PF indicia ex-ministro de Bolsonaro e ex-chefe da PRF por suspeita de barrar eleitores de Lula

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques são investigados pela PF (Polícia Federal) suspeita de usar a estrutura da corporação para beneficiar Jair Bolsonaro (PL) e atrapalhar eleitores de Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

Estrutura da PRF teria sido usada por ex-diretor-geral da corporação para barrar eleitores de Lula nas eleições em 2022

Estrutura da PRF teria sido usada por ex-diretor-geral da corporação para barrar eleitores de Lula nas eleições em 2022 – Foto: SINPRF-PR/Reprodução/ND

Além deles, outros quatro policiais federais que estavam, à época, cedidos ao Ministério da Justiça, sob o comando de Torres, foram submetidos a inquérito. As informações são do portal R7.

Uso da PRF para atrapalhar eleitores de Lula

Segundo a investigação, Vasques determinou que a PRF realizasse uma série de blitze no transporte de eleitores, principalmente no Nordeste, região onde Lula recebeu mais votos.

A PF encontrou um mapeamento com o nome das cidades em que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno. Este levantamento foi encontrado no celular de um dos policiais investigados.

Os investigadores relacionaram as cidades colocadas na planilha com as cidades que tiveram barreiras da PRF durante as eleições.

Silvinei Vasques foi ex-diretor-geral da PRF entre abril de 2021 e dezembro de 2022

Silvinei Vasques foi diretor-geral da PRF entre abril de 2021 e dezembro de 2022 – Foto: Agência Senado/ND

O indiciamento ocorreu com base no artigo 359-P do Código Penal, que define como crime a ação de “estringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.

STF determina que ex-ministro e ex-diretor da PRF cumpram medidas

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinou que Vasques cumpra medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, obrigação de se apresentar à Justiça periodicamente e proibição de deixar o país. Ainda, o ex-diretor receberá suspensão do porte de arma de fogo e proibição de uso de redes sociais.

Já o ex-ministro da Justiça deve comparecer todas as segundas-feiras à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal e ficar em casa à noite e nos fins de semana. Torres também está proibido de deixar o território da capital federal.

Anderson Torres foi Ministro da Justiça de Bolsonato entre março de 2021 e dezembro de 2022

Anderson Torres foi Ministro da Justiça de Bolsonaro entre março de 2021 e dezembro de 2022 – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Vasques e Torres foram presos em 2023

No decorrer das investigações, Vasques foi preso em Florianópolis em agosto de 2023. Ele ficou quase um ano detido e foi solto no dia 8 de agosto deste ano por determinação de Alexandre de Moraes.

Já Torres ficou preso de janeiro a maio de 2023 por suposta omissão nos atos de 8 de janeiro. Ele era Secretário de Segurança Pública do DF no período dos ataques golpistas e foi investigado por conduta omissiva. Sua soltura também foi por determinação de Moraes.

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