Surreal

É tanta situação surreal que muitas vezes eu fico na dúvida sobre o que escrever.

 

É como se as sombras realmente tivessem tomado conta do país e do planeta.

 

Mas acredito profundamente que Deus é maior que tudo.

 

A inversão total de valores dos últimos anos, décadas, do último século, para mim, nos trouxe até aqui.

 

Eu lembro que quando criança em plena “Guerra Fria”, eu ficava assustada com a possibilidade de uma terceira guerra mundial, mas quanto mais o tempo passava e a geopolítica ia se definindo eu fui me tranquilizando acreditando que o bom senso tinha imperado.

 

Eu aprendi valores importantes de respeito ao próximo, de empatia e solidariedade.

 

Agora a impressão que dá é que todos esses valores foram deturpados no seu sentido real.

 

Já senti fortemente uns dez anos atrás, a raiva e ressentimento que foram sendo disseminadas nas crianças e adolescentes de outrora, que há dez anos já eram adultos que se sentiam não só excluídos, como inaptos para crescer na sociedade e consequentemente revoltados com àqueles que se esforçam e trabalham, e eram “bem sucedidos” na vida.

 

Percebi fortemente em um relacionamento pessoal. Antes eu não tinha a menor ideia da raiva e ressentimento que parte da classe simples, classificada como baixa, sentia da classe média. Tiveram doutrinadores filosóficos ensandecidos escrevendo e disseminando livros em escolas. Hoje entendo que fazia parte de um plano “das sombras”.

 

No relacionamento, com o tempo, ficou evidente a raiva que o outro tinha, por eu ter estudado em uma escola particular, paga com esforço pelos meus pais. Aquela raiva da infância que ele acreditava que eu tive, foi sendo direcionada para mim, e uma vontade grande de fazer justiça para “recuperar” o que “eu” teria “tirado dele”.

 

Demorei muito para entender a lógica invertida. Para mim é absurda até hoje.

 

Espera aí… eu me esforço para trabalhar todos os dias, pago as contas, ajudo no que posso… Porque eu que tirei algo dele, se eu nunca tive ajuda do estado e tudo foi esforço do meu pai e da minha mãe?

 

Minha mãe, cuidava dos filhos, fazia a comida, limpava a casa, fazia de tudo para meu pai economizar, o dinheiro era contado e em razão da inflação, minha mãe parecia fazer “milagre” para a comida render. Parecia mesmo multiplicar o pão. Ela costurava o uniforme e bordava o emblema, para não ter “o gasto” com o uniforme, mandava o lanche, porque afinal a classe média paga tudo (não tem merenda)… Eu entendo tudo isso. Entendo que programas sociais são importantes e escola pública é fundamental. E defendo que seja de qualidade e não lacradora, ineficiente e vitimizadora.

 

Eu não conseguia entender a raiva. No que meu pai e minha mãe tem culpa pela situação da classe baixa, se eles fazem bastante esforço para carregar a própria cruz?

 

Um dia ouvi uma resposta, de uma amigo: 

  • Por conta dos colonizadores, você é descendente de branco colonizador e escravista.

  • Ãh!? Minha ascendência é italiana.

  • Então, a Roma Antiga era colonizadora também.

  • Sim, mas antigamente, todos que invadiam, lutavam e ganhavam a luta, escravizaram o grupo que perdia a luta, independente de raça. Isso fez parte da história por milênios, até que finalmente a humanidade entendeu que não poderia ser assim, graças a Deus.

 

Meu amigo ficou sem argumento, e o que ele dizia é que eu tive acesso que os outros não tiveram.

 

Na minha cabeça eu pensava, por isso sou uma pessoa que ajuda quem precisa, que por anos trabalhei como voluntária servindo café da manhã para moradores de rua. Justamente por saber que algumas pessoas passam por dificuldades, por conta da falta de gestão adequada dos recursos públicos é que eu procuro fazer a minha parte como quem entende a importância de amor ao próximo, tem empatia e solidariedade. 

 

Falei isso para ele e terminei enfatizando:

 

Não venha me dizer que a culpa dos gestores públicos corruptos, que não fazem o que a população precisa, é minha ou dos meus ascendentes. Já era para a classe baixa ter uma condição muito melhor, se o governo não desviasse os recursos.

 

Esse papinho sinistro e nefasto foi sendo difundido por anos e chegamos ao ponto que as invasões e falta de humanidade com o povo que sofria as invasões de terra, entendido como algo que não poderia ocorrer, volta agora como normal na insanidade do Abril Vermelho.

 

Retrocedemos no tempo e no entendimento.

 

Violência, vingança, revanchismo, entre pessoas, luta de tribos, volta a ser entendido como normal?

 

Isso é evolução?

 

E vou elucubrando.

 

Será que essa aparente partilha da Amazônia, é uma conquista territorial, que não deixa de ser diferente dos tempos antigos, mas disfarçada de compras e acordos políticos?

 

Enfim, será que a tão temida, terceira guerra mundial, por parte da minha criança interior, já não está aí, de forma velada?

 

Deus está na frente. Oro muito diariamente. Confio que não cai uma folha da árvore sem que ele permita. Ele está preparando algo maior, que colocará tudo no eixo e no lugar.

 

Eu acredito. A Fé é o que me move diariamente e faz com que eu não desista de pensar e falar, ou melhor… escrever.

 

 

Guerreira da Luz

Quem sou? Sou declaradamente de direita. Sou Patriota, branca, étero, mulher, mãe, irmã, amiga, filha de papai, orgulho da mamãe, parceira da verdade, defensora da quebra das narrativas. Sou economista tradicional, pedagoga anti Paulo Freire, pós graduada em neuroaprendizagem, terapeuta e sou uma escritora irreverente.

 
 
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