Choque astrofísico próximo à Terra libera radiação cósmica extrema; veja impactos

Cientistas descobriram que microquasares da Via Láctea, como o V4641 Sagittarii, estão emitindo fótons de energia altíssima, uma característica antes atribuída apenas a quasares de galáxias distantes. Uma pesquisa, conduzida pelo observatório HAWC (High Altitude Water Cherenkov), no México, pode mudar o entendimento sobre a produção de radiação cósmica.

A esquerda: fontes de raios cósmicos de alta energia nas proximidades do microquasar V4641 Sagittarii. A direita: centenas de teraeletronvolts – Foto: IFJ PAN/HAWC/Divulgação

Os microquasares, antes vistos como emissores de baixa energia, surgem agora como fontes importantes de radiação cósmica, oferecendo aos cientistas a chance de observar de perto processos que ocorrem em núcleos galácticos ativos. Essa proximidade permite analisar a formação de jatos e a emissão de partículas em detalhes antes impossíveis.

Tecnologia por trás da descoberta do choque astrofísico

Observatório de raios gama High-Attitude Water Cherenkov (HAWC), localizado nas encostas dovulcão mexicano Sierra Negra – Foto: Observatório AWC/Divulgação

De acordo com o SciTechDaily, o observatório HAWC, localizado no México, é essencial para essa descoberta. Equipado com tanques de água que captam a radiação Cherenkov, ele detecta partículas com energia até milhares de vezes maiores que a luz visível. Recentemente, o HAWC detectou fótons de até 200 teraelétronvolts emitidos pelo V4641 Sagittarii, um nível que, até então, só se associava a buracos negros.

O que são microquasares?

Microquasares são sistemas binários compostos por uma estrela maciça e um buraco negro. Nesse sistema, o buraco negro absorve matéria da estrela e lança partículas em jatos a velocidades próximas a da luz. Com as novas tendências, microquasares como o V4641 Sagittarii mostram sua capacidade de gerar fótons de energia na faixa dos teraelétronvolts, desafiando o que se sabia sobre esses corpos e se expandindo à frente.