Chuva preta: entenda fenômeno que atinge o Sul e pode chegar ao sudeste do Brasil

Diversas regiões do país sofrem, há algumas semanas, com os reflexos das queimadas na Amazônia. No Sul do Brasil, calor extremo, céu alaranjado e, até mesmo, chuva preta, foram registrados nesta semana.

Com a intensificação dos focos de incêndio, a fumaça já cobre cerca de 50% do território nacional e a população já não sabe mais se o que vê é fumaça ou neblina.

Céu alaranjado é percebido em cidades gaúchas desde o início da semana em decorrência das queimadas na Amazônia

Céu alaranjado é percebido em cidades gaúchas, como Porto Alegre, desde o início da semana em decorrência das queimadas na Amazônia – Foto: Gabriela Fontana/ Reprodução/ ND

Nessa terça-feira (10), moradores de cidades no Sul gaúcho registraram chuva preta, fenômeno causado pela mistura de fuligem atmosférica com a precipitação.

Entenda o que é a chuva preta

Moradores do Rio Grande do Sul registram queda de chuva preta

Moradores do Rio Grande do Sul registram queda de chuva preta – Foto: GZH/ Reprodução/ ND

Moradores de Pelotas, São Lourenço do Sul e Arroio Grande, cidades do Rio Grande do Sul, realizaram a coleta da água da chuva para registrar a ocorrência do fenômeno.

Segundo informado pelo Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), à GZH, a fuligem da fumaça das queimadas se misturou com a chuva, gerando a coloração escura.

Antes de atingir o Brasil, a chuva preta também foi registrada em Cerro Largo e Rocha, no Uruguai. Com a previsão de instabilidade até sexta-feira (13), no Sul do país, Santa Catarina e Paraná devem registrar queda de chuva preta. A chegada de uma frente fria ainda pode levar a chuva preta para os estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Fumaça ou neblina?

Conforme a Epagri/Ciram, a neblina é formada pela condensação de vapor de água. Na ocasião, é criada uma camada de gotículas no ar, formando a neblina, que geralmente se dissipa ao longo da manhã.

Já a fumaça proveniente das queimadas é composta por partículas de material queimado que permanecem no ar por dias, aumentando a densidade e persistência da névoa. Essas partículas poluentes são carregadas por ventos do Norte.

Segundo a Epagri/Ciram, a circulação de ventos contribui para o transporte da fumaça para o Sul do Brasil. Além do vento, uma massa de ar seco e quente no país favorece as altas temperaturas e a umidade do ar muito baixa.

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