
Conhecido como o “terror da Amazônia”, o candiru é um peixe pequeno que, supostamente, entra nos orifícios das pessoas. Mas você sabia que existem diferentes famílias e espécies? Conheça as diferenças entre elas.

Conheça as famílias de candirus existentes – Foto: Portal Amazônia/Reprodução/ND
Quando falam em “candiru”, parece que se está mencionando uma única espécie, o que não é verdade. Existem duas famílias de bagres que são conhecidas como candirus: os candirus verdadeiros (tricomicterídoes) e candirus-açu (cetopsídeos).
De acordo com o pesquisador aposentado do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e professor do programa de Pós-graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior do INPA, Jansen Zuanon, para saber quais as diferenças entre as famílias.
“Os candirus verdadeiros pertencem à família Trichomycteridae (em português, podemos chamar de tricomicterídeos). Essa família abriga algumas espécies de candirus que se alimentam de sangue e muco de suas vítimas.
Já os candirus que consomem carcaças de outros animais pertencem à família Cetopsidae (em português, cetopsídeos) e são chamados de candiru-açu”, explicou o professor para o portal Amazônia.
Segundo o Portal Amazônia, conhecido como “peixe-vampiro”, o candiru da família tricomicterídeos, reúnem cerca de 200 espécies, geralmente de corpo alongado, cabeça pequena e medindo até 15 cm quando adultos.
Esses peixes possuem dois tufos de espinhos curtos (chamados de odontódeos, semelhantes a pequenos dentes) nos lados da cabeça, que usam para se agarrar ao corpo das vítimas e para ajudá-los a rastejar sobre pedras molhadas e até subir corredeiras e cachoeiras.
Já os cetopsídeos reúnem cerca de 41 espécies de bagres de corpo liso (sem espinhos ou odontódeos) com o corpo mais redondo, com a cabeça proporcionalmente grande e com musculatura muito forte.

O tamanho adulto desses peixes pode variar de 3 cm em espécies do gênero Cetopsidium até cerca de 30 cm em espécies do gênero Cetopsis – Foto: Internet/Reprodução/ND
Candiru: onde vivem?
Ambas as famílias dos peixes podem ser encontrados em todos os tipos de água (clara, branca, preta) e em diversos tipos de ambientes, desde pequenos igarapés até grandes rios na Amazônia. Segundo o pesquisador, algumas espécies podem ser encontradas até em lagos, mas a maioria prefere águas correntes.
“Os candirus habitam desde pequenos igarapés até grandes rios e a maior diversidade de espécies ocorre na Bacia Amazônica. Alguns pequenos candirus verdadeiros (tricomicterídeos) passam o dia enterrados na areia ou lama do fundo de igarapés, saindo à noite para se alimentar. Entretanto, a maioria das espécies de tricomicterídeos se alimenta de insetos aquáticos e outros pequenos animais”.
Candiru se alimenta de sangue?
Segundo o portal, existem candirus-verdadeiros hematófagos (que se alimentam de sangue), mas geralmente os que vivem em igarapés são de pequeno porte (até 3 cm quando adultos), enquanto que as espécies que habitam grandes rios podem chegar a 15 cm.

Candirus que se alimentam de sangue geralmente vivem em igarapés são de pequeno porte (até 3 cm quando adultos) – Foto: Brasil Amazônia/Reprodução/ND
Eles atacam humanos?
De acordo com o portal eCycle, ainda se debate muito sobre a veracidade dos ataques de candiru a seres humanos. Existem diversos relatos de pessoas que afirmam terem sido atacadas e relatos de profissionais de saúde que já tiveram que operar procedimentos em vítimas.
No entanto, estudiosos apontam que este tipo de relato pode não ser a verdade completa. Para alguns pesquisadores, algumas histórias parecem repetidas, não batem com a realidade. De acordo com cientistas, não teria como um peixe com candiru sobreviver por tanto tempo dentro do interior de um ser humano.
Ou seja, para a ciência, é possível que casos de ataques do peixe candiru em humanos sejam menores do que se acredita. Eles podem acontecer só se a pessoa estiver descuidada, sem nenhum tipo de roupa de banho, passando por um período menstrual ou simplesmente defecando na água.
Como se proteger
A melhor maneira de se proteger contra o “peixe-vampiro” envolve alguns cuidados básicos, como não entrar em rios desconhecidos na Amazônia e dar preferência a lagos, já que os candirus não são comuns nesses locais.
Ao adentrar nas águas, sempre esteja com roupa de banho adequada para a situação, além de não defecar e urinar dentro dos rios.