Operação Presságio tem nova denúncia contra investigados por contratação de galpões

Três alvos da investigação foram denunciados pelo MPSC por suposta fraude à licitação em edital para o espaço chamado de “Cidade do Samba”

Estruturas para abrigar alegorias do Carnaval na chamada "Cidade do Samba" são alvos da investigação na Operação PresságioEstruturas para abrigar alegorias do Carnaval na chamada “Cidade do Samba” são alvos da investigação na Operação Presságio

O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ofereceu uma nova denúncia contra dois investigados da Operação Presságio, que apura supostas fraudes em contratos de coleta de lixo e de contratação de serviços e eventos na área de turismo em Florianópolis.

Essa é a quarta denúncia apresentada contra investigados na Operação Presságio. Desta vez, a acusação envolve o suposto crime de fraude à licitação na contratação de oito galpões para a chamada Cidade do Samba, estrutura erguida ao lado do Centrosul para abrigar carros alegóricos de escolas de samba da Capital.

O ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, o ex-assessor dele, Renê Raul Justino, e o empresário Henrique Beckembauer Alves Bôsso foram os três denunciados.

O contrato alvo da investigação que resultou na denúncia seria para a construção de oito galpões destinados a armazenar materiais das escolas de samba que desfilaram na Passarela Nego Quirido durante o Carnaval. Segundo a denúncia do MPSC, o empresário denunciado teria combinado detalhes do edital que seria lançado em seguida, com a suposta intenção de afastar outros possíveis concorrentes da disputa.

Ainda segundo a investigação da Polícia Civil, o ex-secretário Ed Pereira teria sido orientado pelo empresário a detalhar no termo de referência da licitação que o galpão seria com cobertura e fechamento lateral de ferro galvanizado a fogo, formato que é mais caro e complexo do que a cobertura e fechamento com lona, que foi a maneira que o serviço foi realmente executado. Segundo o MP, o prazo de entrega também foi reduzido em 10 dias, o que teria contribuído para dificultar a participação de empresas de menor porte na licitação.

O valor da licitação teria sido definido com base em três orçamentos fornecidos pelo empresário e encaminhados pelo ex-secretário Ed Pereira. Um parecer do município chegou a alertar para possíveis inconsistências no edital e um prazo “muito exíguo para a complexidade do objeto, podendo afastar possíveis fornecedores”. Apesar disso, o documento não teria sido levado em conta. A empresa Tendas Catarinense, de propriedade de Henrique, foi a única participante e venceu a licitação.

A denúncia apresentada na sexta-feira agora será analisada pelo juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca da Capital.

Operação Presságio já teve outras três denúncias

Na semana passada, o MPSC já havia apresentado outras três denúncias contra investigados na Operação Presságio. As acusações envolvem possíveis crimes de corrupção, peculato e falsidade ideológica em subvenções para duas entidades e um evento esportivo.

Na ocasião, a 31ª Promotoria de Justiça da Capital, autora da denúncia, reforçou o pedido de manutenção da prisão preventiva dos quatro investigados que estão detidos. O motivo seria impedir eventual prejuízo à continuidade das investigações. Segundo o MPSC, nas próximas semanas novas denúncias devem ser ajuizadas.

Veja imagens da primeira fase da Operação Presságio, de janeiro

Contrapontos

O NSC Total procurou a defesa dos citados. Pedro de Queiroz, advogado de Renê Justino, informou que não irá se manifestar sobre a denúncia no momento.

A defesa do empresário Henrique Beckembauer Alves Bôsso, da empresa Tendas Catarinenses, informou que aguarda o momento oportuno para a defesa técnica nos autos, “a qual demonstrará que o sr. Henrique é inocente”.

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