O corpo de Monique Pereira da Silva, de 26 anos, foi encontrado enterrado nessa quinta-feira (15) em Itapoá, no Litoral Norte catarinense. A jovem estava desaparecida desde o dia 8 de agosto. Moradora de Rolândia, interior do Paraná, Monique era muito querida por amigos e colegas de trabalho.

Pessoas próximas a ela destacam o carisma e a dedicação de Monique. “Ela era linda por dentro e por fora”, descreve uma amiga. “Vamos te amar para sempre, mas é doloroso saber que você não merecia isso. Agora, nossa luz vai brilhar no céu. Este mundo foi cruel demais para você”, lamentou outra amiga.

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Em uma das homenagens, uma terceira amiga compartilhou uma troca de mensagens entre elas e expressou seu pesar. “Você sempre torceu por mim e nunca demonstrou maldade. Gostaria de ter podido demonstrar o quanto seus conselhos foram importantes para mim”, escreveu.

Monique vivia há dois anos e meio em Rolândia. Apesar do pouco tempo, ela já havia formado uma base forte de amigos e crescido profissionalmente em uma fábrica, onde trabalhava durante o dia. Já à noite, cuidava de uma idosa de 85 anos, com quem praticamente morava junto.

“Era uma moça muito dedicada”

“Todos gostavam dela, até mesmo as amigas da minha mãe, as senhoras que frequentam nossa casa. Ela sempre a recebia com abraços. Monique era uma pessoa boa e muito dedicada”, contou Elias Ferreira Pinto, filho da idosa, em entrevista à RIC TV.

O aposentado revelou que, no dia 8 de agosto, Monique disse à idosa que iria a um churrasco e que não demoraria a voltar. Como a jovem não retornou, eles informaram a família sobre o seu desaparecimento.

Jovem era vítima de violência doméstica

Os familiares de Monique Pereira da Silva já suspeitavam que seu ex-marido poderia estar envolvido em seu desaparecimento. Em depoimento à polícia, eles relataram que Monique foi vítima de violência doméstica durante o casamento com o ex-companheiro.

De acordo com a investigação, o homem, de 28 anos, morava em Araquari, no Norte de Santa Catarina, e havia viajado até o Paraná na última semana, numa tentativa de reatar o relacionamento, proposta que Monique recusou. Após a negativa, ele passou a ameaçá-la e conseguiu localizá-la. Monique foi vista pela última vez na quinta-feira (8).

A família da vítima registrou o desaparecimento na delegacia de Rolândia, e a Polícia Civil passou a investigar o caso. Com base em informações de que o homem havia se deslocado até Londrina (PR) e, em seguida, voltado a Santa Catarina, os policiais conseguiram localizá-lo em Joinville na terça-feira (13). Ele foi preso e confessou o crime.

Ex matou Monique e viajou com corpo em porta-malas

“Ele disse que ela não aceitou ir para Santa Catarina com ele e os dois começaram a discutir. Nesse momento, ele determinou que ela saísse do veículo e efetuou um disparo de arma de fogo na cabeça dela, colocando-a no porta-malas do carro na sequência”, explicou o delegado Thiago Teixeira, da Polícia Civil do Paraná.

Durante a operação, que contou com o apoio do Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial), o irmão do autor também foi preso em Araquari por posse ilegal de arma de fogo, munições e colete balístico.

Após a prisão, o autor do crime confessou à polícia que, depois de matá-la, dirigiu até Itapoá em uma área rural, onde enterrou o corpo de Monique em uma área de mata.

Com base em informações repassadas por ele, a polícia conseguiu localizar o local da cova nesta quinta-feira (15). O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal de Joinville.