A medida foi tomada pelo deputado Cobalchini, que protocolou requerimento para garantir atendimento presencial aos aposentados que tiveram descontos indevidos / Foto: Agência Câmara dos Deputados
O deputado federal Valdir Cobalchini (MDB-SC) protocolou nesta segunda-feira (12) um requerimento solicitando ao INSS a realização de atendimento presencial para aposentados e pensionistas que foram vítimas de descontos indevidos em seus benefícios previdenciários. A iniciativa busca garantir que aqueles que enfrentam dificuldades para acessar o aplicativo “Meu INSS”, usado para contestação e solicitação de ressarcimento, possam registrar suas demandas de forma presencial.
Notificação no celular
A partir desta terça-feira (13), os beneficiários afetados receberão notificações no celular sobre o problema e, na quarta-feira (14), poderão solicitar o ressarcimento dos valores descontados indevidamente. No entanto, grande parte dos aposentados pode não ter acesso à internet ou saber utilizar o aplicativo, por isso Cobalchini quer que o atendimento também seja prestado de forma presencial. O deputado propõe atendimento presencial de segunda a sexta e multirões nos finais de semana, realizados nas unidades do INSS, permitindo que os segurados tenham suporte direto para esclarecer dúvidas e registrar a contestação dos descontos. “O aposentado já teve desconto indevido. Agora, ele, que muitas vezes é um idoso que nem sabe usar aplicativos, terá que descobrir sozinho como contestar. Isso não faz sentido!”, afirmou o deputado.
Por outro lado, Júlia Zanatta disse haver alertado INSS sobre fraudes antes da operação da PF

Meses antes da deflagração da operação da Polícia Federal que expôs um esquema bilionário de fraudes com descontos indevidos em benefícios do INSS, a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) já havia cobrado explicações formais ao então presidente do órgão, Alessandro Stefanutto. Por meio do Requerimento de Informação nº 49/2025, protocolado em fevereiro, Zanatta questionou Stefanutto sobre as suspeitas de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, exigindo informações detalhadas sobre a atuação do INSS diante dos indícios de irregularidades. A resposta, assinada por Stefanutto e enviada ao gabinete da deputada apenas na última semana, isentou o órgão de responsabilidade: “não foi possível identificar indício de dolo, fraude ou erro administrativo” — mesmo diante do alerta de mais de 6 mil reclamações por parte de beneficiários prejudicados.
Zanatta expõe gravidade
No entanto, a operação “Sem Desconto” revelou justamente o contrário: servidores públicos ligados ao INSS usaram um sistema de biometria paralelo para autorizar, em massa, os descontos indevidos. O escândalo gerou repercussão nacional e expôs falhas graves de fiscalização e omissão por parte da presidência do INSS. “Eles sabiam e lavaram as mãos. As respostas mostram que o governo foi negligente com os alertas. O tempo passou, os descontos continuaram acontecendo, e agora temos um escândalo sem precedentes com prejuízo bilionário aos aposentados. O que eles estão tentando esconder?”, declarou Zanatta. A deputada defende a instalação urgente de uma CPI do roubo dos aposentados.