Prefeito de SC ameaça internar ‘involuntariamente’ quem levar bebê reborn ao posto de saúde

A febre de bebê reborn tem tomado conta das redes sociais nas últimas semanas; prefeito de Chapecó se manifestou sobre o assunto

A febre de bebê reborn tem tomado conta das redes sociais nas últimas semanas; prefeito de Chapecó se manifestou sobre o assunto – Foto: Amazon/Reprodução/ND

O prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), se manifestou por meio de um vídeo na internet sobre a polêmica envolvendo os bebês reborn, bonecos hiper-realistas que se assemelham a recém-nascidos, nesta sexta-feira (17).

Rodrigues afirma que quem entrar em uma unidade de saúde do município levando um bebê reborn para consultar será internado involuntariamente.

O prefeito comentou que estados brasileiros estão criando leis para proibir o atendimento aos bebês reborn nas unidades de saúde. Porém, Rodrigues afirma que Chapecó não terá nenhuma lei dessa natureza.

“Pode pegar o autor ou proprietário desse bonequinho e nós vamos internar involuntariamente; a pessoa não pode estar bem”, afirmou.

Ainda, ele diz que não tem nada contra quem quer ter um bebê reborn, mas, segundo ele, é necessário tratar como um boneco. “Mas agora, tem gente querendo tratar como um bebê de verdade; estão fazendo encontros, aniversários e tem gente querendo levar para consultar”, pontua.

João Rodrigues é prefeito de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina – Foto: Daiane Carolina da Silva/ND

Para Rodrigues, o sentimento por uma criança jamais pode ser substituído por um boneco. “Isso é um absurdo! A que ponto chegamos? Vamos parar com essa loucura”, afirmou o prefeito.

Veja o vídeo completo sobre a declaração do prefeito de Chapecó

O portal ND Mais entrou em contato com a assessoria do prefeito João Rodrigues, que afirmou não ter mais nada a comentar sobre a declaração até o momento. O espaço segue aberto para manifestações.

Veja projetos na Câmara que estão em discussão

A febre do bebê reborn chegou à Câmara dos Deputados. Três projetos de lei protocolados na quinta-feira (15) propõem atendimento psicológico aos colecionadores e multa para quem usar as bonecas hiper-realistas na fila preferencial.

O projeto do deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) pretende impedir o atendimento de bebê reborn em unidades de saúde e hospitais, além de restringir as clínicas que simulam o atendimento médico para as bonecas.

“A prática indiscriminada de simular atendimentos médicos a objetos inanimados configura desvio inaceitável dos serviços de saúde, especialmente quando realizados com recursos públicos ou em detrimento da atenção a pacientes reais”, argumenta.

Quem usar bebê reborn para receber atendimento preferencial poderá ser multado – Foto: Divulgação/Amazon/ND

Já o texto protocolado pela deputada Rosângela Moro (União-SP) prevê acolhimento psicossocial no SUS (Sistema Único de Saúde) para pessoas com “vínculos afetivos intensos” com bebê reborn.

Um projeto de lei protocolado pelo deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), prevê multa para quem usar o boneco para “furar fila”. O objetivo é impedir que “mães e pais de bebê reborn” se aproveitem do atendimento prioritário, direito assegurado em lei para pessoas com crianças de colo.

O que significa o “Bebê Reborn”?

Conhecida como a “boneca realista”, a “Bebê Reborn” é feita para parecer uma bebê recém-nascido de verdade. Por isso cada detalhe da boneca é cuidadosamente pensado e criado.

A textura da pele, os fios dos cabelos, os olhos, os cílios, veias e até rugas na pele são desenhados para se assemelhar a um bebê de verdade. Quem vê uma “bebê reborn” pode até se assustar com o grau de similaridade.

Por que o nome “Bebê Reborn”?

O nome “Reborn” (“renascido”, em português) tem origem em uma técnica de transformar bonecas de vinil em algo mais real, impressionante e autêntico, utilizando ferramentas e técnicas de maquiagem ou pintura.

Essa ideia de “boneca recém-nascida” veio dos Estados Unidos na década de 1990, quando alguns artistas e também colecionadores começaram a modificar suas bonecas de vinil para ter resultados mais realistas, que impressionassem pelos detalhes.

Essa técnica foi ganhando fama, ficando popular e se espalhando para outros lugares, como o Brasil. Atualmente, existem centenas de marcas que fabricam e também milhares de fãs desse tipo de boneca.

Pelas redes sociais, como o TikTok e YouTube, alguns colecionadores adoram mostrar suas coleções caríssimas e especiais de “Bebê Reborn”. Alguns canais chegam a ultrapassar 1 milhão de inscritos que acompanham a rotina das “bonecas realistas”.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.