Como evitar a contaminação de E. coli em casa e em restaurantes

O caso envolvendo o McDonald’s nos Estados Unidos no surto da bactéria Escherichia coli (E. coli) ligou o sinal de alerta em relação ao perigo de intoxicação alimentar. O sanduíche Quarterão se tornou o vilão de um episódio com 49 contaminados e que resultou em uma morte. A pergunta, assim, ganha eco: como evitar a contaminação de E. coli?

A prevenção é sempre a melhor aliada para se evitar problemas de saúde relacionados à intoxicação alimentar. Saiba como se proteger e como evitar a contaminação de E. coli em casa e dicas para adotar na rua.

Como evitar a contaminação de E. coli em casa e em restaurantes

O que é E. coli e como ela pode contaminar alimentos

A bactéria Escherichia coli, conhecida como E. coli, faz parte da microbiota intestinal, que reúne uma série de bactérias intestinais, vírus, fungos e outros microrganismos e ajuda a digerir alimentos, produzir vitaminas e proteger contra germes nocivos.

Embora a maioria das Escherichia coli seja inofensiva, essa bactéria possui seis cepas que podem provocar problemas de saúde. Por isso, é importante saber como evitar a contaminação de E. coli.

No caso dos Estados Unidos e a intoxicação alimentar em fast foods, a E. coli O157:H7 é a responsável pelo surto que atingiu 49 pessoas (uma faleceu). O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos é um dos órgãos envolvidos na investigação.

O rastreio realizado apontou o McDonald’s como origem da contaminação. Dezoito pessoas que ficaram doentes foram entrevistadas e todas apontaram que comeram na rede de fast food, sendo que 12 pessoas que se lembram qual sanduíche consumiram apontaram o Quarterão.

As informações preliminares apontam que a cebola fresca e o hambúrguer são as prováveis causas do problema. O McDonald’s vem ajudando na apuração e retirou o sanduíche de circulação em dez estados nos EUA.

A contaminação de alimentos é uma das principais vias de infecção da E. Coli. Contato com animais e contatos com humanos completam as possibilidades de contrair essa bactéria.

Em relação à contaminação alimentar, os principais focos que a E. coli pode se fazer presente são: carnes mal cozinhadas, principalmente de origem bovina (hambúrgueres), enchidos curados, sementes de alfafa, alface, sumos de fruta não pasteurizados, queijo curado e leite cru.

Diarreia, infecção do trato urinário, pneumonia, sepse, entre outras doenças, são sintomas de contaminação da E. coli. Crianças menores de 5 anos, adultos com 65 anos ou mais, pessoas com sistema imunológico enfraquecido e viajantes internacionais compõem os grupos com maior probabilidade de infecção.

Por que a contaminação de E. coli é um risco em restaurantes e em casa

Uma das ações do McDonald’s após o surto da bactéria, segundo o CDC, foi realizar mudanças de fornecedores. O cuidado com a origem dos alimentos é essencial e um dos pontos de como evitar a contaminação de E. coli.

Além da origem do alimento, o manuseio é fundamental, tanto no preparo, quanto para guardar o alimento. Os restaurantes precisam seguir boas práticas, com a orientação adequada aos funcionários sobre higiene para manipular os alimentos e também evitar que pessoas com sintomas de diarreia e vômito manipulem os alimentos. É uma das formas de como evitar a contaminação por E. coli.

Como o caso do McDonald’s nos Estados Unidos mostra, um deslize por um restaurante ou rede de fast food pode significar um surto pela quantidade de pessoas envolvidas, o que liga o sinal de alerta sobre segurança alimentar e E. coli.

Em relação ao Quarterão, o CDC alerta que o surto deve ser ainda maior. Isso porque muitas pessoas se recuperam dos sintomas sem cuidados médicos e, assim, não realizam testes para identificar a infecção por E. coli.

Em restaurantes, a contaminação cruzada, o uso de alimentos vencidos ou impróprios para consumo, falta de higiene pessoal dos funcionários e armazenamento inadequado de alimentos são os principais fatores que ameaçam a segurança alimentar.

A atenção em relação aos alimentos e ao preparo deve ser uma regra também nas casas para evitar infecções alimentares e ser uma forma de prevenção de E. coli em casa.

Práticas para evitar E. coli no preparo de alimentos em casa

Como evitar a contaminação de E. coli? A prevenção é a melhor forma. O CDC, por exemplo, orienta quatro passos para não correr o risco de ter uma intoxicação alimentar: limpar, separar, cozinhar e resfriar.

A limpeza envolve principalmente as mãos (lavá-las com sabão antes, durante e depois de preparar os alimentos e antes de comer). É necessário também lavar bem os utensílios e as frutas e vegetais frescos.

Já separar os alimentos (manter carne crua, aves, frutos do mar e ovos separados de outros alimentos na geladeira) é uma forma de evitar contaminação alimentar cruzada.

O cozimento também é fundamental – com a temperatura alta o suficiente para matar os germes que podem causar doenças. Termômetros de alimentos são aliados para ajudar nesta questão.

O outro ponto de como evitar a contaminação de E. coli diz respeito a resfriar rapidamente os alimentos, que significa guardá-los na geladeira imediatamente. As bactérias podem se multiplicar rapidamente em alimentos deixados em temperatura ambiente.

Como evitar a contaminação de E. coli: dicas de segurança alimentar em restaurantes

É preciso estar atento na hora de comer fora para evitar E. coli em restaurantes. Pesquisar informações sobre o local é sempre indicado. É uma forma de obter opiniões sobre o restaurante e os pratos do cardápio. Um ponto sempre importante para estar de olho é na higiene do estabelecimento.

Na hora da refeição, o aspecto dos alimentos, bem como o cheiro e o gosto devem ser observados pelo cliente. Qualquer desconfiança é um sinal de alerta para procurar os responsáveis do estabelecimento e evitar o consumo.

Os estabelecimentos devem prezar pela segurança alimentar, aliada de como evitar a contaminação de E. coli. As principais medidas para evitar a proliferação de bactérias são: limpeza regular das prateleiras, gavetas e superfícies de armazenamento, evitar o descongelamento incorreto dos alimentos, monitorar odores, utilização de embalagens adequadas e descartar alimentos suspeitos.

Higienização de alimentos: vegetais, carnes e utensílios

A higiene é fundamental na hora de cozinhar e um dos cuidados com alimentos contra E. coli. A preocupação se deve porque os germes que causam intoxicação alimentar podem sobreviver em muitos lugares e se espalhar pela cozinha.

O CDC indica lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com sabão e água morna ou fria antes, durante e depois de preparar os alimentos e também antes de comer. São práticas de higiene contra E. coli.

Outra orientação de como evitar E. coli no preparo de alimentos é sempre lavar as mãos após manusear frango e outras aves, carne crua, frutos do mar, farinhas e ovos.

É necessário também cuidar dos utensílios, como tábuas de cortes e a própria bancada. Desta forma, lavá-los com água quente e sabão após preparar cada alimento. Não esquecer de lavar frutas e vegetais frescos em água corrente. A higienização de alimentos e utensílios é fundamental no dia a dia e mais uma forma de como evitar a contaminação de E. coli.

Para evitar uma contaminação cruzada, na hora de ir ao mercado, a dica é colocar carne crua, aves, frutos do mar e sucos separados de outros alimentos. Da mesma forma, mantê-los separados (armazenados em recipientes fechados) de outros alimentos na geladeira.

Na hora do preparo, outra dica de controle de contaminação alimentar é usar uma tábua ou prato de corte para carne crua (cuidados na manipulação de carne moída, por exemplo), aves e frutos do mar e outra para os demais alimentos que não serão cozidos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também aponta critérios de higienização dos alimentos hortifrutigranjeiros, que são:

• seleção dos alimentos, retirando partes ou produtos deteriorados e sem condições adequadas
• lavagem criteriosa dos alimentos um a um, com água potável
• desinfecção por imersão em solução clorada com 100 a 250 ppm de cloro livre, por 15 minutos
• enxágue com água potável

A Anvisa também recomenda cinco pontos-chave para uma alimentação segura:

• mantenha a limpeza, lavando adequadamente com água potável alimentos, equipamentos e instalações
• separar alimentos crus de alimentos cozidos
• cozinhar completamente os alimentos (a 70°C)
• manter os alimentos em temperaturas seguras (abaixo de 5°C e acima de 60°C)
• usar água e matérias-primas seguras

Como evitar a contaminação de E. coli: a importância da temperatura no preparo de alimentos

As bactérias em carnes e vegetais crus podem se proliferar em temperatura ambiente (daí a importância de guardá-los na geladeira rapidamente) ou no que é chamado de “zona de perigo” (entre 5°C a 60°C). A recomendação do CDC, assim, é não deixar alimentos perecíveis expostos por mais de duas horas.

É importante guardar os alimentos perecíveis (carnes, frutos do mar, laticínios, frutas cortadas e alguns vegetais) na geladeira em até duas horas. A orientação é guardar morno ou quente em recipientes limpos e rasos e colocar na geladeira, sendo mais uma dica de como evitar a contaminação de E. coli.

Além da temperatura ambiente permitir a proliferação de bactérias, elas também sobrevivem em temperaturas elevadas, como mostra a “zona de perigo”. Assim, o CDC aponta que os alimentos são cozidos com segurança quando a temperatura estiver alta o suficiente para matar os germes que podem causar doenças.

Neste sentido, o termômetro de alimentos é o responsável por indicar a temperatura, com o alerta de que não é possível apontar se a comida está corretamente cozida com segurança pela cor e textura (algo que vale para frutos do mar).

Como escolher restaurantes seguros e bem regulamentados

A pesquisa é a principal aliada na hora de escolher um restaurante para ir. O estabelecimento deve prezar pelas normas adequadas que buscam garantir a segurança alimentar.

No Brasil, a Anvisa, por exemplo, determina as normas que os estabelecimentos devem cumprir para garantir a segurança alimentar em restaurantes. Além disso, ela também regulamenta os rótulos dos alimentos, com as informações sobre os produtos.

Outro órgão fundamental no controle dos estabelecimentos é a Vigilância Sanitária, que vai fiscalizar e inspecionar os locais, com o objetivo de garantir o cumprimento das leis.

Como reconhecer sinais de intoxicação alimentar por E. coli

As manifestações provocadas pela intoxicação alimentar por E. coli são consideradas leves. Os principais sintomas são: vômitos, cólicas estomacais, febre baixa e diarreia.

Entretanto, essa bactéria também pode provocar problemas mais graves: como diarreia com sangue, infecção urinária, pneumonia, sepse e insuficiência renal.

O tratamento envolve hidratação e pode ser necessário, com prescrição médica, o uso de antidiarreicos e antibióticos. Entretanto, segundo o CDC, a maioria das pessoas melhora sem a utilização desses remédios. De qualquer forma, saber como evitar a contaminação de E. coli vai ajudar a fugir de infecções alimentares.