Encapsulada

Eu me sinto como se tivesse vivido por muitos anos encapsulada.

 

Como se a vida fosse feita de fragmentos de pequenos momentos, mas como se eu não tivesse o menor controle de como direciona-la para algo mais estável e tranquilo.

 

Uma luta frequente e constante entre querer expandir e conseguir pagar as contas. Sensação de sobreviver e não de viver. 

 

Sobrevivendo dentro dos padrões e regras estabelecidas.

 

E ao mesmo tempo numa relação de codependência e toxidade com o sistema.

 

A codependência nas relações se estabelece por meio do medo de perder o pouco que se recebe. Uma das pessoas da relação se doa, mais e mais, por muito medo da relação acabar. A outra parte vai se sentindo impotente para gerir a própria vida e exige mais e oferece menos. Desequilíbrio total.

 

Sinto como se na vida eu oferecesse muito e o sistema exigisse cada vez mais e ainda desse a entender que isso seria melhor para mim, como em qualquer relação tóxica.

 

Graças a Deus a gente já identifica e percebe relações tóxicas entre casais. Mas é importante expandir a consciência, para mais além.

 

Nenhuma relação tóxica é boa.

 

Nos últimos quatro anos eu fui sentindo como se começasse a existir um desencapsular, como se a lagarta estivesse quase pronta para virar borboleta e voar. Como se a relação com o sistema estivesse se transformando em relação saudável.

 

Essa lagarta não representa só a mim, mas todo povo que foi sentindo um certo respiro e começou a acordar para a toxidade sempre existente, anteriormente, na sua relação com o estado.

 

E quando parecia que sairíamos do casulo, a sensação é de que um predador deu “um jeito” de nos encapsular mais uma vez.

 

Ocorre que, como todo fim de relação tóxica, quem acorda para a toxidade não consegue mais fechar os olhos.

 

Agora eu já vi, e fica registrado na consciência, por mais que tentem, eu sou livre, pois liberdade está onde chega meu pensamento.

 

Pensar como Sartre e acreditar que sempre há uma escolha, é o que faço.

 

Nessa escolha eu escrevo meus pensamentos, faço o que acredito estar em meu alcance.

 

Você lê e pode compartilhar também.

 

No mais, escolho acreditar no que está além de nós. Sempre podemos entrar em oração. 

 

Ainda que calem a sua voz, faz-se conexão com Deus… em pensamento.

 

E no pensamento podemos imaginar a liberdade almejada. Podemos cocriar o futuro, podemos organizar o cérebro para acreditar em melhores tempos e dessa forma encontrar espaço nas ideias para descobrir saídas plausíveis e seguras.

 

Oremos.

 
 

Guerreira da Luz

Quem sou? Sou declaradamente de direita. Sou Patriota, branca, étero, mulher, mãe, irmã, amiga, filha de papai, orgulho da mamãe, parceira da verdade, defensora da quebra das narrativas. Sou economista tradicional, pedagoga anti Paulo Freire, pós graduada em neuroaprendizagem, terapeuta e sou uma escritora irreverente.

 

 

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