PM afirma estar investigando caso que envolveu suposta agressão e prisão de advogada em Itajaí

O caso que envolveu a suposta agressão e prisão da advogada Gabriele Westphal dos Santos, que estaria no exercício de sua profissão no último dia 23 de agosto, está sendo apurado pela Polícia Militar, por um inquérito policial.

Em agosto, Gabriele teria sido imobilizada e algemada ao tentar representar suspeitos de tráfico de drogas durante uma operação policial na comunidade Nossa Senhora das Graças, conhecida como Matadouro.

Gabriele Westphal afirma ter sido agredida por policiais em agosto – Foto: Divulgação

PM alegou que advogada teria desobedecido agentes

Na ocasião, a PM alegou que a advogada teria desobedecido os agentes e, por isso, foi realizado um termo circunstanciado. Depois disso, ela foi liberada.

Conforme a nota da polícia, a instrução do inquérito se torna complexa e demanda a realização de diversas diligências, este seria o motivo pelo qual o procedimento ainda não foi concluído.


Advogada foi algemada e imobilizada ao tentar defender suspeitos de tráfico de drogas durante operação policial – Vídeo: Reprodução

Advogados criminalistas fazem desagravo público em prol de colega

No dia 14 de outubro, um grupo de advogados criminalistas fez um desagravo público (ato em prol da advocacia, diante de uma conduta abusiva ou ilegal de uma autoridade) em prol da colega de profissão.

“Tivemos que nos mobilizar para apoiar a Dra Gabriele, provando a omissão da nossa entidade. Infelizmente, somos motivo de chacota porque a Ordem se limita a fazer notas de repúdio. De que adianta criar salas e parlatório se nossas prerrogativas são violadas diariamente? Os criminalistas foram abandonados pela OAB”, disse.

Desagravo promovido por advogados foi no dia 14 de outubro – Foto: Divulgação

O advogado Alex Romito reclamou que tentou ajuda da OAB no caso Gabriele, mas que “ninguém nem atendeu o meu telefonema”. Romito diz que ele precisou chamar um coronel da PM para pedir ajuda. “Acabamos nós mesmos fazendo uma representação, por iniciativa dos criminalistas de Itajaí”.

O ex-presidente da OAB/SC, Tullo Cavallazzi Filho, lamentou a criminalização da advocacia criminalista. “Quando um advogado levanta a carteira da OAB e um policial o agride com um cassetete, é hora de dar um basta. A advocacia precisa abraçar a advocacia criminal”.

PM de Itajaí afirma estar prestando esclarecimentos solicitados pela OAB/SC

O 1º Batalhão de Polícia Militar afirmou ainda em nota que tem prestado todos os esclarecimentos solicitados pela OAB/SC, inclusive fornecendo acesso integral ao inquérito.

“Destaca-se que já na manhã do sábado do dia 24/08, após o encerramento da ocorrência que se estendeu por grande parte da madrugada, membros da OAB de Itajaí e o presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB/SC, Pedro Braga, entraram em contato com o Comando do 1º BPM, a fim de buscarem informações e marcarem uma reunião com urgência para tratar do caso.

Todos foram prontamente atendidos, ficando a reunião marcada para a segunda-feira subsequente, dia 26/08, mesmo dia em que foi instaurado o devido inquérito”, diz a nota.

Conforme a PM, no término do inquérito, o procedimento será encaminhado ao Ministério Público da Vara de Direito Militar.

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