SC emite alerta para aumento de casos de coqueluche em SC neste ano; salto foi de 5.200%

Por meio da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), a Secretaria de Estado da Saúde emitiu um alerta para o aumento expressivo de casos da doença coqueluche em Santa Catarina nesta sexta-feira (25). O estado já registrou 106 ocorrências este ano, após contabilizar somente duas em 2023.

Criança com sintomas de coqueluche

A coqueluche é uma doença respiratória transmitida por gotículas de saliva – Foto: Reprodução/Freepik

Isso significa que os casos saltaram 5.200% em 2024 em relação ao ano passado. Segundo a Secretaria da Saúde, crianças com menos de um ano de idade são a faixa etária mais afetada, com 38 casos confirmados.

A incidência da coqueluche este ano é a maior desde 2014, quando a última morte pela doença havia sido registrada em Santa Catarina. As regiões com mais casos confirmados até então são a Foz do Rio Itajaí (29), Médio Vale (20) e a Grande Florianópolis (21).

Dois bebês de dois meses de idade morreram em SC após contrair coqueluche este ano

Dois bebês morreram em agosto em decorrência da coqueluche, após dez anos sem óbitos pela doença em SC – Foto: Bady Abbas/Unsplash

O diretor da Dive, João Augusto Brancher Fuck, aponta que o aumento segue uma tendência mundial.

“A coqueluche é uma doença sazonal e que apresenta aumento cíclico de casos, sem um fator explícito conhecido, situação esta que pode estar colaborando com o que foi identificado no estado, juntamente com a baixa cobertura vacinal, a sensibilização da vigilância e a melhoria do diagnóstico laboratorial, com a implantação do exame PCR pelo Laboratório Central de Saúde Pública”, explica.

“Lembramos que foram vários anos com a cobertura vacinal abaixo da recomendada, e isso pode contribuir para esse cenário”, observa o diretor.

Mãe cuida de criança com sintomas de coqueluche

A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os 6 meses de idade, – Foto: Freepik/Reprodução/ND

Em agosto, dois bebês de 2 meses de idade morreram após contrair a doença em Santa Catarina. O primeiro caso foi em Itajaí, no dia 20, e o segundo, em Joinville, no dia 27. Nenhum deles estava vacinado.

A vacinação é a principal prevenção à doença. Em 2014, foi lançada a vacina dTpa para gestantes, com o objetivo de passar anticorpos para proteger o bebê até que ele complete o esquema vacinal da vacina pentavalente.

A Secretaria da Saúde ressalta que a vacina pentavalente, que protege contra a coqueluche, está em 88,87% de cobertura vacinal acumulada até outubro. A meta anual é de 95% de imunização e em 2023 o estado chegou a 91,47%.

Fique atento ao esquema vacinal

Criança toma vacina para coqueluche

A vacinação é a melhor forma de prevenção e está disponível no SUS para crianças até 6 anos, gestantes e profissionais da saúde – Foto: Julia Prado/MS/Agência Brasil

Vacina pentavalente: Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B

Público-alvo: 

  • 1ª dose (2 meses de idade)
  • 2ª dose (4 meses)
  • 3ª dose (6 meses)

Vacina DTP: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche

Público-alvo:

  • Reforço(15 meses)
  • Reforço (4 anos)

Vacina dTpa: Previne a difteria, o tétano e a coqueluche

Público-alvo:

  • Gestantes (em cada nova gravidez)
  • Puérperas (até 45 dias)
  • Profissionais de saúde (A cada 10 anos)

O que é coqueluche?

Imagem ilustrativa da bactéria responsável pela doença coqueluche

A bactéria Bordetella pertussis, responsável pela coqueluche, é altamente contagiosa e prejudica o aparelho respiratório – Foto: Freepik/Reprodução/ND

A coqueluche é uma infecção respiratória e altamente transmissível causada pela bactéria Bordetella pertussis. A doença compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios).

A infecção pode durar cerca de 6 a 10 semanas. Em bebês, pode resultar em um número elevado de complicações e levar à morte, principalmente aqueles que ainda não completaram o esquema vacinal primário contra a doença.

Sintomas da coqueluche

Os bebês menores de 6 meses são mais propensos a formas letais da doença

Os bebês de até 6 meses são mais propensos a formas graves da doença, que pode levar à morte – Foto: Reprodução/Freepik

De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas podem se manifestar em três níveis:

  • No mais leve, a doença pode ser confundida com um resfriado, é caracterizada por mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa;
  • No segundo nível, as tosses pioram;
  • No nível mais avançado da infecção, a tosse fica bastante intensa, podendo comprometer a respiração, além de causar vômitos e cansaço extremo.

Transmissão

Criança tossindo

Os sintomas começam como um resfriado comum, mas a tosse se intensifica – Foto: Divulgação/ND

A coqueluche é transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva expelidas ao tossir ou espirrar.

A bactéria se aloja nas vias respiratórias superiores, onde se multiplica e libera toxinas que causam os sintomas característicos.

Prevenção e tratamento

Mulher grávida de nove meses

A vacina dTpa para gestantes foi introduzida em 2014, com o objetivo de proteger o bebê – Foto: Internet/Divulgação/ND

O tratamento da coqueluche é multidisciplinar, envolvendo cuidados médicos, uso de antibióticos, suporte nutricional – como hidratação e alimentação adequadas – e medidas preventivas.

Em casos graves, especialmente em bebês e crianças, pode ser necessária a hospitalização para monitoramento e tratamento intensivo.

A vacinação é a melhor forma de prevenção e está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) para crianças até 6 anos, gestantes e profissionais da saúde.

A vacina pentavalente é indicada no primeiro ano de vida do bebê, sendo administrada em três doses aos dois, quatro e seis meses de idade, com um intervalo recomendado de 60 dias entre as doses. Posteriormente, são necessárias doses de reforço.

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