Fundo Eleitoral soma 96% da arrecadação dos candidatos a prefeito de Florianópolis

Topázio Neto (PSD) em primeiro, com Dário Berger (PSDB) em segundo lugar, seguidos por Pedrão (PP), Lela (PT) e Marquito (PSOL) muito próximos entre si. Não se trata de uma pesquisa eleitoral entre os candidatos a prefeito de Florianópolis, mas o ranking de arrecadação de recursos de campanha com uma impressionante constatação: 96% do dinheiro vem do polêmico Fundo Eleitoral.

Fundo Eleitoral é 96% do financiamento das campanhas em Florianópolis

Propaganda eleitoral gratuita – Foto: TSE/Reprodução/ND

O Fundo Especial de Financiamento de Campanha, popularmente conhecido como Fundo Eleitoral ou Fundão, surgiu nas eleições de 2018 como alternativa à proibição de doações de empresas paras as campanhas – em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na esteira da Operação Lava-Jato. Desde então, os valores aumentam a cada disputa: este ano são R$ 4,9 bilhões para as eleições nos 5.568 municípios brasileiros.

Em Florianópolis, a arrecadação dos principais candidatos mostra o quanto as campanhas ficaram dependentes dos recursos do Fundo Eleitoral. Dos R$ 11,93 milhões que chegaram até agora às contas de campanha dos nova candidatos registrados, R$ 11,47 têm como origem repasses de recursos do Fundão pelos partidos.

Topázio Neto lidera a arrecadação do Fundo Eleitoral em Florianópolis

O líder na arrecadação de recursos é o atual prefeito Topázio Neto (PSD), candidato à reeleição. Dos pouco mais de R$ 5 milhões arrecadados até agora pelo pessedista, R$ 4,85 milhões vem do Fundão. O PSD enviou R$ 3 milhões, enquanto o PL da candidata a vice-prefeita Maryanne Mattos contribuiu com R$ 1,85 milhão. Com isso, 95,3% da arrecadação de Topázio é dinheiro público.

O ex-prefeito Dário Berger (PSDB) vem em segundo lugar nessa disputa paralela. De sua arrecadação total de R$ 3,28 milhões, 99,3% vieram do Fundão. Foram R$ 3,1 milhões do PSDB e R$ 167 mil do União Brasil, partido da candidata a vice-prefeita Maria Claudia Goulart.

Atrás deles vem Pedrão Silvestre (PP), que tem o Fundo Eleitoral como origem de 86,8% de sua arrecadação. Ele recebeu 1,3 milhão do PP e arrecadou, até agora, R$ 1,53 milhão.

Na sequência, Lela (PT) e Marquito (PSOL) tem 100% de suas arrecadações atreladas ao Fundão. O candidato do PT recebeu R$ 1.002.466,33. Por sua vez, o nome do PSOL recebeu R$ 1 milhão.

Até mesmo nos nanicos há recursos do Fundão. O candidato do PSTU, Carlos Müller, recebeu R$ 23.050 da direção nacional da legenda. Rogério Portanova (Avante), que arrecadou apenas R$ 6,5 mil, não teve aporte partidário. Mateus Souza, candidato do Partido da Mulher Brasileira (PMB), declarou ter arrecadado apenas R$ 800 – do próprio bolso.

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