Sete trabalhadores da Celesc foram mortos e tiveram os corpos carbonizados
Três dos nove envolvidos em uma chacina que resultou em sete homicídios e três tentativas em Joinville, no Litoral Norte de Santa Catarina, foram condenados pelo Tribunal do Júri no encerramento da sessão na noite da última quarta-feira (16). As vítimas foram assassinadas com tiros na cabeça e tiveram os corpos carbonizados na madrugada de 8 de janeiro de 2023.
Os condenados foram denunciados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pelos crimes de homicídio, tentado e consumado, sequestro, cárcere privado, participação em organização criminosa, dano qualificado de automóvel e ocultação de cadáver. Somadas, as penas dos três réus chegam a mais de 350 anos de prisão.
Os acusados estavam presos preventivamente ao longo de todo o curso do processo e não poderão recorrer em liberdade. Um quarto denunciado julgado na mesma sessão foi absolvido pelo Conselho de Sentença. Os outros cinco integrantes do grupo denunciado serão julgados no mês de julho.
A sessão do Tribunal do Júri iniciou na quarta-feira (16) em Joinville. Após o encerramento do processo, a promotora Júlia Wendhausen Cavallazzi destacou que “a sociedade Joinville deu uma resposta à altura da brutalidade dos crimes cometidos. Espero que essa resposta dê algum conforto aos familiares e as vítimas sobreviventes, todos trabalhadores do vizinho estado do Paraná que vieram ao nosso estado com o único propósito de trabalhar honestamente”.
Veja as penas
• Charles Willian Rodrigues Delfe: 87 anos, seis meses e três dias de reclusão em regime fechado;
• Jackson José da Silva: 127 anos e 14 dias de reclusão em regime fechado, 10 meses e 22 dias de detenção, além de 120 dias-multa, equivalente a R$ 5.280;
• Márcio Delfino da Rosa: 137 anos, três meses e 18 dias de reclusão em regime fechado e um ano de detenção e 124 dias-multa (R$ 5.456).
Entenda o caso
Segundo a denúncia da 22ª Promotoria de Justiça da Comarca de Joinville, as seis vítimas assassinadas foram encontradas em avançado estado de carbonização dentro de um automóvel. Os corpos foram localizados na manhã de 8 de janeiro de 2023, na Estrada Serrinha, bairro Vila Nova, em Joinville. No decorrer da investigação, um sétimo corpo foi encontrado.
Os crimes teriam sido cometidos por rivalidade entre organização criminosas. Na noite anterior aos fatos, uma das vítimas teria se desentendido com uma das faccionadas, denunciada no processo, em um bar. O homem fez um festo com a mão, dando a entender, sem intenção, que pertencia a um grupo criminoso rival. Em seguida, ele retornou ao alojamento onde morava com as demais vítimas para tentar se esconder. Porém, os réus invadiram o imóvel e abordaram todas as 10 pessoas que estavam lá.
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Uma das acusadas, que tinha posição de chefia da organização criminosa na região do bairro Morro do Meio, deu a ordem para que as vítimas fossem sequestradas e mantidas em cárcere privado. De acordo com o inquérito da Polícia Civil (PCSC), três delas foram levadas para fora da casa, enquanto as demais continuaram no interior. O homem que ofendeu a mulher no bar foi encontrado escondido nos fundos do imóvel. Ele foi espancado, morto e decapitado no local.
As demais vítimas foram amarradas e espancadas dentro do do alojamento. Em seguida, os denunciados colocaram o corpo decapitado no porta-malas de um carro, além de outras duas vítimas no banco de trás. Em um segundo automóvel, foram colocadas outras três pessoas amarradas. As demais vítimas foram levadas em um terceiro carro.
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O comboio do grupo foi até o bairro Vila Nova com o objetivo de matar as vítimas e ocultar os seus cadáveres. Durante o trajeto, porém, um dos veículos estragou e foi abandonado, e os réus libertaram as três vítimas que levavam. Após as 5 horas da manhã seguinte, nas imediações do bairro Vila Nova, os denunciados tiraram a vida de seis das vítimas com vários tiros na região da cabeça.
Ainda de acordo com a denúncia do MPSC, todos os corpos foram colocados em um carro, que foi incendiado. Os denunciados também ocultaram o cadáver de uma das vítimas em meio a uma plantação nas imediações da Estrada Duas Mamas. Na sequência, eles retornaram ao automóvel restante, que foi abandonado no bairro Morro do Meio.
Seguindo a tese da promotora Júlia Wendhausen Cavallazzi , o Conselho de Sentença entendeu que as tentativas de homicídio e os homicídios foram qualificados por motivo torpe, pelo emprego de meio cruel e pela impossibilidade de defesa das vítimas.
Quem são as vítimas
Naturais das cidades de Palmas e Cruz Machado, no Paraná, as vítimas estavam em Joinville a trabalho para a Celesc. Os trabalhadores estava, hospedados em um alojamento, que também foi incendiado. São eles:
- Daniel Marcolino de Lima, 19 anos
- Rivair Amaral Ribeiro, 23 anos
- Bruno dos Santos Sales, 24 anos
- Ivonei Wendler dos Santos, 26 anos
- João Mário do Amaral, 28 anos
- Daniel Marcolino de Lima, 19 anos
- Marcos da Silva Machado, 30 anos

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