MC Versa e The Groove Hunters une aquilo que só o Brasil separou: o rap e o jazz

Pegue e grave as cenas abaixo! MC Versa e o coletivo instrumental Groove Hunters, unindo aquilo que só o Brasil separou: o hip hop e o jazz. Temos aí um “collab” que tomou de surpresa o público que compareceu na estreia do Giro Desterro Autoral, domingo, no Centro-Leste. O projeto reúne duas frentes das mais ativas na música catarinense e nacional.

Um show trevoso que elevou toda a sagacidade das rimas e a poesia crua da MC catarinense a um outro patamar de potência orgânica, com muito groove, balanço, texturas e a essência urbana do jazz-funk da escola de Herbie Hancock e outros pioneiros dessa mistura. Esse é um projeto para prestar muita atenção, pois ele está apenas começando.

MC Versa e The Groove Hunters com MC Clandetina, MC Cacau e Renan Ricio no palco do Giro Desterro Autoral – Foto: Pedro Malamam/Divulgação

O que Versa e o músico Tiê Pereira (Groove Hunters) imaginam para essa reunificação de espíritos me deixa muito animado – melhor eu segurar os dedos aqui para não entregar muito. O vídeo abaixo traz um pouco desta vibração e registra o grande momento do show em que Versa e Groove Hunters chamaram ao palco MC Clandestina e os rappers Renan Ricio (RJ) e MC Cacau para um freestyle catártico.

Negro, cego e rapper: MC Cacau veio para dar “a visão”!

MC Cacau é uma personalidade cativante. Seu nome é Ricardo Luiz de Carvalho. Um artista negro, cego, B boy, compositor, sambista, percussionista e BabáOgã, morador na comunidade da ocupação Contestado, na Serraria, em São José.

Um batalhador talentoso que não quer a piedade de ninguém, mas a oportunidade de ser ouvido, percebido e reconhecido como artista nato que é em uma cidade onde, “preste atenção, será que é ele ou ELA que não tem visão”?

Sigam o Cacau nas redes sociais. Ele também tem um canal de YouTube com suas composições autorais e uma banda, composta por músicos cegos, a Nó Cego.

E eu preciso falar também: as bandas Grillo e Os Mosquitos, com seu instrumental hipnotizante, e Apocalypse Cùier, com a catarse sonora e política, foram incríveis. Caberiam com sobras no line-up de qualquer grande festival nacional.

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