Jurerê Rumo a 2050: Podcast Revela Plano Revolucionário com Habitação Social e Urbanismo Ecológico

O futuro de Jurerê está sendo desenhado com uma visão ousada e sustentável. O podcast Jurerê Mais, iniciativa da Imobiliária Viva Jurerê que busca oferecer informação relevante e gratuita sobre o bairro, mergulhou neste tema crucial em seu 23º episódio, recebendo uma convidada de peso: Lorena, a arquiteta e urbanista à frente do departamento de arquitetura e urbanismo do Grupo Habitasul, a empresa responsável pelo desenvolvimento de Jurerê Internacional.

Com uma sólida formação em arquitetura e urbanismo, especialização e mestrado em desenvolvimento sustentável na Argentina, e vasta experiência em planejamento urbano, Lorena trouxe insights valiosos sobre a evolução histórica e as projeções para o bairro. Ela destacou a influência de sua escola na Argentina e a pegada europeia de arquitetos com quem trabalhou, moldando seu conceito de sustentabilidade e planejamento.

Da Visão Pioneira à Gestão Contínua

Jurerê Internacional nasceu de um plano específico de urbanização na década de 80, concebido com zoneamento setorizado: um eixo comercial e de usos mistos (o Open Shopping), uma área turística (onde está o Il Campanario) e bolsões residenciais unifamiliares. Inovações como o Open Shopping, uma área privada de uso público, e o passeio dos namorados na orla como um parque linear de caminhabilidade já ditavam a tônica de fluidez pública e caminhabilidade.

Em 2005, a Habitasul buscou a expertise da fundação onde Lorena trabalhava para renovar o masterplan e pensar nas etapas futuras, especialmente a gleba não implantada, lindeira à Estação Ecológica de Carejosa (EEC), o que exige diálogo e anuência da estação.

Lorena vê seu propósito na Habitasul em demonstrar que o crescimento populacional e urbano é possível preservando a natureza, e que essa preservação deve ser planejada. O grande desafio é sempre encontrar o equilíbrio entre o ambiental e o urbano.

Jurerê se tornou um ícone de urbanismo sustentável graças ao seu planejamento estratégico. A Habitasul atuou como master developer, não apenas loteando e vendendo, mas realizando o planejamento e a gestão contínua do bairro, criando centralidades como o Open Shopping e transformando-o em um placemaking (lugar de convívio). A relação com a natureza foi priorizada, deixando áreas de maior restrição ambiental para etapas futuras. O foco inicial na orla, com ruas perpendiculares ao mar e acessos diretos aos beach clubs, posicionou Jurerê como destino turístico de valor. A preservação das unidades unifamiliares na orla, sem verticalização como em outros balneários, garantiu a calmaria e a qualidade de vida, mesmo com a atividade turística intensa. Jurerê, que antes era local de acampamento, ganhou glamour e qualidade de vida com o planejamento e restrições urbanísticas desde o início.

Restrições Urbanísticas: Um Legado e Seus Desafios

As regras de construção em Jurerê, estabelecidas em 1978, foram registradas na matrícula dos imóveis. Algumas são mais restritivas que o plano diretor municipal, como a taxa de ocupação menor (35% contra 45%), resultando em casas mais soltas nos lotes, melhor insolação e ventilação. A proibição de muros na frente e do terceiro pavimento são outras normas marcantes.

Lorena reconhece a existência de irregularidades, estimando que cerca de 30% das casas tenham algum tipo de fechamento frontal (muitas vezes por segurança ou pets), ou desrespeitem o limite de pavimentos e o afastamento das divisas. A postura atual da Habitasul é buscar o consenso e a mediação, mostrando que a irregularidade desvaloriza o próprio imóvel e o bairro. Há fiscalização e colaboração com a equipe de segurança (SA) e a Associação dos Moradores. Para prédios, a Habitasul negocia conceitos como certificação, qualidade arquitetônica e limites de altura diretamente com as incorporadoras.

O Novo Masterplan e as Regras Revolucionárias

O projeto “Jurerê em 2050”, que circulou anos atrás, propunha uma ocupação menor da área total com maior volumetria (até 20 pavimentos), mas o cenário mudou com as alterações no plano diretor municipal em 2014 (definindo a área futura como AUE – Área de Urbanização Especial) e 2023 (exigindo um Plano Específico de Urbanização – PE para essa área).

O novo PE impõe regras consideradas revolucionárias: apenas 45% da área total para urbanizar poderá ser ocupada, destinando 55% para preservação ambiental e agrícola. Um grande desafio é a exigência de 15% das unidades geradas serem destinadas à habitação social (5% para a prefeitura e o restante para financiamento).

Diante da alta valorização imobiliária, a Habitasul estuda modelos (incluindo visitas a Viena e Amsterdam) e pesquisa o perfil das pessoas que trabalham no bairro (até 10 salários mínimos) que deveriam ter a possibilidade de morar ali. O objetivo é integrar faixas sociais através de um plano que prevê escola pública, espaços públicos inclusivos e saúde.

O projeto atual é fruto de um estudo intenso iniciado em 2022 com 16 empresas e especialistas, detalhando vegetação, sistema hídrico e resiliência de áreas úmidas. Masterplans horizontal e vertical calculam a capacidade populacional, com meta de alcançar 40.000 pessoas com a infraestrutura prevista. Novas tecnologias para água e esgoto estão sendo estudadas para otimizar espaço e manter o equilíbrio hídrico, essencial para o abastecimento.

O novo conceito urbanístico se afasta do parcelamento ortogonal, propondo clusters que respeitam a topografia e os cursos d’água. É um urbanismo ecológico, inspirado na natureza local. A verticalização terá variabilidade tipológica (4, 5, 6, 8, 12 pavimentos), escalonando as construções para garantir vistas para o mar e o manguezal, agregando valor e criando uma ambiência diferenciada.

Parque Central e Conexão com a Natureza

Fundamental para conectar as pessoas à natureza é o Parque Central, em implantação. Com 150.000 m², o parque foi projetado ecologicamente para ser um lugar onde as pessoas possam viver em meio à natureza. Permitirá a observação da fauna e flora (equipamentos para observação de pássaros e jacarés), sendo um equipamento de lazer com formação ecológica. A Habitasul busca parcerias com o município para garantir sua sustentabilidade e segurança, considerando até operações gastronômicas, misturando o conceito de parque com open shopping.

Infraestrutura, Serviços e Revitalização

A infraestrutura atual suporta até 27.000 pessoas, com previsão de ampliação para as novas etapas, visando os 40.000 habitantes projetados. Isso inclui áreas institucionais para escolas e saúde. A vocação de Jurerê para saúde e eventos esportivos será valorizada.

A orla, expandida pelo alargamento da praia, também está em foco. O movimento Jurerê Mais nasceu, em parte, da preocupação com a segurança e infraestrutura para a maior quantidade de pessoas na praia alargada. O projeto Parque da Orla visa revitalizar o passeio dos namorados com equipamentos, mobiliário, iluminação e, crucialmente, mais banheiros públicos.

Conectando os “Lugares de Lugares”

Um desafio pessoal para Lorena é a falta de conexão entre as diversas áreas de Jurerê. O bairro é percebido como “um lugar de lugares”, onde visitantes se perdem e não acessam facilmente praças e áreas de lazer. A meta é criar um “mapa” de navegação, promovendo um senso de comunidade. O alargamento da praia é visto como um passo simbólico nessa conexão, unindo Jurerê Internacional e Tradicional. Iniciativas como o movimento Jurerê Mais e a criação de um banco de projetos da comunidade buscam unir as “tribos” e revitalizar áreas existentes, como as alamedas e praças, além de trabalhar em problemas de drenagem.

Visão de Futuro: O “Bem Viver” em Jurerê

A visão do Grupo Habitasul é que Jurerê seja o “melhor lugar”, promovendo encontros e o “bem viver”. O objetivo é criar uma centralidade que permita às pessoas viverem mais no bairro, diminuindo o deslocamento. Jurerê será um lugar de primeira moradia com infraestrutura completa, contribuindo para a dinâmica urbana de Florianópolis, e não apenas um destino turístico.

O Grupo Habitasul, como master developer, reafirma seu compromisso com o desenvolvimento contínuo e estruturado, buscando os melhores profissionais e dialogando com a comunidade e o poder público. O plano específico em desenvolvimento é um marco legal que, utilizando os instrumentos do Estatuto da Cidade, permitirá um ordenamento territorial detalhado com programas e projetos a serem executados nas próximas décadas.

Para se aprofundar nas discussões sobre o futuro de Jurerê, confira o episódio completo do podcast “Jurerê Mais” no canal do YouTube “Viva Jurerê”.

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