5 temas que podem aparecer na Redação do ENEM 2023

Com 3,9 milhões de pessoas inscritas, de acordo com o Inep, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), acontece nos dias 5 e 12 de novembro em todo o país e costuma ser decisivo na vida de muitos jovens que buscam uma oportunidade de ingressar na universidade de seus sonhos.

Um dos momentos mais desafiadores desse processo é a redação. Por isso, a fim de auxiliar os vestibulandos a se prepararem para essa etapa da prova, que exige a produção de um texto do gênero dissertativo-argumentativo, o professor Fernando Andrade, curso online preparatório para provas de Vestibulares e Enem -, aponta cinco temas que podem ser cobrados na Redação do ENEM 2023.

De acordo com o professor, os possíveis temas que podem ser contemplados na prova este ano incluem:

1 – Educação

Segundo o professor, é possível que o Enem 2023 aborda alguma temática ligada à educação, uma vez que esse assunto tem ganhado destaque nos últimos anos. “Dentre as possíveis abordagens, merecem destaque a insatisfação com o Novo Ensino Médio, o déficit educacional devido à Covid-19 e as avaliações que demonstram um sistema educacional aquém do que se deseja”, pontua.

O profissional indica também um outro possível tema: o analfabetismo funcional ou total, pois trata-se de uma temática menos polêmica e, portanto, mais acessível para ser abordada pela banca do exame.

2 – Déficit de moradia

Para Andrade, o núcleo temático “questão social” é amplo, e o termo se refere a questões que englobam aspectos relacionados à desigualdade, pobreza, exclusão, bem como a falta de oportunidades para grupos marginalizados. “Nesses últimos anos, os movimentos relacionados às pessoas consideradas sem teto ganharam destaque por chamar a atenção ao déficit de moradia. Trata-se de um tema quente para a próxima prova”, complementa.

3 – Proteção aos povos originários

Outro tema que se enquadra na questão social é a proteção aos povos originários. O professor destaca que, com base nos frequentes massacres e ameaças aos povos originários, o tema ganha destaque, seja porque se trata de uma questão política — os indígenas deveriam ser considerados outra nação —, seja como problema humanitário em si. “Há subtemas interessantes nesse caso: a destruição da cultura, a relação desses povos com a proteção ambiental, a conciliação entre preservação das terras indígenas e ampliação de terras para agricultura”, completa.

Vale a pena mencionar que um tema próximo já foi cobrado pelo Inep na redação do Enem em 2022, em que a proposta era: “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil“. “Mas vale ressaltar também que o tema não se tratava diretamente sobre os povos originários”, ressalta o professor.

4 – Violência policial

O aumento da violência policial também é uma das apostas de Andrade. “Estamos agora considerando um tema sempre latente na sociedade brasileira, infelizmente. O destaque pode ser dado à letalidade e vitimização da Polícia Militar. Depois da pandemia, os números dos mortos em ações policiais voltou a crescer”, afirma.

“É importante lembrar que trata-se de uma questão delicada, pois policiais também morrem nesse enfrentamento armado ao crime organizado. Esse tema, um recorte mais preciso sobre a violência, tem a cara do Enem, pois não envolve a questão espinhosa da persistência do tema em si, questão cuja causa é bastante complexa”, comenta.

5 – Violência relacionada ao não reconhecimento

Outro tipo de violência é aquela cometida contra grupos sociais que lutam por reconhecimento: pessoas LGBTQIA+, mulheres, negros, pessoas com deficiência (PCDs), entre outros. “Nesse caso, um tema que pode ser abordado é a violência obstetrícia. Trata-se de uma questão delicada que afeta as mulheres e que não é percebida como violência”, pontua o professor.

O profissional afirma que esse modelo de colocar em pauta um direito restrito que não está sendo observado tem sido comum nas provas do Enem. “Por fim, vale destacar que o Inep muitas vezes faz recortes temáticos dentro desses grandes temas bastante precisos e que fogem da previsão, como foi o caso, por exemplo, da educação para surdos”, completa.

Por Fernando Andrade

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