Alimentos puxam inflação em novembro na capital catarinense, mostra Índice de Custo de Vida da Udesc Esag

Já as tarifas de energia elétrica caíram mais de 8%. Preço do cafezinho teve alta de 8,4% em novembro – foto: Freepik

Os preços dos produtos e serviços consumidos pelas famílias de Florianópolis aumentaram 0,54% em novembro, mas com variações para cima e para baixo entre os nove grupos pesquisados. Os alimentos puxaram inflação do mês para cima, com aumento médio de 1,15%. Já os preços ligados a habitação tiveram variação negativa (-1,22%), puxados para baixo pela mudança de bandeira tarifária da energia elétrica.

A inflação de novembro também ficou bem acima da verificada no mesmo mês do ano passado (que foi de 0,37%). Com isso, o índice acumulado nos últimos 12 meses subiu para 5,69%. Já o acumulado ao longo de 2024 chegou a 5,39%.

Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).

Alimentação

Os alimentos são um dos grupos que mais pesam no bolso, correspondendo a mais de um quinto do orçamento das famílias, todos os meses. Em novembro, esse grupo teve aumento de 1,15% em Florianópolis, com uma variação maior nas refeições feitas fora de casa (1,24%). Nesse caso, os aumentos mais notáveis foram os do cafezinho (8,4%), crepe (5%), suco de fruta (3,9%) e lanche (3%).

Mas os produtos comprados em feiras e supermercados também subiram, ainda que ligeiramente menos (1,09%). O grupo com maior aumento foi o dos óleos e gorduras (4%), com destaque para o óleo de soja (5,2%) e azeite de oliva (3%). As carnes subiram quase 4%, com altas maiores na costela suína (5,5%), filé mignon (4,6%), alcatra (4,2%), costela bovina (3,8%) e contrafilé (3,8%).

Também houve alta nas aves e ovos (3,2%), bebidas e infusões (1,3%), frutas (1,2% – com aumentos de 7,8% da laranja pera e de 5,1% da banana branca), enlatados e conservas (1%), farinhas, féculas e massas (0,9%), sal e condimentos (0,8%), açúcares e derivados (0,6%), carnes e peixes industrializados (0,5%).

Outros subgrupos da alimentação tiveram aumentos abaixo do índice geral ou mesmo queda de preços. É o caso de cereais, leguminosas e oleaginosas (0,2%), panificados (0,2%), pescados (0,1%), leites e derivados (0,1%), hortaliças e verduras (-2,4%) e tubérculos, raízes e legumes (-4%).

Transportes, saúde e cigarros

Houve uma ligeira alta em novembro nos preços ligados aos transportes (0,25%). Esse grupo pesa tanto no bolso das famílias quanto a alimentação, representando mais de um quinto do orçamento. Os preços do grupo, no entanto, subiram bem menos do que os 1,74% verificados no mês anterior. Desta vez, houve alta no etanol para automóveis (1,4%), enquanto as passagens aéreas, por outro lado, ficaram mais baratas (-1,7%).

Além dos transportes, houve alta em novembro nos grupos de saúde e cuidados pessoais (1,5%) – puxados pelos produtos farmacêuticos e óticos (2,2%) – e despesas pessoais (3%), com destaque para o aumento de 14,2% no preço dos cigarros.

Habitação e outros preços

Apesar na alta no índice geral do mês, alguns grupos tiveram variação negativa em novembro. Os preços ligados à habitação foram os que tiveram a maior queda (-1,22%), puxados para baixo pela energia elétrica residencial (-8,6%). A razão é a mudança de bandeira tarifária (de vermelha patamar 2 para amarela).

Com os reservatórios das hidrelétricas mais cheios, há mais oferta de energia barata, levando à queda da tarifa. Além dos preços ligados à habitação, também ficaram mais baratos em novembro os artigos de residência (-0,8%) e de vestuário (-0,2%). Já os preços dos artigos e serviços ligados à educação e comunicação ficaram estáveis.

Sobre o Índice de Custo de Vida

O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de novembro. O índice é publicado regularmente desde 1968.

A metodologia é a mesma usada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência oficial para a meta de inflação nacional. Para o cálculo do ICV, a Udesc Esag conta com o apoio da Fundação Esag (Fesag) na atualização das ferramentas utilizadas.

Mais informações podem ser obtidas em udesc.br/esag/custodevida, onde é possível consultar os boletins mensais (desde 2010) e as séries históricas (desde junho de 1994) do ICV/Udesc Esag.

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