Francisco Luis Koch, pai adotivo solo de cinco filhos, mostra que família se constrói pelo coração; Dia Nacional da Adoção é celebrado em 25 de maio
Francisco Luis Koch, de 48 anos, carrega consigo a experiência e a sensibilidade de quem escolheu um percurso pouco tradicional. Empresário do ramo de saneamento e morador de São José, na Grande Florianópolis, ele encontrou no amor incondicional um novo significado para a palavra família.
O desejo de ser pai já pulsava forte quando, em novembro de 2011, Francisco iniciou o processo de adoção. Sem restrições de idade, gênero ou condição de saúde, ele abriu seu coração para duas crianças que precisavam de um lar. Foi assim que Cristiano, então com 14 anos, e Cristiny, de 9, passaram a fazer parte de sua história.
Sete anos depois, em 2019, a Justiça o convidou para conhecer Mayra, uma menina de 8 anos. Ao chegar ao abrigo, Francisco descobriu que ela tinha dois irmãos, Andriw e Iago. Separá-los nunca foi uma opção. Mesmo diante de dificuldades financeiras e emocionais, ele tomou uma decisão definitiva: acolher os três e garantir que permanecessem juntos.
Para Francisco, ser pai adotivo é um aprendizado contínuo. “No processo de adoção, a paciência vem antes do amor. O vínculo é construído nas pequenas coisas, todos os dias”, reflete. Hoje, seus filhos compartilham o sentimento de pertencimento e entendem que família vai além dos laços de sangue.
Defensor da adoção tardia, Francisco se tornou um símbolo da importância da adoção de crianças mais velhas e da preservação de laços entre irmãos. Francisco rejeita a ideia de que a adoção seja um ato de caridade. “Minhas adoções foram a construção de uma família, com todos os desafios e alegrias que isso implica”, enfatiza.
O Dia Nacional da Adoção é celebrado em 25 de maio, no entanto, o Brasil ainda enfrenta desafios na adoção. Segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), há mais de 33 mil crianças e adolescentes acolhidos, sendo que 4.681 estão disponíveis para adoção. Em contrapartida, há 36.324 pretendentes cadastrados para adotar, mas a maioria busca bebês, dificultando a adoção de crianças mais velhas. Em Santa Catarina, esse cenário se repete, mostrando a necessidade de conscientização sobre a adoção tardia.
Compartilhando a experiência
No próximo sábado, 17 de maio, Francisco será palestrante no evento Café com Adoção, promovido pelo Grupo de Estudos e Apoio à Adoção Família do Amor (Geaafa), em São José. Aberta ao público, a palestra acontecerá às 15h no Centro de Atenção à Terceira Idade (CATI), na Praia Comprida. Informações e ingressos estão disponíveis pelo telefone (48) 99143-9196.
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