhos e demais preparos. Muita gente associa a Itália a massas, risotos, sopas, polenta e pizzas. De fato, internacionalmente são os preparos mais conhecidos e usuais. Mas a Itália come muitos embutidos, carne bovina e suína, caças, peixes e frutos do mar, bacalhau e tantos outros produtos culinários.

Um mundo de massas secas, frescas e recheadas – Foto: Pixabay,,,,,,,,,,,,,

Mais de 300 tipos

No departamento das massas, são mais de 300 tipos em todo o país. Fusilli, spaghetti, bucatini, fettuccini, pappardelle, penne, farfalle, rigatoni, lumache, orecchiette, lasagna e conchiglie são algumas das massas secas mais conhecidas. Há as massas recheadas: capeletti, ravioli, pansotti, tortelli e agnolini para falar também das mais usuais. Outras menos internacionais são consumidas nas próprias regiões, servidas com molhos típicos.

Agnolotti, Trofie e Fregola

No Piemonte a massa recheada típica é o Agnolotti del Plin, com recheio de carne e servido em caldo ou molho de carne. Um Barbera ou um Barolo são companheiros para o prato. Na Ligúria se prepara o Trofie, uma massa em espiral, com o pesto alla genovese. O vinho do Trofie al Pesto é o branco Vermentino. A Fregola, ainda pouco conhecida aqui, é uma massa de sêmola de grão duro em forma de bolinhas, típica da Sardegna. Geralmente servida com frutos do mar, ela é acompanhada também por um Vermentino di Sardegna. Quando preparada com molho de carne, fica ótima com o tinto Cannonau di Sardegna.

Risoni e pici

O Risoni é típico da Toscana, uma massa em forma de arroz, servida com molhos suculentos à base de tomates, de linguiça e cogumelos. Tintos de Sangiovese são excelentes companheiros. Em Montalcino, na mesma Toscana, um prato típico é o pici, uma massa que parece um spaghetti grosso e mais curto, servido com ragù di cinghiale (javali). O vinho, claro, é o Brunello di Montalcino.

Bucatini e Spaghetti

O spaghetti, talvez a massa mais popular da Itália, com molho Carbonara – Foto: João Lombardo

Em Roma, pratos como o Bucatini all’amatriciana (massa longa com molho de tomates e pancetta) e Spaghetti alla Carbonara (massa fina e longa com molho de ovos, pecorino e guanciale) contribuem para as filas formadas nas portas dos restaurantes. O Carbonara vai muito bem com o branco Frascati, o vinho cotidiano dos romanos. Já o Bucatini alla Amatriciana combina com um tinto local ou vinho de outra região, já que em Roma se bebem vinhos de toda a Itália.

Bigoli

A massa típica do Vêneto é o bigoli, semelhante um buchatini curto. Um prato clássico é o Bigoli in Salsa, preparado com um molho à base de cebolas e anchovas. Outro clássico local é o Baccalà alla Vicentina, feito com o stoccafisso, um bacalhau seco sem sal, num molho à base de anchovas, vinho branco e parmigiano. O Baccalà alla Vicentina é servido com polenta. Um Pinot Grigio ou Soave, ambos vinhos brancos vênetos, deixam esses pratos mais deliciosos ainda.

Spaghetti com tomates

O irresistível spaghetti al sugo (aqui com alguns cogumelos) – Foto: João Lombardo

Os tomates fazem a felicidade na Campania, terra da pizza Margherita. E uma receita clássica local é o Spaghetti alla Putanesca, massa intensa, feita com molho à base de azeite de oliva, alho, anchovas, azeitonas e alcaparras. Em Napoli o prato vai muito bem na companhia de um vinho das uvas Greco di Tufo ou Falanghina.

Canneloni

A Pasta alla Norma é um prato típico da Sicilia. Ele é feito com massa curta, berinjelas, molho de tomates com manjericão e ricota ralada. Simples e delicioso. Outra massa local é o canneloni de carne e queijo. Os dois pratos vão bem com tintos locais à base de Nero d’Avola ou Frappato, por exemplo.

Lasagna, agnolini

O Agnolini, uma massa típica de Bologna – Foto: João Lombardo

A Emilia-Romagna é o paraíso das massas recheadas. Uma tradição culinária da cidade. Um prato clássico, que conquistou o mundo, é a Lasagna alla Bolognesa, feita com lâminas de massa com espinafre intercaladas com suculento ragù de carne e molho béchamel. O mesmo ragù é servido com tagliatelle.

O agnolini é a cara de Bologna. Uma massa pequena e delicada, em forma de chapeuzinho, recheada com carne suína, mortadela, presunto di Parma e queijo parmigiano. A massa geralmente é servida com um molho de carne. O tortellini, um pouco maior e mais aberto, aqui chamado de capeletti, outra criação local, pode levar uma grande diversidade de recheios: carne, funghi, queijos etc.

Os moradores da Emilia têm um vinho local que eles adoram: o Lambrusco. Vinho frisante, há versões branca, rosada e tinta, sendo secos, meio secos e doces. O Lambrusco seco é o mais indicado para acompanhar comida. Graças ao pèrlage (bolinhas) e aos taninos, ele faz seu papel de limpar a boca das gorduras dos preparos da Emilia. Há outros vinhos locais, entre eles o Sangiovese di Romagna.

O tema continua.

 

Giro enogastronômico d’Italia

Um prato siciliano de massa com camarôes – Foto: João Lombardo

Quem quiser provar um pouco dessa rica diversidade da enogastronomia regional italiana pode fazê-lo na Osteria Giardino, de Florianópolis. Uma noite de cada mês é dedicada na casa aos pratos e vinhos de uma região italiana. O festival se Giro d’Italia, num associação à grande corrida de bicicleta promovida no país. Só aqui enogastronômica. O festival já contemplou jantares da Sicília, Vêneto e Toscana. O próximo, marcado para dia 17, sábado, vai focar a Emilia-Romagna, a região com a culinária mais internacional da Itália. Entre os pratos apresentados está o típico Cotecchino, embutido cozido servido sobre uma cama de lentilhas à moda italiana. O endereço para contato no Instagram é @osteriagiardino.O fone: (48) 99989-0875

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