Conclave: Como ocorre a escolha do Papa

Realizado na Capela Sistina, no Vaticano, o Conclave reúne cardeais do mundo inteiro com protocolos rigorosos e vigilância absoluta

O processo de escolha do novo Papa é um dos rituais mais solenes e sigilosos da Igreja Católica. Neste ano, 133 cardeais têm a responsabilidade de eleger o 267º sucessor de São Pedro. A votação é realizada através de uma cédula dividida em duas partes. Na superior, a fórmula pré-impressa que introduz o voto e na inferior  o espaço onde deve ser escrito o nome do escolhido.

> Siga nosso canal no WhatsApp e receba as notícias do TVBV Online em primeira mão

Antes da votação, são sorteados nove cardeais para funções de escrutinadores, responsáveis por recolher votos dos colegas doentes e três revisores. É nesse momento que apenas os membros do Colégio Eleitoral permanecem na capela e as portas são seladas. Durante a votação cada cardeal, por ordem de precedência, escreve o nome do candidato, dobra a cédula e se aproxima-se do altar. Após o juramento, de votar com base na consciência diante de Deus, deposita o papel em uma urna especial.

Capela Sisitina. Imagem: @vaticannews.

Aqueles que estão enfermos e permanecem nos aposentos recebem a visita de três cardeais encarregados, que levam as cédulas e uma urna portátil. A urna é lacrada e levada para a Capela Sistina, onde os votos são colocados junto com os demais.

>> O conclave que durou três anos

A apuração

No final da votação os escrutinadores embaralham as cédulas e verificam se o número coincide com o total de eleitores. Em caso de diferença os votos são anulados e uma nova rodada é iniciada. Se a quantidade está correta começa a apuração. Um cardeal lê o nome escrito, um segundo confirma e outro anuncia em voz alta. Todos os votos são registrados. A eleição só é válida se o candidato alcançar ao menos dois terços dos votos. Com 133 cardeais presentes, são necessários 89 votos para a escolha ser oficial. Caso o consenso não seja alcançado, votações continuam sendo realizadas: duas pela manhã e duas à tarde.

Para evitar fraudes, cada cédula é perfurada após a leitura e alinhada em uma linha. Os resultados são somados e conferidos. Em seguida as cédulas são queimadas em um antigo fogão de ferro fundido, o mesmo utilizado desde 1939. São utilizadas substâncias químicas que podem gerar fumaça preta, quando não há consenso, ou branca que demonstra que o novo Papa foi escolhido.

No caso de indefinição

No caso de indefinição após três dias o processo é pausado por um dia para orações, reflexão e conversas informais. Se o impasse persistir após sete rodadas, pausas sucessivas são feitas, sempre acompanhadas por orações feitas por cardeais mais graduados. Já se nenhuma decisão for tomada após essas etapas os dois nomes mais votados nas duas últimas votações passam a ser os únicos elegíveis. A maioria permanece para o consenso, mas candidatos não podem votar nessas últimas fases. Ao final, com a escolha do novo papa, a fumaça branca anuncia que a Igreja tem um novo líder.

           

             

O conclave que durou três anos

O processo de escolha do Papa Gregório X mudou a história da eleição papal

A eleição mais longa da história da Igreja Católica não apenas marcou um capítulo incomum da sucessão papal, mas também deu origem a uma das tradições mais emblemáticas do Vaticano, o Conclave. Foram quase três anos de impasse entre…

Continue lendo

O conclave que durou três anos

Adicionar aos favoritos o Link permanente.