O que as cidades do futuro devem considerar para serem sustentáveis?

O que as cidades do futuro devem considerar para serem sustentáveis?

As cidades do futuro enfrentam o desafio da sustentabilidade com o crescimento demográfico – Foto: Divulgação

Os dados mais recentes do IBGE, divulgados no último dia 22, apontam que haverá um decréscimo no crescimento populacional no Brasil após 2042. Porém, na contramão dessa tendência, em Santa Catarina a projeção é de aumento do número de habitantes até 2063.

No ano de 2023, o estado catarinense teve um acréscimo populacional de 41,25% em comparação com 2010, o que está acima da média nacional de 6,45%, sendo o 2º estado que mais cresceu em número de habitantes, que atualmente alcança mais de 7,6 milhões.

As cidades do futuro enfrentam o desafio da sustentabilidade com o crescimento demográfico. Para isso, os centros urbanos precisam integrar práticas que promovam o desenvolvimento sustentável, otimizem recursos e minimizem impactos negativos no meio ambiente.

Investimentos em energias renováveis, descarbonização, reaproveitamento de resíduos sólidos e reciclagem são algumas das soluções. A colaboração entre setor privado, governo e cidadãos é importante para garantir que as iniciativas sejam implementadas. As questões ambientais, junto ao crescimento demográfico, tornam fundamental que novos projetos urbanos priorizem soluções inovadoras.

Redução de emissões de carbono

À medida que as temperaturas do planeta sobem e os desastres naturais se tornam mais frequentes, a sustentabilidade emerge como um farol de novas perspectivas. Em 2025, o Brasil sediará a conferência climática COP30 na cidade de Belém, um evento que ocorre em um momento crítico para o país, que busca implementar um dos maiores sistemas de comércio de emissões de carbono em um contexto de desenvolvimento.

Com a meta de reduzir 53% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 em comparação aos níveis de 2005, o Brasil também se comprometeu a alcançar a neutralidade de carbono até 2050.

Santa Catarina é o 15º estado entre os emissores de carbono no país e tem adotado novas iniciativas voltadas para a sustentabilidade ambiental – Foto: Veolia/Divulgação

Atualmente, o país ocupa a sexta posição entre os maiores emissores de gases de efeito estufa do planeta. No entanto, um estudo da McKinsey revela que o país possui 15% do potencial global para captura de carbono por métodos naturais.

De acordo com o SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), as emissões de gases de efeito estufa variam significativamente entre os estados brasileiros. Santa Catarina, por exemplo, registra emissões de 43.013 ktCO2e (43.013 mil toneladas de gás carbônico equivalente), posicionando-se como o 15º estado no ranking nacional.

Em contrapartida, São Paulo, um dos estados mais industrializados do país, apresenta um total de 141.128 ktCO2e, ocupando a quarta posição no ranking de emissões. No topo da lista, Mato Grosso lidera as emissões com 352.019 ktCO2e.

As cidades do futuro devem priorizar medidas de sustentabilidade que incluem a promoção de novas e mais eficientes matrizes energéticas verdes, bem como a economia circular de recursos como resíduos e água. As iniciativas de planejamento urbano podem incluir zonas verdes, que aumentam a absorção de carbono, edificações sustentáveis em projetos que usam materiais ecoeficientes e integração de tecnologia, ao utilizar, por exemplo, sensores de qualidade do ar para monitorar níveis de poluição em tempo real.

Fontes de energia sustentáveis e eficiência energética

Usina termelétrica de Biogás no parque tecnológico ambiental de resíduos da Veolia – Foto: Veolia/Divulgação

A sustentabilidade por meio de fontes de energia sustentáveis visa reduzir a dependência de combustíveis fósseis. O processo de blendagem para coprocessamento, por exemplo, utiliza os resíduos com um alto poder calorífico, para gerar um combustível alternativo para abastecer os fornos de indústrias cimenteiras.

Já o biogás, um combustível renovável gerado a partir da decomposição da matéria orgânica, têm se tornado cada vez mais relevantes para a geração de energia limpa.

Segundo a Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), no ano de 2023, a produção de biogás nos estados da região Sul do Brasil alcançou a marca de 873 milhões de metros cúbicos. Santa Catarina possui um total de 126 instalações dedicadas à produção dessa fonte de energia, o que demonstra o potencial do estado em explorar a energia sustentável.

Para garantir a eficiência energética, deve-se adotar também tecnologias que incluam  sistemas de reuso, através de tecnologias que utilizam água e energia de forma mais racional, além de edifícios sustentáveis, com projetos arquitetônicos que otimizam a iluminação natural e a ventilação. Quanto à energia solar, a cidade catarinense de Florianópolis é a que mais produz energia solar no país, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Reciclagem e reaproveitamento de resíduos sólidos

Vivemos em um tempo de crise climática, mas também de inovação, e a sustentabilidade pode impulsionar soluções criativas. No início deste mês, teve início em Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis, a coleta do projeto Vidro Solidário, uma iniciativa que visa reciclar vidro e destinar os recursos obtidos com a venda desse material ao BASC (Banco de Alimentos de Santa Catarina).

O foco da reciclagem será exclusivamente em vidros planos, que são utilizados em portas, janelas, divisórias, vitrines e fachadas, provenientes de empresas de Santa Catarina. O programa é resultado de uma colaboração entre a FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina) e outras organizações.

Santa Catarina é o 15º estado entre os emissores de carbono no país e tem adotado novas iniciativas voltadas para a sustentabilidade ambiental – Foto: Divulgação

Na mesma linha sobre a questão da sustentabilidade, implementar sistemas eficazes de coleta e separação de resíduos pode reduzir a quantidade de lixo que vai para os aterros sanitários. A triagem de resíduos envolve separar materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal. O planejamento urbano deve incluir integração de pontos de coleta acessíveis e adequados às comunidades, e a reciclagem desses materiais diminui a demanda por novas matérias-primas, o que promove a sustentabilidade.

O reaproveitamento de resíduos sólidos visa reduzir a quantidade de lixo descartado e também promover a economia circular. Existem cidades, como Joinville, em Santa Catarina, que implementam programas de “zero lixo”. Esses programas buscam minimizar o desperdício e incentivar a reutilização de produtos. A conscientização da população é um dos pilares para o sucesso dessas iniciativas.

Outra abordagem é a compostagem de resíduos orgânicos. Este processo transforma restos de alimentos e outros materiais biodegradáveis em composto, que pode ser utilizado, por exemplo, como fertilizante natural.

Evento ESG Summit Brazil tem foco na sustentabilidade

Evento ESG Summit trouxe à tona discussões sobre sustentabilidade – Foto: Veolia/Divulgação

Na segunda edição, realizada nos dias 20 e 21 de agosto em Florianópolis, o evento ESG Summit trouxe à tona discussões sobre sustentabilidade. Este ano, o evento reuniu 100 líderes, com os principais nomes da pauta ESG atualmente, e promoveu debates que buscam soluções voltadas para a melhoria da qualidade de vida e a construção de um mundo mais sustentável.

A capital catarinense recebeu importantes figuras, como o José Bruzadin, Diretor de Desenvolvimento de Negócios Industriais e Energia da Veolia, multinacional francesa presente nos cinco continentes e que opera principalmente nas áreas de gestão de água, resíduos e serviços energéticos, focando na sustentabilidade e na transformação ecológica.

Sobre a Veolia

O Grupo Veolia é referência mundial na transformação ecológica. Presente nos cinco continentes com 218 mil colaboradores, o Grupo projeta e implementa soluções que atendam aos desafios atuais de cidades e indústrias na gestão de água, resíduos e energia. Por meio de suas três atividades complementares, a Veolia ajuda a melhorar o acesso aos recursos, a preservar e renová-los.

Em 2023, o Grupo Veolia forneceu água potável a 113 milhões de pessoas e saneamento básico a 103 milhões, e produziu 42 terawatts hora de energia, além de valorizar 63 milhões de toneladas métricas de resíduos. A Veolia Environnement (Paris Euronext: VIE) alcançou receita consolidada de 45,3 bilhões de Euros em 2023.

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