Nota de pesar: falece a professora e escritora catarinense Eglê Malheiros

Eglê Malheiros e Salim Miguel na UFSC, em 2012. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) lamenta o falecimento da professora e escritora catarinense Eglê Malheiros, ocorrida na tarde desta terça-feira, dia 17 de dezembro, em Brasília (DF), aos 96 anos.

Eglê é escritora, professora e tradutora catarinense nascida em Tubarão (SC) em 1928. Em Florianópolis, foi uma das fundadoras do Círculo de Arte Moderna, conhecido como Grupo Sul, movimento que durou de 1948 a 1958 e renovou o ambiente cultural de Santa Catarina.

Eglê foi a primeira mulher a se formar no curso de Direito da UFSC e concluiu o Mestrado em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Foi professora do Instituto Estadual de Educação, onde lecionou História; teve atuação em todos os momentos do Grupo Sul, onde publicou o seu primeiro livro de poemas (Manhã, 1952; Edições SuI). Mais tarde surgiram outros livros, como Vozes veladas (1996) e Os meus fantasmas (2002). Participou dos primórdios do movimento modernista em Santa Catarina, desde a publicação do jornal Folha da Juventude até a extinção do então chamado Círculo de Arte Moderna.

Com Salim Miguel, escreveu o argumento e roteiro de O preço da Ilusão, primeiro longa-metragem realizado em Santa Catarina. Também atuou como co-roteirista das produções cinematográficas A cartomante e Fogo morto. Em 1964, durante o golpe militar, foi presa e afastada da cátedra de História. A família teve que se mudar para o Rio de Janeiro. Lá trabalhou como tradutora, roteirista de cinema e na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, do qual foi diretora-secretária.

Foi, também, uma das editoras da revista Ficção (1976/79). Ministrou cursos, participou de comissões julgadoras no campo da ficção, colaborou como crítica literária na imprensa. Tem trabalhos de poesia, de ficção, de crítica, em órgãos de imprensa e livros. Em 1979, voltou para Florianópolis. Retomou, por curto período, até se aposentar, a cadeira de História do Instituto Estadual de Educação.

 

 

Com informações: Udesc

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