Projeto de criação de moldes 3D para cirurgias vai ser expandido para todo o estado

Um projeto do Câmpus Florianópolis do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) que visa diminuir custos e trazer mais conforto e segurança para os pacientes de cirurgias está prestes a ser ampliado para todos os hospitais de alta complexidade que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Santa Catarina.

 

A equipe do Laboratório de Manufatura Aditiva e Inovação em Saúde (LabMais), que desenvolve impressões 3D de modelos anatômicos de pacientes e moldes para cimento cirúrgico para auxiliar nos procedimentos cirúrgicos, vai produzi-los para diversas unidades de saúde catarinenses por meio de convênio com a secretaria estadual de Saúde (SES).

O trabalho do LabMais foi contemplado em um edital lançado pelo deputado estadual Mário Motta para distribuição de emendas parlamentares. Como o IFSC não pode receber emendas de parlamentares estaduais, o projeto foi submetido pelo Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), de Florianópolis, mantido pelo governo catarinense. O HIJG já é parceiro do laboratório na produção dos moldes 3D desde 2018 e hoje possui seu próprio setor para esse tipo de serviço. Mais duas instituições estaduais – o Hospital Geral Celso Ramos (HGCR) e o Hospital Regional de São José (HRSJ) -, além do Hospital Universitário da UFSC (HU) também já foram atendidos pelo LabMais.

 

Os moldes são produzidos a partir de uma tomografia do paciente. Um modelo digital é produzido em um software e toma forma por meio de uma impressora 3D. O LabMais já produziu esse tipo de material também para instituições de outros estados, como Bahia e Rio Grande do Sul. São produzidas cerca de 10 peças por semana.

 

Para atender a nova demanda, dos hospitais SUS de alta complexidade em Santa Catarina, o LabMais vai ampliar sua equipe, hoje formada pelo professor Matheus Savi e pelos bolsistas de graduação Eduardo Matheus Mendes Luiz (Design de Produto) e Jaqueline Tainara Costa (Radiologia): mais um pesquisador e três bolsistas devem ser contratados.

Paralelamente à produção, a equipe do LabMais vai fazer um estudo sobre quanto o uso dos modelos 3D traz de economia para cirurgias. Esse levantamento é, a princípio (pelas pesquisas feitas pelo grupo do laboratório do IFSC), inédito no Brasil. Um estudo similar na Europa estimou a economia em 60 euros por minuto.
Além do benefício econômico, o uso dos moldes traz mais segurança para médicos e pacientes. “O médico vai para a cirurgia sabendo, e não achando”, destaca o professor Matheus Savi. Isso resulta em uma cirurgia mais rápida e assertiva, com menos sangramentos e mais conforto para o paciente.

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