Referência em arritmia cardíaca, médico inova em tratamentos em Florianópolis

Com vasta experiência em arritmia cardíaca, o cardiologista André Luiz Buchele D’Avila é uma das referências na área. Natural de Florianópolis e graduado em medicina pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), o médico buscou especialização nos Estados Unidos e desde então atua alternando entre Brasil e EUA na área de eletrofisiologia.

Pós-doutor, D’Avila vive entre a Capital e os Estados Unidos – Foto: Germano Rorato/ND

“Como a maioria dos estudos científicos é realizada na Europa e nos Estados Unidos, algumas tecnologias são aprovadas primeiro na Europa, depois nos Estados Unidos e, por último, chegam à América Latina. Mas, de modo geral, tudo o que se oferece hoje no mundo está disponível no Brasil e também em Santa Catarina”, destaca D’Avila.

Atualmente, ele é diretor do Serviço de Arritmia e Marcapasso do Hospital Beth Israel Deaconess Medical Center em Boston (hospital afiliado à Universidade de Harvard), o que exige sua presença nos EUA durante um mês a cada 60 dias. Além disso, é fundador e diretor do Serviço de Arritmia do Hospital SOS Cárdio e eletrofisiologista na Ritmo-Clínica de Arritmia e Marcapasso em Florianópolis, onde reside e trabalha dois meses seguidos antes de retornar aos Estados Unidos.

“Acredito que não há lugar melhor para se viver no Brasil do que Florianópolis. Quando decidi voltar para o Hospital SOS Cárdio, a instituição abraçou o projeto e compreendeu o objetivo de estabelecer uma referência nacional em arritmias”, afirmou o pós-doutor.

Novas tecnologias para o cuidado com o coração

Para ele, atuar nos Estados Unidos é essencial para trazer ao Brasil as ferramentas utilizadas lá. Em arritmia cardíaca, há dispositivos de última geração, como o oclusor de auriculeta, que impede a formação e saída de coágulos sanguíneos, reduzindo o risco de derrame e embolias.

“Instalamos esse dispositivo dentro do coração para cobrir a área onde os coágulos se formam. Uma vez posicionado corretamente, o risco de derrame diminui significativamente. Esse é um procedimento especialmente indicado para pacientes que não podem tomar anticoagulantes”, explica o cardiologista.

Outro avanço é o marcapasso monitorado por celular, que permite a transmissão de dados do paciente para a central do consultório remotamente. “O aparelho precisa ser revisado periodicamente, mas esse sistema permite que os marcapassos mais modernos se comuniquem com o celular, e esses dados são transmitidos via satélite. Podemos avaliar remotamente, pelo computador, o que antes precisava ser feito presencialmente”, explicou D’Avila.

Por fim, há o Cateter Terapêutico de Ablação por Campo Pulsado. “Realizamos esse tipo de procedimento em Santa Catarina desde 2012. Já tratamos mais de 1.900 pacientes com ablação para arritmia cardíaca. A diferença é que a ablação tradicional envolvia queimar ou congelar as áreas do coração associadas à arritmia. Essas técnicas eram eficazes, mas havia risco de efeitos colaterais. Com essa nova tecnologia, minimizamos esses riscos”, esclareceu.

Principal causa de mortes no mundo está relacionada às doenças do coração

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e lideram o número de ocorrências atendidas. Em Santa Catarina, o Samu registrou mais de 49 mil atendimentos relacionados a doenças cardiovasculares. A experiência, agilidade e tecnologia salvam vidas.

Em parceria com o Ministério da Saúde, a Ritmo-Clínica conduz o projeto Physio-Sync, um estudo sobre novas abordagens terapêuticas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com arritmia cardíaca.

“Estamos analisando os dados para confirmar a hipótese de que é possível oferecer um tratamento de qualidade igual ou até superior ao do passado, por um custo significativamente menor. Os resultados desse estudo podem ter um impacto importante na saúde pública no Brasil”, finalizou D’Avila.

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