Festival Dança em Trânsito 2023 leva espetáculos gratuitos para Centro Histórico de Florianópolis

Um dos maiores festivais itinerantes de dança contemporânea do país irá percorrer 33 cidades brasileiras até outubro. Na Capital, evento será nos dias 13 e 14 de julho com oficina e espetáculos gratuitos no TAC e na rua Victor Meirelles

A 21ª edição de um dos mais longevos e importantes festivais de dança contemporânea do Brasil aporta em Florianópolis nos dias 13 e 14 de julho. Ao longo de dois dias, o Dança em Trânsito promove apresentações gratuitas de companhias e bailarinos consagrados no Brasil e América Latina, além de uma oficina.

A abertura será na quinta (13), às 20h30, com o espetáculo Café não é só Uma Xícara, do Grupo Tápias (Rio de Janeiro/RJ e Paris, França). Com coreografia de Flávia Tápias e inspirada na obra fotográfica de Sebastião Salgado, a montagem de dança contemporânea retrata os encontros permeados pela presença do café. 

O trabalho coloca em cena sentimentos e sensações associados à pesquisa realizada sobre a bebida, tão presente na vida dos brasileiros e que evoca tradições, crenças, espiritualidade. A apresentação será no Teatro Álvaro de Carvalho, no Centro da Capital, e a entrada é gratuita. Os ingressos podem ser retirados via Sympla.  

Centro histórico na rota das apresentações

A Rua Victor Meirelles, na movimentada região leste do Centro Histórico, será palco das outras quatro performances do Dança em Trânsito em Florianópolis. Serão quatro apresentações a partir das 19h30, ao ar livre, próximo ao Bugio Bar.

A primeira será apresentada pelo uruguaio Christian Moyano, com a coreografia Você Deveria Ficar (15 min). O grupo paulistano T.F. Cia de Dança performa na sequência, com o espetáculo Corpos de Fronteira (37 min).  

O encerramento será com a Sutil Companhia de Dança, de Curitiba, com a montagem Olha pra Min (15 min). As sinopses completas de cada apresentação estão abaixo.

Oficina com o coreógrafo e bailarino Hugo Lopes

Em 2023, o Dança em Trânsito mantém a tradição de realizar oficinas pelas cidades por onde passa. São espaços de troca que oferecem a possibilidade de reflexão sobre as próprias práticas, ao mesmo tempo em que promovem um intercâmbio de culturas e diversidades entre os artistas.

Em Florianópolis, o bailarino Hugo Lopes, do Rio de Janeiro, ministra no dia 13 de julho a oficina Vivência em Dança Contemporânea. O encontro será das 11h às 13h na Cenarium Escola de Dança, no bairro Itacorubi. A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas neste link. Com um olhar contemporâneo sobre o movimento e com vivências acrobáticas, a aula propõe dinâmicas de improviso, pesquisas individuais sobre fragmentação, continuidade, densidade e gestual, técnica de chão, diagonais e células coreográficas.  

Além da formação em dança, Hugo é ex-ginasta profissional, campeão brasileiro que integrou a seleção em competições internacionais.  Já atuou com vários coreógrafos em trabalhos para o teatro, cinema, TV e grandes eventos. Atualmente integra o elenco do Grupo Tápias e da Renato Vieira Cia de Dança. 

Sobre o Dança em Trânsito  

Há 21 anos, o projeto Dança em Trânsito reúne apresentações artísticas, formação, capacitação, reflexão e intercâmbio entre grupos de dança de diversas cidades do Brasil e do mundo. É um festival plural e itinerante, que possibilita trocas de experiências entre artistas e companhias nacionais e internacionais convidadas, e ainda incentiva o desenvolvimento das linguagens da dança.

O Dança em Trânsito é caracterizado por democratizar trabalhos em destaque no cena atual e por ocupar diferentes espaços: de teatros a praças e ruas. A cada edição, estende o acesso a novos públicos, prezando pela democratização da cultura e reforçando o compromisso de fortalecer e divulgar a dança contemporânea em consonância a outras culturas e segmentos da dança e com a cultura popular brasileira.

Para compor as programações das cidades, foram selecionados artistas e companhias brasileiras de norte a sul do Brasil, assim como artistas e companhias internacionais.

Festival 2023 passará por mais de 30 cidades

Em 2023 Dança em Trânsito teve início em fevereiro, com apresentações de artistas e companhias de dança no Espaço Tápias, no Rio de Janeiro. O tradicional circuito pelas cinco regiões do Brasil começa no dia 10 de julho. No total, o festival viajará para 33 cidades brasileiras em 13 estados até outubro. O evento também terá uma edição em cinco cidades estrangeiras.

Interior de SC também contemplado

Duas cidades do interior de SC também integram o circuito do Dança em Cena 2023: Alto Bela Vista, no Oeste catarinense, e Capivari de Baixo, na região Sul. Em Alto Bela Vista, o festival promove um workshop com criação. Entre 3 e 9 de julho, a bailarina mineira Luciana Lanza realiza um  trabalho com bailarinos e interessados em serviços relacionados às artes cênicas.  No dia 11 de julho, a cidade recebe um espetáculo criado pelo professor e bailarino convidado, Márcio Cunha (Lumiar/RJ), que apresenta uma coreografia criada em outro município.

As duas cidades também fazem parte da programação de formação e geração de emprego para professores multiplicadores. A ideia é que professores de dança de cidades distantes das metrópoles e com poucas oportunidades possam ter aulas e aprender sobre a Metodologia Tápias de Dança. 

Desde maio até agosto, professores estão recebendo orientações em encontros online semanais.  O objetivo do projeto de formação de professores é torná-los multiplicadores das aprendizagens adquiridas, impactar positivamente suas vidas e gerar novas oportunidades de emprego. Em Alto Bela Vista, participa Iago Schwingel. Em Capivari de Baixo, participa Matheus Pipoka. 

Programação em Florianópolis

Quinta-feira (13)
Local: Teatro Álvaro de Carvalho (Centro)

20h30 – Café não é só Uma Xícara (60 min), com o Grupo Tápias (Rio de Janeiro/RJ e Paris, França).

11h às 13h: Oficina de dança contemporânea com Hugo Lopes, na Cenarium Escola de Dança. Inscrições neste link.

Sexta-feira (14)
Local: Rua Victor Meirelles, Centro (próximo ao Bugio Bar)

19h30: Você Deveria Ficar (15 min), com Christian Moyano (Montevidéu, Uruguai)

19h50: Corpos de Fronteira (37 min), com a T.F. Cia de Dança (São Paulo/SP)

20h40: Coreografia criada por Christian Moyano durante residência artística em Curitiba(10 min)

21h: Olha pra Min (15 min), com a Sutil Companhia de Dança (Curitiba/PR)

Conheça os espetáculos

Café não é só Uma Xícara , do Grupo Tápias (Rio de Janeiro/RJ e Paris, França)

Espetáculo de dança contemporânea inspirado na obra fotográfica de Sebastião Salgado. Café não é só uma xícara. Café é plantio, colheita, moagem, cheiro bom pela casa quentinha da memória. Um exercício lírico perpassado pela fé profana ou religiosa, por crenças, tradições e espiritualidade – sem, no entanto, subtrair do ser humano o poder de transformar e recriar sua realidade. A direção artística é de Flávia Tápias e Giselle Tápias e coreografia assinada por Flávia Tápias. Elenco internacional com bailarinos do Brasil, França e Angola. Classificação livre.

Você Deveria Ficar, de Christian Moyano (Montevidéu, Uruguai)

Obra de dança contemporânea dirigida pelo uruguaio Christian Moyano que lembra onde estamos, que vive a precisão, o abraço e o adeus. É uma peça que propõe eliminar os limites entre a arte e a vida. Colocando assim os lugares presentes como tesouros. Despedir-se nunca foi simples. Pensar que partir faz parte de nós e que de alguma forma, devemos sempre ficar. Nós somos o contraste no movimento certo. Você está onde deveria. Onde você está? Classificação livre. 

Corpos de Fronteira, da T.F. Cia de Dança (São Paulo/SP)
 

A obra busca refletir sobre a pluralidade de corpos que colocam em questão as fronteiras. Negros, mulheres, homossexuais e periféricos unem-se por acreditar que juntos as individualidades se potencializam, além de proporcionar microfissuras possíveis para entendimento do mundo hoje. Um anseio pelo encontro, pela possibilidade de reconhecer o próprio corpo como borda e pela experiência (s)cinestésica em ritual de partilha. Concepção e direção de Igor Gasparini. Classificação livre.

Olha pra Mim, da Sutil Companhia De Dança (Curitiba/PR)

Inspirado na palestra homônima de Ângelo Gaiarsa, psiquiatra brasileiro, ao discorrer sobre as tristezas humanas, Olha Pra Mim é uma obra que permeia as sensações de sermos olhados verdadeiramente e a procura invariável por esse lugar. O espetáculo explora a dramaturgia corporal dos artistas em danças fluídas, íntimas e que demonstram a inquietude que são as relações humanas. Criação, coreografia e direção de Ádia Anselmi. Classificação: 12 anos

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