Sexta edição do Tum Festival coloca SC no mapa da indústria da música do Brasil e da América Latina

Shows, showcases, debates, workshops e rodada de negócios reuniram mais de 450 artistas e produtores musicais em Florianópolis

Com a participação de mais de 450 artistas, produtores e profissionais da música de diferentes nacionalidades, a sexta edição do Tum Festival, encerrada no domingo (12), em Florianópolis, consolidou o evento como uma referência na criação de conexões e negócios do mercado musical no país e na América Latina, colocando Santa Catarina no mapa da indústria da música. Foram mais de 100 atividades, entre palestras, workshops e rodada de negócios, reunindo programadores culturais, curadores de festivais, selos, editoras, gravadoras e artistas para geração de novos negócios e capacitações.

Ao longo da programação, que começou dia 4 de novembro, o Tum contou ainda com apresentações de 32 showcases autorais, entre artistas brasileiros e outros quatro do exterior. Nesses showcases, e também na rodada de negócios, os artistas tiveram a oportunidade de mostrar seus trabalhos para profissionais da indústria que poderão contratá-los para circulação. 

Além disso, a programação do Tum contou ainda com shows nacionais de Ana Cañas, João Bosco, Lenine e Àttooxxá. Foram cinco palcos espalhados pela Capital catarinense, além da conferência realizada no Centro Integrado de Cultura (CIC), mobilizando cerca de 400 trabalhadores direta e indiretamente, além de um público total de 8.500 pessoas. 

Para a diretora geral e idealizadora do Tum Festival, Ivanna Tolotti, com a edição deste ano o evento ampliou ainda mais a sua diversidade e alcance, tendo a presença de artistas e profissionais da música de 20 estados brasileiros e de outros 10 países, como Portugal, Uruguai, Argentina, Paraguai, Colômbia, Noruega, França, México, Chile e Guiné.

“Encerramos a sexta edição do Tum Festival certos de que avançamos em direção ao nosso propósito, inserindo Santa Catarina no mapa do Brasil e da América Latina, através da nossa Conferência, que é pioneira no estado, e promovendo um grande encontro da cadeia produtiva da música com o objetivo de gerar negócios, abrir novos mercados e criar oportunidades para as micro e pequenas empresas da área da música e da economia criativa”, destaca Ivanna.

“Isso é fruto de um trabalho estratégico de articulação e planejamento de redes colaborativas, que o Tum vem construindo desde 2015, e que visa integrar mercados promissores que precisam se conectar em um ambiente de negócios. A música vai além de um show, é uma cadeia gigante que gera milhares de empregos. Encontros como esses elevam o nome da música catarinense, da nossa cidade e do nosso estado para o Brasil e para o mundo”, complementa Ivanna Tolotti.

Aproximação com outros estados e países

El Yopo e Nico Junca, duo colombiano de música alternativa, foram uma das presenças internacionais no Tum deste ano. Além de participarem das atividades de aproximação com outros artistas e produtores, eles também mostraram o trabalho autoral em showcase apresentado no Centro de Florianópolis. “Participar do Tum foi uma experiência enriquecedora para o nosso processo musical e de vida também. Festivais como esse nos ajudam a criar vínculos e relações que, no futuro, podem beneficiar a nossa carreira”, diz o músico El Yopo.

Para a Amanda Cadore, de Chapecó, a expectativa é de que os dias de troca de experiências rendam frutos. “Participei no ano passado como ouvinte e, agora, estou tocando e cantando pela primeira vez. A aposta é que esse intercâmbio cultural com produtores e programadores faça com que a gente consiga se inserir no mercado”, comenta. “É muito interessante porque a gente interage com compradores de shows de uma forma mais direta, já que, em geral, é difícil que essas pessoas consigam acompanhar o nosso trabalho de perto”, completa a cantora Augusta Barna, de Minas Gerais. 

Cronixta (Pará), 50 Tons de pretas (RS), Roda de Choro Mulheril (SC), CIdrais (PR), Nouvella (SC), Natalia Carreira (DF), Renato Luciano (MG), Apocalypse Cùer (SC), Guinha Ramires e Luma Instrumental (SC), Vitor Soltau (SC), Soul de Brasileiro (RJ), Filhas e Filhes de Eva no Jardim das Delícias (SC), Juan Marino (Uruguai), Poly Fiction (Paraguai), Dafne Usorach (Argentina) e Diego Janssen (Uruguai) foram alguns dos outros shows e showcases que passaram pelos palcos do Tum Festival.

Debates e convidados de renome

Durante a conferência, foram discutidos temas importantes para artistas e mercado, como ‘Desafios na música na Era da Inteligência Artificial’, ‘Direitos Autorais’, ‘Estratégias de festivais e feiras criativas’, ‘Encontro com autores de livros musicais’, ‘Construção do coletivo’, ‘Importância de redes colaborativas para internacionalização de carreiras’, ‘Questões climáticas na indústria da música’ e ‘Protagonismo feminino e circulação de mulheres no mercado’.

Entre os profissionais que participaram das atividades, Max Viana (Universo Spanta/RJ), Marcelo Beraldo (C3/Lollapalooza) , Barral Lima (Marte Festival/MG), Fabiana Lian (On Stage Lab/SP), Val Becker (Rádio Graviola/RJ), o produtor musical Pena Schmidt (Os Mutantes, Titãs, Raul Seixas/SP), Melina Delfino (Exib Música/Portugal), Eli Moura (Festival Convida/DF) e Daniela Medrano (UTUCA/Argentina), entre outros. 

Presente na sexta edição do Tum Festival pela segunda vez, o produtor, gestor de carreiras artísticas e idealizador do festival Abril Pro Rock (PE) Paulo André Pires reforça a importância das conexões promovidas pelo evento. “É nesses encontros que as coisas acontecem. Muitas vezes eu gosto de um artista que não cabe no meu festival, mas posso indicar a outro produtor da minha cidade, posso ajudar nessa aproximação. E, especificamente para os artistas de Santa Catarina, é ainda mais importante – acredito que o Tum Festival vem ajudando a colocar Florianópolis no mapa dos profissionais do mercado, alimentando a cena local com possibilidades de circulação”, destaca.

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