Inflação desacelera para 0,31% em setembro, mostra Índice de Custo de Vida da Udesc Esag

Produtos ligados a cuidados pessoas subiram 5,65%, mas alta como  essa foram compensadas pelas quedas em alimentação e transportes

Os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis subiram 0,31% em setembro, uma redução em relação aos 0,46% do mês anterior. Os dois principais grupos de itens, que juntos compõe mais de 40% do índice de inflação, tiveram variação negativa: alimentação e bebidas (-0,11%) e transportes (-0,25%). Já os preços ligados à habitação subiram 1,76%.

Com o índice de setembro, a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 5,45%. Ao longo de 2023, o acumulado soma 4,22%.

Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).

Habitação e saúde

Entre os grupos pesquisados, as maiores altas foram as dos preços relacionados a habitação (1,76%) e a saúde e cuidados pessoais (1,85%). Juntos, esses dois grupos respondem por mais de um quarto da composição do índice mensal de inflação.

No caso da habitação, as maiores altas estiveram relacionadas aos reparos (5,65%), com alta nos preços de itens como mão de obra, tijolos, azulejos e materiais de construção. Já o subgrupo de cuidados pessoais teve alta de 6,76%, principalmente por causa dos preços mais caros dos produtos de higiene pessoal.

Alimentação e transportes

A queda dos alimentos em setembro se deveu principalmente aos produtos comprados em feiras e supermercados para consumo em casa (-0,22%). Já as refeições consumidas em restaurantes e lanchonetes ficaram com preços praticamente estáveis (0,06%).

Entre os alimentos consumidos em casa, houve bastante equilíbrio entre os grupos, com altas em alguns e baixas em outros. A maior alta foi a dos cereais leguminosas e oleaginosas (3,06%). Já as maiores quedas foram verificas nos preços das frutas (-1,3%), carnes (-1%) e tubérculos, raízes e legumes (-0,9%).

No grupo transportes, também houve deflação (-0,25%). Neste caso, os preços foram puxados para baixo principalmente pela variação negativa dos combustíveis para automóveis (-0,6%) e pelas passagens aéreas (-5%).

Outros preços

Dos nove grupos de preços pesquisados, cinco tiveram queda nos preços em setembro. Além de alimentação e transportes, ficaram mais baratos os artigos de residência (-0,33%), vestuário (-1,33%) e serviços de comunicação (-1,12%).

Os outros quatro grupos tiveram aumentos. Além dos preços ligados a habitação e a saúde e cuidados pessoais, subiram as despesas pessoais (0,52%) e gastos com educação (0,25%).

No acumulado dos últimos 12 meses, a maior queda é a dos artigos de vestuário (-7,75%) e a maior alta, dos transportes (11%). A alimentação subiu 3,27% em 12 meses, menos que a inflação geral (5,45%).

Sobre o Índice de Custo de Vida

O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de setembro. O índice é publicado regularmente há mais de 50 anos.

A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.

Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.

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