Fisiculturista morre após competição e outros dois estão hospitalizados em SC

Antônio Souza tinha de 26 anos de idade. Imagem: Redes Sociais.

Flávio Júnior – TVBV Online.

Especialista alerta sobre o uso indiscriminado de substâncias para aumentar o desempenho

Nos últimos meses três fisioculturistas foram internados em estado grave em Santa Catarina por complicações ligadas ao consumo de substâncias para aumentar o desempenho no esporte. O último caso ocorreu, no último sábado (3), após uma competição em Navegantes, o Navega Open.

Antônio Souza, de 26 anos de idade, morreu após uma parada cardíaca que teria sido provocada por desidratação. Ele morava em Manaus e segundo familiares ele ingeriu diuréticos antes da competição para aumentar a eliminação de água do corpo. Com isso, os rins foram sobrecarregados o que resultou em uma parada cardíaca.

Outros casos

Em Florianópolis dois atletas estão internados por complicações ligadas ao uso de substâncias ligadas ao esporte. O primeiro, um jovem de de 36 anos natural de São José do Rio Preto (SP), teve uma parada cardíaca há cerca de dois meses após uma competição na capital catarinense e foi internado no Hospital de Caridade. Ele foi transferido para o Hospital Universitário onde permanece internado. Informações colhidas pela reportagem apontam que ele teria utilizado vasodilatadores antes de competir com o objetivo de aumentar a definição de veias no corpo.

Já o outro caso é de um homem, de 56 anos de idade, que está hospitalizado no Hospital de Caridade. Ele sofreu um choque cardiogênico, situação que ocorre quando o coração perde a capacidade de bombear sangue na quantidade adequada para os órgãos. Isso provoca a diminuição acentuada da pressão arterial, falta de oxigênio nos tecidos e acúmulo de líquidos nos pulmões.

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Médicos alertam para o perigo

Os casos registrados nos últimos meses em Santa Catarina despertam um alerta. As situações foram provocadas por diferentes fatores, incluindo desidratação extrema, uso de vasodilatadores e a combinação perigosa de substâncias químicas, além de um caso de choque cardiogênico.

Especialistas destacam que a busca de um melhor desempenho e aparência física, muitas vezes utilizando substâncias que prometem aumentar a massa muscular, reduzir a gordura corporal e melhorar a performance, pode representar sérios riscos à saúde.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, Dr. Wuilker Knoner Campos, o uso indiscriminado de substâncias para melhorar o desempenho físico pode gerar várias complicações neurológicas. “A desidratação extrema pode levar a um desequilíbrio eletrolítico, afetando a função cerebral e podendo causar confusão mental, convulsões e até coma.

Riscos graves à saúde

O uso de vasodilatadores em combinação com outras substâncias pode alterar drasticamente o fluxo sanguíneo para o cérebro, resultando em danos neurológicos”, explicou o neurocirurgião, Dr. Wuilker Campos. Ele destaca também que substâncias como esteroides anabolizantes podem afetar a saúde mental, provocando alterações de humor, agressividade e outros problemas psicológicos.

O médico alerta que os fisiculturistas que utilizam substâncias para melhorar o desempenho estão se expondo a uma série de riscos graves à saúde. “Além dos efeitos cardiovasculares, como as paradas cardíacas observadas nos casos recentes, há riscos significativos de danos hepáticos, renais e neurológicos”, comentou. Dr, Wilker reforça que a desidratação extrema pode comprometer a função renal e levar à insuficiência renal aguda. Já o uso de vasodilatadores pode causar a queda perigosa na pressão arterial e problemas cardíacos graves, especialmente quando combinados com outras substâncias.

No âmbito neurológico, o neurocirurgião reforça que o uso dessas substâncias pode resultar em complicações como convulsões, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e outros distúrbios neurológicos. “Além disso, o uso prolongado de esteroides anabolizantes pode afetar negativamente a saúde mental, contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios de humor e comportamento. É essencial que os atletas sejam conscientizados sobre esses riscos e busquem métodos saudáveis e seguros para alcançar seus objetivos esportivos, evitando práticas que possam colocar sua vida em perigo”, completou.